O “Mercado Comum do Sul” (MERCOSUL) gera fluxos de mercadorias, de pessoas, financeiros e econômicos. Apesar de seus problemas pontuais, que não devem ser subestimados, sob o ponto de vista do comércio exterior, o Bloco é relevante para o comércio brasileiro porque, por exemplo, 78% das empresas exportadoras brasileiras em 2010 tiveram uma relação comercial com o “Mercado Comum do Sul”, o que demonstra a sua importância para o desenvolvimento do comércio internacional do Brasil.
No dia 6 de fevereiro de 2014, o “Ministro de Relações Exteriores do Brasil”, Luiz Alberto Figueiredo, declarou na primeira reunião da “Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado Federal” que “(…) em 2013, a corrente comercial com a Argentina alcançou o segundo maior volume da história do nosso comércio, atrás, apenas, do que aconteceu em 2011. Foram US$36 bilhões de fluxo comercial. As nossas vendas para a Argentina, por exemplo, subiram 9% no ano de 2013, quer dizer, com todas as dificuldades que surgem, com todas as questões pontuais que surgem, ainda assim, há uma clareza de que o nosso comércio no âmbito do Mercosul se ampliou tremendamente, que foi uma oportunidade extraordinária para nós e para os parceiros do Mercosul (…)[1].
Sob o olhar do sistema urbano brasileiro o Bloco também é um importante ator. Ele não representa apenas uma corrente comercial entre os países, ele ainda está inserido em uma rede urbana, regional, nacional e transnacional de cidades estando também incluído numa rede de empresas, sejam elas de caráter nacional, sejam de caráter transnacional.
Sob o ponto de vista empresarial, de 2001 a 2013, o total de empresas que exportaram para o MERCOSUL foi de 45.531 empresas sendo que 18.850 exportaram para Argentina, 12.569 para o Paraguai e 14.112 para o Uruguai. Durante este período, a classe empresarial encontrou dificuldades dentro do Bloco, como, por exemplo: as políticas restritivas da Argentina, as crises econômicas estruturais, as crises internacionais, a falta de infraestrutura logística adequada e as crises cambiais que abalaram em algum momento a corrente comercial.
Para debater as questões mais delicadas, ocorreu o “I Fórum Empresarial do MERCOSUL”, no final de 2012, a fim de melhorar a articulação entre a política externa e a classe empresarial. Os principais temas abordados foram estruturados em quatro eixos temáticos: (a) Agronegócio; (b) Energia; (c) Inovação; e (d) Infraestrutura e Logística[3]. Em julho de 2013, ocorreu o “II Fórum Empresarial do MERCOSUL” que foi realizado na sede do “Laboratório Tecnológico do Uruguai” (LATU) com três painéis de análise: (a) Cadeias de Valor Industriais e Agropecuários; (b) tecnologias da informação, comunicação e (c) serviços globais e turismo[2].
A localização geográfica das empresas exportadoras para o MERCOSUL, diferentemente do que se cogitava quando o Bloco iniciou em 1991, não é apenas o sul do Brasil, que se favorece do Bloco devido a sua proximidade geográfica, mas também estados nas demais regiões que se beneficiam igualmente da corrente comercial, como os Estados de “Minas Gerais”, “São Paulo”, Bahia e Amazonas. Lembrando que também ocorre a participação de outros Estados em uma escala menor.
Sob o ponto de vista urbano, as estatísticas indicam que em uma escala local (no território brasileiro), os fluxos de exportações do MERCOSUL saem de 1.676 cidades brasileiras, o que representa 30% dos municípios totais do Brasil. Além disso, 584 cidades do Brasil exportaram para o Bloco durante treze anos consecutivos, de 1999 a 2012. Isto quer dizer, que em uma escala regional, 30% das cidades envolvidas com as exportações do MERCOSUL estão inseridas dentro da rede comercial gerada por ele e, ao mesmo tempo, estão mergulhadas em uma rede urbana que gera os fluxos logísticos, financeiros, de mão-de-obra que estimulam o desenvolvimento de uma economia local e regional.
Durante o período de 1999 a 2012, o fluxo de exportação total do Brasil para o MERCOSUL foi em torno de 200 trilhões de dólares distribuídos em milhões de toneladas de mercadorias que fluíram pela rede urbana e logística do país. Desta forma, o desenvolvimento das redes urbanas está fortemente ligado às mutações do sistema industrial e as novas estratégicas adotadas pelas empresas.
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Imagem (Fonte):
http://www.logisticabrasil.gov.br/
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Fontes consultadas:
[1] Ver:
http://www.senado.gov.br/atividade/comissoes/sessao/escriba/notas.asp?cr=2272
[2] Ver:
http://comexdobrasil.com/forum-empresarial-mercosul-debate-oportunidades-dificuldades-da-integracao-regional/
[3] Ver:
www.funag.gov.br/