De 16 a 19 de maio, o Escritório das Nações Unidas para a Cooperação Sul-Sul (UNOSSC) organizou a 19ª Sessão do Comitê de Alto Nível sobre a Cooperação Sul-Sul, com o objetivo de rever os progressos realizados com a implementação do Plano de Ação de Buenos Aires, das novas direções estratégicas da Cooperação Técnica entre Países em Desenvolvimento e também do Documento de Nairóbi.
A Sessão buscou a revisão dos progressos do período 2014-2015 e discutiu as contribuições da Cooperação Sul-Sul (CSS) e da Cooperação Triangular no contexto da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Apesar do declínio no crescimento econômico dos países emergentes, estima-se que o valor anual da CSS – incluindo-se os dispêndios com assistência para o desenvolvimento, comércio, investimento, infraestrutura para o desenvolvimento e outros itens – alcançou os US$ 20 bilhões. Apesar disso, as autoridades destacaram que a monetarização não captura a importância das negociações coletivas e as atividades relacionadas ao compartilhamento de conhecimento.
No período 2014-2015, os países atuantes no campo da CSS também participaram de três processos políticos importantes, sendo eles, as negociações da Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável, a indicação dos meios para financiar as ações referentes à Agenda e os limites necessários para amenizar, estabilizar e reverter o efeito das mudanças climáticas.
De acordo com Relatório de Revisão, as parcerias triangulares e sul-sul tem modificado as dinâmicas de comércio, investimento, industrialização e produtividade agrícola na África. No prazo de uma década (2005-2015), as exportações africanas para Brasil, China e Índia subiram de 10% para 25%. No ranking de destinos das exportações, a União Europeia permanece em primeiro lugar, seguida pela China – que ultrapassou os Estados Unidos. A Índia e o Brasil estão em quarto e sexto lugar, respectivamente. As três economias emergentes também aumentaram sua participação nas importações, saltando de 13% para 22% no total de importações no continente africano.
Na Ásia, a participação de países do Sul nas exportações cresceu de 27% para 54% no período 2000-2015, enquanto as importações ascenderam de 34% para 53%. O relatório destaca também o volume de recursos voltados para iniciativas de infraestrutura na região, como a rodovia Almaty-Bishkek na Ásia Central e o gasoduto Turcomenistão-Afeganistão-Paquistão-Índia. Na América Latina e Caribe, as contribuições da CSS foram acobertadas pela queda nos preços das commodities e pelo declínio do crescimento econômico dos países.
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