No sábado passado, dia 16 de dezembro, a empresa estatal venezuelana Petroleos de Venezuela S.A. (PDVSA) assinou um acordo com a corporação semiestatal russa, a petrolífera Rosneft, para que esta atue em dois campos de gás, o de Patao e Mejillones, podendo usar a produção também para exportação, na forma de gás natural liquefeito. Segundo foi divulgado, a validade será por 30 anos e as reservas são calculadas em 180 bilhões de metros cúbicos (bmc), com uma possível produção anual de 6,5 bmc.

Logo da Rosneft
O documento foi assinado entre os presidentes da Rosneft, Igor Sechin, e da PDVSA, Manuel Quevedo, na presença de Maduro e várias autoridades*, e podem dar um oxigênio à economia venezuelana, neste momento em que o país sofre sanções dos EUA; presencia a entrada de uma ação jurídica da estatal chinesa SINOPEC (China Petroleum & Chemical Corporation) contra a mesma petrolífera venezuelana, também nos Estados Unidos; e tenta obter caminhos para renegociar a dívida de 60 bilhões de dólares, causadas por essas sanções norte-americanas.
Além disso, o acordo resolve outro problema, que é sanar “…o bônus de pagamento entre Rosneft e PDVSA, que são sócias em cinco empresas mistas”, sabendo-se que a Rosneft ao longo de vários anos, desde a época de Hugo Chávez, emprestou bilhões de dólares a petrolífera venezuelana. Conforme foi disseminado na mídia, em agosto deste ano (2017), a Rosneft calculou que a parceira da Venezuela lhe devia 6 bilhões de dólares e, de forma positiva, o Ministério das Finanças da Rússia concordou em reestruturar dívida existente entre os dois países, excluindo esta que envolve PDVSA e Rosneft.

Logo da PDVSA
Tais declarações levam os analistas a intuírem que o Acordo agora assinado veio sendo negociado e realmente permitirá uma certa oxigenação ao orçamento do Governo venezuelano, uma vez que se sabe da dependência que o país tem da exploração do petróleo e, em especial, dos resultados que podem ser apresentados por sua estatal petrolífera.
Observadores consideram que são vários problemas que conseguem ser equacionados numa mesma ação, embora deva ser acrescentado que não se pode calcular o resultado em longo prazo, já que, conforme se percebe nas declarações realizadas, o principal problema a ser resolvido diz respeito ao fluxo de caixa do Governo para garantir um mínimo de investimentos públicos, que lhes dão suporte de um segmento da população diante da crise política que vive, e também para pagar dívidas, mas não para solucionar problemas estruturais dentro de um planejamento estratégico.
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Nota:
* Estiveram na reunião o ministro do Poder Popular de Petróleo y presidente de Petróleos de Venezuela, S.A., Manuel Quevedo, o vice-presidente-executivo da PDVSA e vice-presidente de Comércio e vice-Ministro, Ysmel Serrano; o ministro del Poder Popular de Finanças, Simón Zerpa; o el vicepresidente Setorial de Economia, Wilmer Castro Soteldo, juntamente com uma delegação de alto nível da Rosneft.
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Fontes das Imagens:
Imagem 1 “Aperto de mão selando o acordo assinado em 16 de dezembro de 2017” (Fonte):
Imagem 2 “Logo da Rosneft” (Fonte):
Imagem 3 “Logo da PDVSA” (Fonte):