Observadores acreditam que o resultado da reunião ocorrida no dia 13 de dezembro passado representou apenas mais um ganho de tempo para o Governo iraniano, apesar do anúncio feito ontem, dia 20, quinta-feira, por fonte da “Agência Internacional de Energia Atômica” (AIEA), de que se chegou a um acordo preliminar entre a Agência e o Irã acerca de um “plano estruturado” para tratar das inspeções das Usinas iranianas e negociação do “Programa Nuclear” do país,.
Ficou acertado que uma nova reunião deverá ser realizada ao longo do mês de janeiro de 2013, sem estabelecer data precisa, sendo esta reunião parte do conjunto de inspeções a serem realizadas. Não ficou decidido ainda se todas as Usinas estarão aberas, ficando a expectativa de que os iranianos permitirão que Parchin será autorizada, conforme afirmou vice-diretor-geral da AIEA, Herman Nackaerts, que, segundo disseminado na imprensa, “disse esperar que o próximo diálogo com o Irã obtenha progressos, e que o país abra a base de Parchin para inspeção”*. Ou seja, há esperança, mas não certeza de que será aberta e, conforme apontam especialistas, mesmo que aberta, isso não significa que serão autorizadas inspeções nas quais se poderá concluir se está ocorrendo desenvolvimento da pesquisa para fins bélicos.
Analistas apontam que, de representativo, há apenas a declaração do diretor da “Organização de Energia Atômica do Irã”, Fereydoun Abbasi-Davani, que afirmou: “A República Islâmica do Irã não irá suspender o enriquecimento de urânio a 20% por causa das exigências dos outros. (…). …vai produzir urânio enriquecido a 20 por cento para atender às suas necessidades, e pelo tempo que for exigido”**.
No entanto, da mesma forma que a fonte da AIEA não deixou claro o que significa este “plano estruturado” para as inspeções, também não ficou aberto para os interpretes o significado das necessidades iranianas, pois, pelo que afirma o Governo, o Irã necessita do domínio nuclear para produzir energia elétrica e produtos médicos, mas, segundo especialistas internacionais, já se enriqueceu urânio a 20% em quantidade suficiente (mais de 230 quilos**) para uso em pesquisa medicinal por vários anos, não sendo necessário continuar com a busca de maior quantidade de material***, mesmo que Abbasi-Davani também tenha afirmado o desejo de Teerã construir mais um reator para pesquisas.
Observadores apontam ainda que os iranianos contam com a certeza de que não serão atacado pelos ocidentais devido ao apoio que vem recebendo da Rússia, potência que não permitirá o avanço da área do controle dos EUA e da Europa numa região que sabe ser sua área de influência e, para manifestar que não aceitará qualquer medida mais drástica, deslocará uma frota de navios para os portos do Irã, tal qual informou o Comandante Almirante russo, Serguei Alekminsk, disseminado pelo jornal “Voz da Rússia”, de que seu país “enviará em 2013 uma frota de navios e fragatas para uma visita a um porto iraniano”****. Além dele, o vice-almirante-Hossein Azad declarou que, imediatamente, o “Marshal Shaposhnikov, um destroyer russo, ancorado neste porto, mostra a parceria entre Irã e Rússia”****. O porto a que se refere é o “Bandar Abbas”, no Irã.
Analistas afirmam que a próxima reunião em Istambul, na Turquia, entre o grupo de seis países (Alemanha, China, União Europeia, França, Grã-Bretanha e Rússia) com o Irã para tratar do “Programa Nuclear” iraniano necessita apontar um caminho seguro e transparente, pois, caso não seja feito, poderá estar sendo desenhado o cenário de guerra para 2013.
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[1] Imagem (Fonte – Wikipédia):
http://pt.wikipedia.org/wiki/Programa_nuclear_iraniano
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Fonte Consultada:
* Ver:
http://portuguese.cri.cn/561/2012/12/21/1s159906.htm
** Ver:
*** Ver:
**** Ver:
http://portuguese.ruvr.ru/2012_12_20/Russia-estreita-lacos-militares-com-Ira-e-envia-destroyer/