Após cinco anos de suspensão, a Federação Russa volta a integrar a Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa* (APCE). O texto que permitiu o retorno da Rússia à entidade foi aprovado no último dia 25…
No último dia 18 de
junho (2019), a Duma (Câmara Baixa da Rússia, que corresponde, com as devidas
proporções, e de acordo com os respectivos sistemas políticos, à Câmara dos
Deputados do Brasil) aprovou por ampla maioria (417 votos a favor e uma
abstenção) a suspenção do Tratado de Forças
Nucleares de Alcance Intermediário, conhecido como Tratado INF (do inglês –
Intermediate-Range Nuclear Force).
Esta votação é o
resultado de vários
anúncios proferidos pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, desde o dia
2 de fevereiro deste ano (2019), em resposta à decisão do Presidente dos EUA,
Donald Trump, que, em 20 de outubro de 2018,
anunciou que seu governo iria encerrar sua participação no referido Tratado, o
qual foi assinado em 8 de dezembro de 1987 pelo Presidente norte-americano à
época, Ronald Reagan, e pelo Secretário Geral do Partido Comunista da União
Soviética, Mikhail Gorbachev. O Tratado tinha como meta a total eliminação de
mísseis balísticos e de cruzeiro, nucleares ou convencionais, cujo alcance
efetivo estivesse entre 500 e 5.500 quilômetros de distância.
Segundo
especialistas, o resultado dessa votação poderá ser um dos fatores para que se
inicie um processo de embate político-militar entre as duas nações, o que
também poderia culminar com uma corrida armamentista e a implantação, por parte
dos EUA, com o apoio da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), de
bases de lançamento de mísseis em países fronteiriços à Rússia, o que seria um
golpe no sistema de estabilidade mundial.
Após a aprovação da Lei na
Duma, a expectativa é de que o Conselho da Federação (que corresponde ao Senado
no Brasil) a adote no próximo dia 26 de junho. A Lei outorga a Putin o direito
a restabelecer a vigência do Tratado se os EUA retificarem sua postura.
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Nota:
* O míssil de cruzeiro 9M729
parece ser uma modificação do já implantado míssil de cruzeiro 9M728 de 500 km,
atualmente utilizado pelas brigadas Iskander. O 9M729 difere de seu predecessor
por conta de sua fuselagem ser mais longa. Seu tamanho maior permite que a
carga de combustível e, consequentemente, seu alcance efetivo seja muito
expandido. O tamanho do 9M729 é bastante próximo ao do míssil
Kalibr lançado de navios – Ship Launched Cruise Missile (SLCM),
cuja faixa é estimada em 3.000 km ou mais. O desempenho do 9M729 é provável ser
similar a seu equivalente naval.
Em 26 de abril de 1986, o pior acidente
da história da geração de energia nuclear ocorreu na usina de Chernobyl, alocada
no assentamento de Pripyat, cidade localizada a pouco mais de 100 quilômetros
ao norte de Kiev, capital da, na época, República Socialista Soviética da
Ucrânia.
Imagem aérea do reator nuclear acidentado
De acordo com investigações técnicas
posteriores ao acidente, foram levantadas as causas desse desastre, quando foi
apurado que o reator RBMK* número quatro saiu de controle durante um teste de
baixa potência. Segundo informações da Agência Internacional de Energia
Atômica (IAEA – International Atomic Energy Agency), as
medidas de segurança foram ignoradas, o que levou ao superaquecimento do reator
e ao vazamento do combustível de urânio através das barreiras protetoras,
ocasionando, assim, uma grande explosão.
Cerca de 150.000 quilômetros quadrados na
Bielorrússia, Rússia e Ucrânia foram contaminados com partículas de elementos
radioativos que foram espalhados pelas correntes de ar, dos quais, a maioria
deles teve seus efeitos reduzidos por sua curta “vida útil”, mas, os mais perigosos, tais como Estrôncio-90 e Césio-137
(metais alcalino-terrosos representados na Tabela Periódica pelos símbolos Sr e
Cs, respectivamente) terão seus efeitos prolongados por décadas, talvez séculos,
conforme apontam especialistas. Desde o acidente, uma área que abrange o raio
de 30 quilômetros ao redor da planta, hoje desativada, é considerada “zona de exclusão” e é essencialmente
desabitada por motivos óbvios de segurança.
Logotipo da HBO
Após 33 anos da tragédia, o canal de
televisão HBO** revive os momentos trágicos do acidente numa série televisiva nomeada
“Chernobyl”[Vídeo 1], retratada em cinco episódios, onde apresenta
de uma maneira teatral, mas baseada em detalhes factuais[Vídeo 2], o decorrer dos acontecimentos desde a hora
fatídica da explosão, passando por todo o processo de atendimento dos bombeiros
que colocaram suas vidas em risco para conter o incêndio radioativo e as
manobras de evacuação geral das áreas em torno da planta. Outro ponto que marca
a produção televisiva é a exposição da trama política por trás do evento,
expondo o comportamento do Governo soviético para tentar minimizar a situação.
Sarcófago da Usina Nuclear de Chernobil
Entre críticas e elogios, a dramatização
deixa claro a enorme movimentação humana que se realizou para conter a
propagação dos efeitos da radiação. Os trabalhadores de emergência, na época
denominados de “liquidatários”, foram
recrutados para a área e ajudaram a limpar as instalações da fábrica e a região
circundante. Estes indivíduos eram principalmente trabalhadores da planta,
bombeiros ucranianos, soldados e mineiros da Rússia, Bielorrússia, Ucrânia e
outras partes da antiga União Soviética.
O número exato de liquidatários é
desconhecido porque não há registros completamente precisos das pessoas
envolvidas na limpeza. Segundo informações de órgãos internacionais,
entre 400 mil e 600 mil liquidatários foram recrutados para trabalharem em
descontaminação e grandes projetos de construção, incluindo o estabelecimento
de assentamentos e cidades para trabalhadores de plantas e evacuados. Eles
também construíram repositórios de resíduos, barragens, sistemas de filtração
de água e o “sarcófago”, que sepulta
todo o quarto reator para conter o material radioativo remanescente.
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Notas:
* RBMK é um acrônimo em russo, que
significa Reaktor Bolshoy Moshchnosty Kanalnyy (Reator Canalizado de
Alta Potência) sendo um reator nuclear de canais pressurizados, refrigerado à
água ordinária, com canaletas individuais de combustível passando por dentro de
blocos de grafite que, além de moderador,
atua como elemento estrutural do núcleo. Tais projetos de reator nuclear,
juntamente com os reatores VVER são um dos dois projetos principais a emergir
na extinta União Soviética, e ainda são fundamentais para geração de
nucloeletricidade na Rússia moderna, que é o único país a operar estes
reatores, com um total de 11 ainda em ampla operação.
** HBO é a sigla para Home
Box Office. Trata-se de um canal de televisão pay-per-view (por
assinatura) norte-americano.
Um importante passo na área da diplomacia internacional foi dado no último dia 14 de maio (2019), quando EUA e Rússia, duas das principais superpotências da atualidade, tiveram um encontro de seus mais elevados representantes…
No dia 1º de maio de 2019, o
ex-presidente Raúl Castro, Primeiro-Secretário do Partido Comunista de Cuba,
recebeu o Prêmio Lênin, a mais alta condecoração concedida pelo Partido
Comunista da Federação Russa. Em sua declaração, ao receber a honraria, Castro reiterou que “o prêmio é um símbolo poderoso das relações
históricas entre os povos de Cuba e da Rússia que sofreram em diferentes
cenários, mas, que, hoje, se reforçam e se renovam”.
Che Guevara e Fidel Castro em 1961
A forte relação bilateral entre essas
nações teve início na década de 1960 quando, em meio ao embate
político-ideológico entre EUA e URSS ao longo do período conhecido como a
Guerra-Fria, aconteceu a Revolução Cubana*, movimento liderado por personagens como FidelCastro e Che
Guevara, que depôs o então presidente Fulgêncio Batista. Em 1961, Fidel Castro declarou publicamente a
sua adesão ao comunismo internacional e sua opção pelo marxismo-leninismo,
sendo que quatro anos depois fundou o Partido Comunista de Cuba.
A postura de Fidel Castro aproximou,
definitivamente, cubanos da União Soviética. Sendo Cuba uma ilha
geograficamente estratégica, situada no Caribe, os soviéticos viram em seu
território uma oportunidade do estabelecimento de bases de mísseis nucleares
que ficariam apontados para as cidades estadunidenses, e que, posteriormente, passariam
por um dos piores desbalanceamentos de segurança internacional, no que ficou
conhecido como a “Crise dos Mísseis”
de 1962.
Mapa indicando localização de Cuba e da Rússia
Os 9.550 quilômetros que separam Havana
de Moscou praticamente não tinham significância durante os 30 anos que
perduraram os laços ideológicos e militares caracterizados pelo forte subsídio
econômico oferecido a Cuba pela União Soviética (cerca de 4 bilhões de dólares
anuais, ou R$ 16,4 bilhões ao câmbio atual). Com o colapso da URSS em 1991, a
presença massiva dos soviéticos se retirou da ilha, deixando uma grave crise
econômica para trás. Segundo
estatísticas, em apenas dois anos após a retirada da ajuda econômica, o PIB
(Produto Interno Bruto) de Cuba encolheu 35%, gerando a pior crise da história
do país.
Embaixada da Rússia em Havana
Atualmente, a reaproximação por parte da Federação
Russa vai de encontro ao processo de consolidação de sanções que os EUA aplicam
contra a ilha, acusada de apoiar militarmente o governo venezuelano de Nicolás
Maduro, outro aliado de Moscou. Segundo especialistas, a política adotada por
Washington obriga a ilha caribenha a “abrir
as portas” para uma maior presença não só da Rússia, mas, também, de outros
países interessados nas vantagens geopolíticas e geoestratégicas da região,
tais como a China.
Em 2018, os primeiros traços dessa reaproximação
bilateral começaram a ser vislumbrados com a injeção de 1,392 bilhão de dólares
(aproximadamente, 5,506 bilhões de
reais, de acordo com a cotação de 10 de maio de
2019), sendo 97% desse valor destinado a renovar linhas ferroviárias e
implantar acordos em matéria de energia elétrica e nuclear, o que poderá
aumentar em 20% a produção na ilha, além de implantar sistemas de
cibersegurança; os 3% restantes serão destinados a modernizar a indústria
militar cubana.
* A
Revolução Cubana foi um processo revolucionário responsável pela derrubada do
governo ditatorial imposto por Fulgêncio Batista, que
resultou na tomada de poder da guerrilha liderada por Fidel Castro no ano de
1959. Apesar de, a princípio, não se basear em uma ideologia socialista, o
movimento cubano acabou se alinhando ao comunismo soviético.
Cuba tornou-se independente em 1898, a partir do apoio dos EUA contra a Espanha
e, desde então, tornou-se uma espécie de “terreno” dos EUA, onde, conforme
apontam alguns historiadores, inúmeros negócios norte-americanos se
desenvolviam com lucros altíssimos ao realizar à exploração da economia cubana.
O processo de oposição contra o poder em Cuba s e iniciou a partir do golpe político realizado por Fulgêncio Batista, em
10 de março de 1952, que resultou na derrubada do então presidente Carlos Prío
Socarrás. A partir do golpe, Fulgêncio Batista instituiu uma forte ditadura militar com aguda repressão da imprensa e
de qualquer movimento político de oposição e com ela se iniciou a luta de Fidel
Castro e seus partidários. Pode-se afirmar, portanto, que o movimento liderado
por Fidel Castro é, ao mesmo tempo, uma luta contra a ditadura de Fulgêncio
Batista e também uma luta nacionalista contra as intervenções norte-americanas
nos assuntos cubanos, tanto em questões políticas quanto em questões econômicas.
Uma nova etapa da crise política da
Venezuela tomou forma, no dia 30 de abril de 2019, quando o autoproclamado
Presidente, Juan Guaidó, lançou o que foi chamado de “a
fase final da Operação Liberdade”, um movimento iniciado em janeiro
deste ano (2019), e que envolveu tanto civis como militares em uma ação para a
derrubada do atual presidente Nicolás Maduro.
Para analistas internacionais, a ação não
só poderá resultar num conflito civil de grandes proporções, o que causará mais
desalento a já cambaleante nação venezuelana, como também é mais uma peça a ser
somada ao cenário geopolítico que esta ressuscitando velhos fantasmas
ideológicos na região, por conta da repercussão internacional envolvendo EUA e
Rússia.
Considerando aspectos históricos na relação entre as duas nações, a extinta URSS (União das Republicas Socialistas Soviéticas) geralmente evitava intervir diretamente na América Latina durante a Guerra Fria, e os Estados Unidos adotavam postura semelhante na Europa Oriental. Ambas as regiões eram consideradas “zonas de influência” das superpotências globais, onde cada qual tinha um amplo controle político e militar na sua respectiva Zona, ao menos oficialmente, levando-se em consideração a exceção que foi o caso de Cuba*.
Protestos na Venezuela
Passadas
quase três décadas da dissolução da União Soviética, a Federação Russa adentra
no território latino-americano como principal protagonista estrangeiro, dando
sustentação internacional crucial a Nicolás Maduro, cujo governo, e o de seu
antecessor, o presidente Hugo Chávez (1999-2013), assumiram
fortes laços político-econômicos com o Governo russo, principalmente no
tocante à aquisição de material bélico, tais como aviões de combate, tanques e
sistemas de defesa aérea, deixando claro que a Venezuela não é mais considerada
como um país sob influência dos EUA.
A ideia da
influência norte-americana sobre a América Latina remete aos princípios da
doutrina Monroe, implementada pelo presidente americano James Monroe, em 1823,
que se resumia na frase “América para os
americanos”, estabelecendo que qualquer intervenção europeia em qualquer
território do continente americano seria vista como uma agressão que demandaria
a intervenção dos EUA, espalhando, assim, sua própria hegemonia sobre a região.
A força
dessa ideologia permanece nos dias de hoje ao ser evocada pelo Conselheiro de
Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Bolton, para justificar a política
norte-americana para a Venezuela, principalmente pelo fato da presença
explicita de comitiva militar russa em território venezuelano, o que, para
especialistas, é algo excepcional, mesmo para os antigos parâmetros da Guerra
Fria.
A Rússia, por sua vez, destaca que sua
presença na Venezuela foi pactuada com o Governo daquele país e está de acordo
com as leis internacionais, além de ressaltar que irá criar grupo internacional
para atuar contra os planos de intervenção militar norte-americana, o que,
segundo o Kremlin, iria contra os preceitos do Direito Internacional e da
Constituição da Venezuela. O chanceler russo Sergei Lavrov informou
que as posições de Moscou e Washington sobre a crise
no país sul-americano são “inconciliáveis”,
mas ressaltou que as autoridades russas estão dispostas e prontas ao diálogo.
Jornalista ferido em confrontos na Venezuela
Enquanto o embate político entre EUA e
Rússia tomam proporção, órgãos internacionais como ONU (Organização das Nações
Unidas), OEA (Organização dos Estados Americanos) e União Europeia, através do
Grupo de Contato Internacional (ICG – International Contact Group) apelaram
para uma solução pacífica e democrática desenvolvida pela própria Venezuela,
respeitando os direitos humanos e as liberdades civis, e que, de uma forma
urgente, terminem com a terrível situação humanitária a qual se agravou com os
últimos acontecimentos.
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Nota:
* Em 1962, quando um avião espião dos EUA
descobriu a instalação de mísseis nucleares soviéticos na ilha, o mundo chegou
à beira de uma guerra nuclear. O episódio ficou conhecido como a “crise dos mísseis”.
Após a assinatura do Decreto pelo Governo russo, em 20 de abril de 2016, que aprova o Acordo de Paris*, o próximo passo a ser adotado será a ratificação do Documento, em conformidade com os…
Pela primeira
vez realizada em solo russo, a premiação Best
Brands (do inglês, Melhores Marcas) categorizou a Xiaomi como a melhor
marca em crescimento de 2019, no evento “Russian
Consumer Electronics”. O prêmio faz parte de um projeto anual organizado
pela Interbrand, consultoria global controlada pela Omnicon Group Inc., e que,
todos os anos, categoriza as melhores marcas do mundo, tendo como referencial
suas estratégias, valorização, design corporativo e gestão.
A gigante da
tecnologia chinesa Xiaomi começou sua história nos arredores de Pequim em abril
de 2010, quando foi fundada por 8 sócios provindos de outras empresas de renome
em território chinês, tais como Kingsoft e filiais da Google e Motorola,
comprovando, assim, uma grande experiência de mercado. O nome de batismo da
empresa, que literalmente significa “pequeno
arroz”, tem um simbolismo profundo devido à história do país, onde, durante a segunda guerra
sino-japonesa, de 1937 a 1945, o líder Mao tse Tung dizia que a China combatia
usando “xiaomi e rifles”. Além disso,
no budismo existe o ditado de que um único grão de arroz é capaz de ser tão
incrível quanto uma montanha.
Yu Man, chefe da Xiaomi Rússia, recebendo premiação
Desde sua fundação, a empresa vem batendo
recordes de vendas de seus aparelhos celulares. Em 2015, conseguiu a
impressionante marca de 2 milhões, 112 mil e 10 dispositivos vendidos em um só
dia numa plataforma de vendas online. No
mesmo ano, a empresa atingiu um valor de mercado em torno de 45 bilhões de
dólares (cerca de R$ 182,88 bilhões ao câmbio atual) e com mais de 160 milhões
de usuários em sua base de dados.
Comparativo entre smartphones Xiaomi Mi 9 e Apple iPhone XS
Atualmente, a empresa expandiu sua
presença global com novas lojas localizadas em várias cidades de diferentes
continentes. Além da Índia, também em países europeus como a Rússia, França,
Alemanha e Espanha, e vêm aumentando sua participação mundial não só no
segmento de celulares, mas, também, no ramo de Internet das Coisas e de saúde,
lançando vários itens de fabricação própria, tais como monitor de pressão
sanguínea, purificador de ar, aspirador, roteador, drones, televisores, action cam, scooter elétrico e até
panela de esquentar arroz. Seu principal produto vendido é o aparelho celular
MI 9 SE, que pode ser comprado no Brasil através de plataformas online, pelo
valor de R$ 2.200,00.
Segundo dados divulgados, outro ponto que
chamou a atenção nessa premiação foi a presença da Huawei* no segundo lugar,
indicando que as empresas chinesas conseguiram cativar o consumidor russo,
sendo a Xiaomi a mais lembrada pelo público. A popularidade da companhia fica
ainda mais evidente quando são considerados os números divulgados pelo
AliExpress** no fim do ano passado (2018). De acordo com o levantamento, dos
cinco smartphones mais vendidos na Rússia, três eram da Xiaomi.
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Notas:
* A Huawei é uma empresa multinacional de
equipamentos para redes e telecomunicações sediada na cidade de Shenzhen,
localizada na província de Guangdong, China. Fundada em 1987, a Huawei cresceu
de um pequeno negócio de US$ 5.680 (R$ 23,08 mil, no câmbio atual) para uma
empresa global, com um volume de vendas de mais de US$ 70 bilhões (R$ 284,48
bilhões ao câmbio atual), com presença de negócios em mais de 170 países e
regiões. Suas atividades principais são pesquisa e desenvolvimento, produção e
marketing de equipamentos de telecomunicações, e o fornecimento de serviços
personalizados de rede a operadoras de telecomunicações.
** AliExpress é um serviço de varejo on-line fundado em 2010,
pertencente ao Alibaba Group, com sede em Hangzhou, China.
De acordo com o relatório anual (2019) do Grupo Internacional de Importadores de GNL* (Gás Natural Liquefeito), a Federação Russa ultrapassou os EUA, no último ano (2018), na exportação dessa commodity para a Europa, chegando no montante de 4,43 milhões de toneladas contra os 2,70 milhões de toneladas (60,9% acima do concorrente norte-americano), tendo como principais clientes os Países Baixos (25,73%), Reino Unido (25,96%), França (24,60%) e Espanha (14,45%).
Outro ponto importante para o alargamento do fornecimento de gás natural pela Rússia não só até o continente europeu, mas também para outras localidades, é o desenvolvimento de grandiosos projetos na área energética, tais como o aumento da exploração em campos produtores, tanto baseados em terra quanto os campos offshore, acarretando o aumento da malha de fornecimento através de gasodutos, tendo como principais protagonistas os projetos:
Campo de exploração de Yamal, com 32 pontos de extração e reservas confirmadas em torno de 26,5 trilhões de metros cúbicos de gás, 1,6 bilhão de toneladas de gás condensado e 300 milhões de toneladas de petróleo;
Mapa com extensão dos gasodutos russos Nord Stream e Nord Stream 2
Gasodutos Nord Stream e Nord Stream 2, que farão a transmissão de até 55 bilhões de metros cúbicos de gás anualmente, através de um percurso de 1.224 quilômetros, desde as proximidades de Vyborg, na Rússia, passando pelo Mar Báltico, até Greifswald, na Alemanha.
Mapa com extensão do gasoduto russo Power of Siberia
Gasoduto Power of Siberia, o mais extenso sistema de transmissão do leste da Rússia, com 3 mil quilômetros de extensão, e capacidade de fornecimento anual para a China em torno de 38 bilhões de metros cúbicos de gás.
A Federação Russa, de acordo com o BP Statistical Review of World Energy 2018, alcançou a primeira posição mundial em reservas confirmadas de gás natural, com um montante em torno de 35 trilhões de metros cúbicos (18,1% das reservas mundiais), seguido logo de perto pelo Irã, com 33,2 trilhões de metros cúbicos (17,2% das reservas mundiais), sendo que, o total da Europa, por sua vez, possui reservas em torno de 3 trilhões de metros cúbicos (1,5% das reservas mundiais), o que a transforma num grande dependente do gás russo e de suas diretrizes, algo que, segundo estrategistas políticos, poderiam transformar esse produto em uma arma geopolítica.
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Nota:
* A GIIGNL é uma organização sem fins lucrativos, cujo objetivo é promover o desenvolvimento de atividades relacionadas ao GNL: compras, importação, processamento, transporte, manuseio, regaseificação e seus diversos usos. O grupo constitui um fórum para o intercâmbio de informações e experiências entre os seus 81 membros, a fim de reforçar a segurança, a fiabilidade e a eficiência das atividades de importação de GNL e o funcionamento dos terminais de importação de GNL em particular. A GIIGNL tem um enfoque mundial e sua filiação é composta por quase todas as empresas do mundo ativas na terminação de importação e regaseificação de GNL.
Criada em 4 de abril de 1949, ao término da Segunda Guerra Mundial, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) teve como principal objetivo a unificação de determinados países do hemisfério setentrional para combater…