Chamamos de mobilidade social “o fenômeno em que um indivíduo (ou um grupo) que pertence a determinada posição social transita para outra, de acordo com o sistema de estratificação social”. A Organização para a Cooperação…
Um estudo realizado pela Cisco Systems, e divulgado no início de 2020, avaliou a prontidão digital de 141 nações. Dentre os 21 países latino-americanos avaliados pelo Digital Readiness Index 2019, os três melhor posicionados são o Chile (34º), o Uruguai (41º) e a Costa Rica (47º) e os três piores são a Nicarágua (97º), a Venezuela (100º) e o Haiti (134º).
Outro estudo denominado Speedtest Global Index, da Ookla, atualizado em abril de 2020, classifica 174 países, por ordem decrescente de classificação, em velocidade de internet fixa banda-larga e internet móvel. Singapura lidera o ranking de banda-larga fixa, e na América Latina (A.L.) aparecem o Chile (30º), o Panamá (35º), o Brasil (56º) e em seguida o Uruguai (61º). Os piores desempenhos ficaram com Cuba (172º) e Venezuela (173º).
Em termos de internet móvel, a liderança mundial é da Coreia do Sul, a Jamaica (50º) é a primeira nação latino-americana e a Venezuela (138º) é a de pior desempenho. Singapura e Chile detêm a liderança mundial e regional, respectivamente, no ranking do Digital Readiness Index e no Speedtest Global Index em velocidade de internet fixa banda-larga. Entretanto, observa-se, entre os dois índices, variação significativa na classificação de outros países. Isto porque a infraestrutura tecnológica medida também pelo Speedtest é importante, porém é apenas um dos fatores do Digital Readiness Index.
Já a escola de negócios suíça IMD publicou, em final de 2019, o seu Ranking Global de Competitividade Global com 63 países analisados. São três os fatores avaliados, a saber: Conhecimento, Tecnologia e Prontidão Futura. No trabalho da IMD, Singapura ocupa a 2ª posição, perdendo apenas para os EUA, e Chile (42ª) é o primeiro da A.L., seguido de México (49ª) e Brasil (57ª).
A Cisco desenvolveu um modelo de análise para definir, mensurar e descobrir as intervenções-chave que os Governos podem adotar para evoluírem na jornada de prontidão digital. A metodologia se utiliza de uma abordagem holística para compor um panorama completo da preparação do país, baseada em sete fatores: 1) Necessidades Básicas; 2) Investimentos Empresariais e Governamentais; 3) Facilidade de Fazer Negócios; 4) Capital Humano; 5) Ambiente de Startup; 6) Adoção de Tecnologia; 7) Infraestrutura Tecnológica.
Os Sete Fatores do Readiness Index 2019 da Cisco
A partir dessa análise, os países foram classificados em um dos três estágios a seguir: Ativação, Aceleração e Amplificação. Em Ativação está o grupo que se encontra nos primeiros passos da jornada digital e em Aceleração os que avançaram um pouco mais, porém com espaço bastante para aceleração ou melhoria. Este grupo intermediário foi subdividido em Aceleração Baixa (abaixo da média do grupo Aceleração) e Aceleração Alta (acima da média citada). Em Amplificação estão os mais avançados, porém essa posição não garante liderança no processo no longo prazo.
O Apêndice A do relatório mostra todos as nações, em ordem alfabética, com a nota obtida em cada um dos sete fatores. A média mundial é equivalente a 11,90 e os três primeiros colocados da A.L. superaram essa média com as seguintes notas: Chile (14,80), Uruguai (13,88) e Costa Rica (13,58). Já os três últimos tiveram notas bastante inferiores à média global: Nicarágua (9,91), Venezuela (9,52) e Haiti (5,96).
Nenhum país do mundo obteve a nota máxima (25), Singapura, que ficou em primeiro lugar obteve nota 20,26. Segundo o relatório da Cisco, o grau de maturidade digital, de certa forma, espelha o desenvolvimento econômico de cada país e está fortemente correlacionado com outros indicadores tais como PIB per capita e meio-ambiente saudável.
O relatório traz considerações sobre os fatores de maior impacto, citando o Capital Humano como crítico em todos os estágios para formar uma força de trabalho capaz de utilizar e criar tecnologia. Para os que estão no estágio de Ativação recomenda-se investir fortemente em Necessidades Básicas e desenvolvimento de Capital Humano. Em Aceleração, recomenda-se atuar em Facilidade de Fazer Negócios. Mesmo para os em Amplificação, geralmente com excelente pontuação em Necessidades Básicas e Facilidade de Fazer Negócios, é necessário continuar investindo nestes componentes.
———————————————————————————————–
Fontes das Imagens:
Imagem 1 “Mapa de Prontidão Digital da Cisco” (Fonte):
O aumento da população mundial e os movimentos migratórios geram a conurbação e o surgimento das megalópoles, os quais provocam impactos no trânsito e sistemas de transportes, dentre outros. Assim como no resto do mundo, na América Latina a eclosão da pandemia e as perspectivas do chamado “novo normal” trazem novas reflexões sobre a mobilidade urbana.
Em 2010, a Corporación Andina de Fomento (CAF), que se autointitula como Banco de Desenvolvimento da América Latina, deu início ao Projeto Observatório de Mobilidade Urbana (OMU). O primeiro relatório divulgado teve como base uma análise feita em 15 regiões metropolitanas de 9 países: Buenos Aires (Argentina); Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Rio de Janeiro, São Paulo (Brasil); Santiago (Chile); São José (Costa Rica); Bogotá (Colômbia); Cidade do México, Guadalajara, León (México); Lima (Peru); Montevidéu (Uruguai); Caracas (Venezuela).
Segundo o Relatório, a América Latina já tinha, em 2010, quase 80% da população vivendo em centros urbanos e uma previsão de alcançar os 90% nas décadas seguintes. Os sistemas de transporte e a mobilidade urbana já eram vistos como fatores determinantes para a economia e para a qualidade de vida dos cidadãos. O documento destaca a variedade de serviços de transporte coletivo existente e menciona o Transmilênio (Bogotá) e o Metrobús (Cidade do México) como bons exemplos, inspirados no RIT (Curitiba), de corredores expressos de ônibus (Bus Rapid Transit, ou BRT, em inglês).
Apesar do destaque para o transporte coletivo, os efeitos nocivos do aumento do transporte individual, desde décadas anteriores, e a insuficiência de vias para ciclistas e para pedestres já era observada na análise da CAF. Nas conclusões, novamente se faz um alerta para o aumento do número de automóveis e motocicletas, refletindo em congestionamentos e poluição ambiental. E sugerem a melhoria da qualidade do transporte de massas e o controle dos meios individuais, inclusive para reduzir a contaminação do ar.
Após percorrido todo esse caminho, eis que a pandemia agrega novas questões a serem consideradas para o futuro da mobilidade em novo cenário. O transporte de massas, precisará ser repensado em razão das aglomerações que provoca: reduzir o número de passageiros por viagem implicará aumento nas passagens ou subsídios oriundos de cofres públicos; o teletrabalho e o reescalonamento de horários, diluindo os horários de pico, surgem como alternativas.
No webinar “Como fica a mobilidade urbana face à pandemia?” (11/5/2020), outras ideias foram apresentadas: bloqueio de ruas; infraestrutura e incentivo ao deslocamento a pé e por meio de bicicletas; acomodar os entregadores de serviços de delivery. Repensar a matriz de mobilidade e a matriz energética são recomendações visando atender à demanda com eficiência, segurança e sustentabilidade econômica, social e ambiental.
O bônus da América Latina é que, como foi uma das últimas regiões afetadas pela Covid-19, a trajetória de países que estão voltando ao “normal” servirá como mais um elemento na elaboração de um modelo próprio que considere as peculiaridades da região, as necessidades e capacidades específicas, para se alcançar um novo patamar de mobilidade ao menos satisfatória.
Identificada como Covid-19 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença causada pelo novo coronavírus evoluiu da China para o resto do mundo, tornando-se uma pandemia. E, como tal, alcançou a América Latina, onde seus…
Navios de grande porte, sejam de
passageiros ou de carga, necessitam ter um número mundial de registro como
também um registro oficial de alguma nacionalidade. Entretanto, nem sempre as bandeiras que
sustentam na popa correspondem à nacionalidade ou residência de seus
proprietários (armadores).
Além do número mundial, para navegar em
águas internacionais, cada
barco precisa ser registrado em uma nação e recebe dela um número oficial –
official number – que pode ser modificado se o armador decidir trocar o
porto de registro. Seria natural supor que uma companhia marítima grega ou
norueguesa registre todos os seus navios em um porto da Grécia ou da Noruega.
Não é o que acontece na prática, e aí surge o conceito de Bandeira de
Conveniência (BdC) ou Flag of Convenience (FoC), em inglês.
Dentre as vantagens oferecidas
pelo país estão: processo fácil e automatizado que leva um máximo de 4
horas; isenção de imposto sobre receitas do transporte; tabela de descontos
progressiva; concessão de registro provisório antes do término da inspeção.
Incentivos dessa natureza fizeram com que, nos últimos 30 anos, a quantidade de
cargueiros australianos que desfraldam a bandeira da Austrália tenha
encolhido de 100 para apenas 14, por motivo de trocas por BdC.
Segundo
o Instituto Espanhol de Estudos Estratégicos (IEEE), do Ministério da Defesa da
Espanha, diversos armadores optam pelo “registro
aberto”, que é o nome oficial da categoria. A expressão “Bandeira de Conveniência”, ainda
conforme o IEEE, é um termo
utilizado pejorativamente pelos sindicatos para se referirem ao “registro aberto” de um grupo de países.
A ITF define e expõe uma “lista de BdC”
como forma de pressão e barganha por melhoria de direitos trabalhistas.
Com a
chegada da Easy Taxi em 2011 e da Uber, em 2013, a América Latina (AL)
passou a contar com um meio alternativo de mobilidade. Principal concorrente do
táxi tradicional, os serviços de transporte por aplicativo estão prestes a
completar 10 anos na região, com alguns desafios pela frente.
A entrada do serviço, sobretudo do Uber,
causou desconforto, rejeição e conflito com taxistas, a exemplo dos registrados
no
Brasil, no Chile, na
Colômbia e no
México. Desde críticas moderadas a
agressões físicas, os taxistas se manifestaram contra o que alegavam ser um
serviço ilegal e não sujeito às mesmas exigências, taxas e impostos que eles.
Os motoristas de Uber se defendiam dizendo se tratar de um serviço de
transporte particular e não público, e não beneficiado pelas isenções e
facilidades desfrutadas pelos taxistas.
Em março de 2018 foi
lançado no Brasil o Ubus, primeiro aplicativo para transporte coletivo da AL.
Tal iniciativa, ao melhorar as condições de uso do transporte coletivo, pode se
tornar um concorrente dos serviços prestados pela Uber e Didi, por exemplo. Em
que pese os “aplicativos de táxi”
estarem há quase 10 anos no mercado, os fatos recentes indicam um cenário ainda
instável, sujeito a oscilações e ameaças que dificultam se fazer prognósticos
precisos para o futuro.
A partir de 1o de janeiro de 2020, Belize assumiu a Presidência Pró-Tempore do Projeto de Integração e Desenvolvimento Mesoamérica. Durante o mandato de 6 meses, o país centro-americano estará responsável por conduzir duas reuniões…
A nova
lei prevê um imposto de renda único e simplificado para os setores
agropecuário em geral e de cultivo de banana. Contempla
também benefícios para empresários, agricultores, estudantes e diabéticos,
dentre outros setores da sociedade. A íntegra do documento com os vetos do
Presidente pode ser acessado neste
link.
De acordo com o Portal
América Economia, a partir da onda de protestos ocorrida em outubro de
2019, o Governo do Equador tem buscado adotar medidas que
aumentem a arrecadação e reduzam o déficit público, enfrentando, entretanto,
dificuldades para conciliar as recomendações do Fundo Monetário Internacional
(FMI) com a oposição de partidos políticos, empresários e de alguns segmentos
da sociedade.
Por meio de uma nota de imprensa, a Assembleia Nacional informou que o veto presidencial faz parte do processo legal, do exercício democrático e da separação de funções. E que, em razão da importância do tema, a Comissão de Regime Econômico analisaria o posicionamento do Executivo, nas horas seguintes, e que emitiria nota para conhecimento de todo o Plenário.
Os chanceleres dos Estados membros do Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (TIAR) se reuniram em Bogotá, na Colômbia, no dia 3 de dezembro de 2019. Na reunião, os presentes votaram medidas de restrição de entrada…