Após Washington anunciar em maio de 2018 a retirada unilateral do acordo que culminou no desmantelamento do Programa Nuclear Iraniano, conhecido como Joint Comprehensive Plan of Action (JCPOA, na sigla em inglês), e que fora…
A eleição presidencial em 2020 nos
Estados Unidos pode ser considerada como uma conjuntura longeva, porém, a
movimentação social em torno do futuro pleito, o acirramento da oposição
democrata na Casa dos Representantes, após o bom resultado nas eleições de meio
de mandato (Midterm, como é conhecido
nos EUA), inspirou uma série de postulantes ao cargo máximo a anunciar intenção
em se tornar o próximo ou a próxima Presidente dos EUA pelo Partido Democrata.
Esse panorama aparentemente favorável ao Partido Democrata surgiu, segundo
recente pesquisa do PEW Research, da
condução do país pelo presidente Donald J. Trump.
Em charge, Trump se mostra preocupado com as mudanças na Casa dos Representantes, agora de maioria democrata
De acordo com a pesquisa,
no segundo aniversário da posse do atual Mandatário, as opiniões públicas sobre
o desempenho, bem como sua ética, honestidade e condução na administração
pública são decididamente negativas.
O Presidente inicia seu terceiro ano com
um índice de aprovação de 37%, e 59% o desaprovam. Dos cinco Presidentes
anteriores, apenas Ronald Reagan tinha índice de aprovação tão baixo nesse
mesmo estágio do mandato, com 54%.
Em contrapartida, mais americanos
interpretam que as políticas econômicas adotadas pela atual administração
tornaram as condições melhores (40%), do que piores (28%), enquanto 29%
disseram que não tiveram muito efeito.
Ao adotar uma comparação com a
administração de Barack Obama, nas mesmas condições da atual pesquisa, em
janeiro de 2011, portanto, no terceiro ano de seu primeiro mandato, a opinião
pública expressou visões mistas do impacto de suas políticas econômicas, com aproximadamente
31% dizendo que pioraram, contra 28% dizendo que resultaram em melhores
condições.
Outros
dois aspectos muito específicos de sua administração também foram analisados.
No que tange à questão de tornar pública sua declaração de impostos, como no passado,
a maioria, ou seja, 64%, dizem que Trump tem a responsabilidade de publicar sua
declaração de impostos, e apenas 32% entendem que ele não tem responsabilidade
de fazer tal movimento. Quase todos os democratas, ou 91%, e 32% dos
republicanos afirmam que o presidente estadunidense deveria liberar suas
declarações de impostos.
Em relação à investigação promovida pelo
Procurador Especial, Robert Muller, sobre a influência da Rússia nas eleições
de 2016, bem como o papel do Presidente na trama, conhecido como Russiagate, a confiança do público na
investigação se mostra estável. A maioria, ou 55%, continua confiante no trabalho
do Procurador e classificam como um trabalho justo.
Outra pesquisa
de relevância sobre o desempenho de Donald Trump feita pelo site Real Clear Polítics reforça o
aprofundamento da posição negativa do mandatário estadunidense, os 42,2% que
aprovam seu governo, contra 54,4% que não aprovam, criaram as bases para o
Partido Democrata já iniciar seu processo de escolha do futuro candidato a
ocupar a Casa Branca.
No destacado hall dos presidenciáveis do partido
opositor se destacada a Senadora por Massachussets, Elisabeth Warren, de 69
anos e membro da ala esquerda do partido. A Senadora se tornou a primeira
democrata a declarar sua pré-candidatura para as eleições de 2020.
Elisabeth Warren com Hillary Clinton em Manchester, New Hampshire, 2016
Em seu vídeo de anúncio, além
de apresentar suas credenciais, destaca: “Hoje,
a corrupção está envenenando nossa democracia… Os políticos olham para o
outro lado, enquanto as companhias de seguro negam aos pacientes a cobertura
que salva vidas, enquanto os grandes bancos arrancam os consumidores, enquanto
as grandes companhias petrolíferas destroem este planeta”.
Kirsten Gilliard em evento em prol dos militares estadunidenses
A também Senadora, Kirsten Gillibrand, do Estado de Nova
Iorque, foi a próxima figura importante do Partido a anunciar sua candidatura
durante uma entrevista ao programa “The
Late Show with Stephen Colbert”. A senadora Gilliard, de 52 anos, ao longo
da entrevista
sinalizou para a classe média, bem como para o rotineiro problema do sistema de
saúde estadunidense. Ela disse: “Como
jovem mãe, eu vou lutar pelos filhos de outras pessoas tão duro quanto vou
lutar por mim mesma, e é por isso que acredito que a saúde deve ser um direito e
não um privilégio”.
Kamala Harris como procuradora-geral anunciando em 2011 a prisão de líderes da Nuestra Familia
Kamala
Harris, Senadora pelo estado da Califórnia é mais uma mulher que anunciou
sua pré-candidatura, em 21 de janeiro, no dia de Martin Luther King Jr.,
durante uma entrevista ao programa “Good
Morning America” da ABC. A Senadora californiana, de 54 anos, é
ex-Procuradora-Geral do Estado e figura ascendente no Partido Democrata. No
curso da entrevista sinalizou para a luta dos direitos civis, o que deve
nortear sua campanha e atrair o voto das minorias.
Corey
Booker, Senador por Nova Jersey, anunciou pelo twitter sua pré-candidatura democrata e se tornou o segundo
afro-americano a disputar preliminarmente a Presidência. O Senador
ficou conhecido nacionalmente como Prefeito de Newark, Nova Jersey. Aos 49
anos, é graduado na Escola de Direito de Yale e, segundo especialistas, nunca
fez segredo de suas ambições de chegar à Casa Branca. Ainda segundo os mesmos
especialistas, já dispõe de estrutura de campanha em alguns Estados
importantes.
Corey Booker em evento de campanha para Barack Obama, em 2007
Booker se destacou pelo trabalho
bipartidário, no fim de 2018, para aprovar um pacote de reforma da justiça
criminal que reduziu as penas federais mínimas obrigatórias e trabalhou em
conjunto com o senador Tim Scott, Republicano da Carolina do Sul. Ambos ainda
discorrem sobre a criação de “Zonas de
Oportunidades”, uma forma de isenção de impostos em bairros de baixa renda,
tal como a Lei de Corte de Impostos de 2017.
Booker e a Senadora Kamala Harris
(Califórnia) são co-patrocinadores do projeto Medicare for all
do também presidenciável Bernie Sanders, que tem como objetivo eliminar o
seguro de saúde privado. O Senador
pelo Estado de Vermont, Bernie Sanders, a que anunciou sua entrada na disputa das
primárias, é considerado por especialistas como um dos grandes nomes do
Partido.
O Senador
tem a seu favor um programa de governo conhecido e bastante difundido, tais
como a generalização da cobertura de saúde, a educação gratuita nas
universidades públicas, a reforma do sistema penal, a reforma da política de
imigração, bem como programas de proteção ao emprego e melhoria do salário
mínimo.
O anúncio de Biden é de grande interesse
para eleitores democratas e quase todos os principais doadores de campanha,
pois, segundo analistas políticos em Washington, há maior interesse no
ex-Vice-Presidente por ser um candidato que teria maiores condições de derrotar
o atual Presidente.
No entanto, o ceticismo
de Biden sobre a nomeação vai ao encontro da empolgação encontrada na sociedade
com o número elevado de mulheres e afrodescendentes que devem concorrer, nichos
da sociedade com o qual Biden não goza de muita empatia, e muitos consideram
mais uma polarização a ser administrada em um país já dividido.
Antes do pleito Republicano Vs. Democrata
em 2020, os oposicionistas terão que definir dentre os inúmeros pré-candidatos
nas primárias. Contudo, a futura eleição, independentemente do resultado,
poderá consolidar mudanças profundas na formulação social estadunidense, pois,
tem sido observado por analistas e disseminado na mídia que a diversidade
racial, étnica e sexual de candidatos em disputa aos cargos eleitorais não é um
fato episódico e veio para ficar.
O presidente Donald J. Trump anunciou,
ainda no fim de 2018, que a campanha militar no nordeste da Síria seria
encerrada após o que considerou como sendo efetiva a derrocada do Estado
Islâmico (ISIS, na sigla em inglês) na região.
A retirada abrupta do efetivo de dois mil
homens, composto por conselheiros militares, forças especiais e fuzileiros
navais estabeleceu um ambiente de contradições dentro da administração em
relação à decisão, o que culminou no pedido
de demissão de James N. Mattis, Secretário de Defesa, críticas
de legisladores republicanos e democratas que entendem a retirada como
falsa premissa de vitória sobre a organização jihadista, além de abrir
precedente para uma disputa regional pelo poder, estando do mesmo lado Rússia,
Irã, Turquia e o regime sírio de Bashar Al-Assad.
Com a decisão presidencial, o principal
parceiro militar de Washington no terreno, as Forças Democráticas Sírias
(Syrian Democratic Forces – SDF, na sigla em inglês), formadas por curdos, e
que atualmente controla aproximadamente um terço do território sírio, deixará
de receber amparo logístico, de inteligência e suporte em operações especiais.
Outra consequência discutida, segundo
alguns analistas políticos consultados e legisladores republicanos, é quanto à
posição de outros aliados regionais, em especial Israel, que ficará mais
vulnerável ao avanço de Irã e Hezbollah, postulantes a protagonistas em
promoção de influência na região.
O posicionamento da Casa Branca também
devolve à Turquia um posto importante na tomada de decisões políticas, territoriais
e militares nas cercanias de suas fronteiras, após um período de deterioração
das relações bilaterais entre Washington e Ancara devido ao apoio do primeiro
às Unidades de Proteção do Povo (Yekîneyên Parastina Gel – YPG, na sigla em
curdo), grupo ligado ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (Partiya
Karkerên Kurdistanê – PKK, na sigla em curdo), com longo histórico de embate
com governos turcos.
Unidades de Proteção do Povo (Yekîneyên Parastina Gel, YPG na sigla em curdo)
Ainda dentro da ótica das relações
turco-americanas, a retirada dos EUA da Síria poderá fomentar a retomada das
relações comerciais, uma vez que Ancara anseia pela compra de sistemas de
mísseis Patriot, decisão estratégia
importante, haja vista que o presidente turco Recep Tayyp Erdogan deseja
ampliar sua esfera de influência no norte da Síria para evitar maior autonomia
curda.
No que tange ao papel da política externa
estadunidense no Oriente Médio, a
crítica quanto à retirada de forças abre outro caminho, com cenários
favoráveis à iniciativa presidencial. Washington nunca controlou a Síria,
aliada desde a década de 1950 do regime soviético e posteriormente da Federação
Russa.
Argumentam especialistas que Trump e o
antecessor, Barack Obama (2009-2017),
não conduziram um planejamento para ganhar o controle do país, dada a
estratégia governamental de ambos de retirar os EUA de conflitos longevos no
Afeganistão (2001) e Iraque (2003), evitando, assim, mais dispêndio de vidas
humanas e gastos econômicos.
Outros pontos de reflexão destacados
pelos mesmos especialistas vão contra à relevância da Síria para Washington antes
do levante no país e subsequente surgimento do Estado Islâmico (Daesh, em
árabe). De Richard
Nixon (1969-1974) a George
W. Bush (2001-2009), todos fizeram negócios com a família Assad quando era
de interesse dos EUA fazê-lo, embora soubessem que se tratava de um regime
identificado pelos norte-americanos com características autoritárias.
Com o advento da Primavera Árabe, a
agenda de política externa da administração Obama definiu como necessária a
retirada de Bashar Al-Assad da Presidência, entretanto, um plano de remoção e
criação de um novo governo para substituir o regime alauíta não chegou a ser
oferecido.
Outro argumento proposto pelos que são
favoráveis à retirada contrapõe-se àquele discurso que defende a redistribuição
de forças no país, o qual entende que a saída das tropas seria vista como uma
perda aos EUA. Nesse sentido, analistas ponderam que, apesar de Rússia,
Turquia, Irã e o grupo xiita Hezbollah poderem consolidar rapidamente a
influência na Síria, a responsabilidade em gerir um Estado fraco, com economia
também fragilizada e infraestrutura severamente danificada por uma guerra civil
punitiva, não produzirá um ativo estratégico para quem assumir esta
responsabilidade, e o mais provável é que se torne em um atoleiro caro para os
supostos vencedores.
Como aponta o cientista
político Mark Katz, a área continua a ser um caldeirão de forças políticas
concorrentes e seus interesses conflitantes provavelmente virão à tona quando
os EUA se retirarem. Se assim for, entregar o xadrez sírio para outros poderia
ser uma vitória líquida para a Casa Branca.
Comboio de blindados estadunidense em estrada em Idlib
Em oposição
à conjuntura favorável à retirada das forças militares estadunidenses da Síria,
outro cenário pode emergir: a crise econômica instaurada pelos oito anos de
guerra civil agravará tensões e conflitos sectários e étnicos.
Nesse sentido, a saída prematura dos EUA
poderá ocasionar em características similares à retirada do Iraque e ao plano
de retirada do Afeganistão, atraindo novas modalidades de violência sectária,
fortalecimento de grupos insurgentes, extremismo e conflito civil duradouro.
No âmbito da parceria com os curdos, que
auxiliaram as forças norte-americanas na luta contra o ISIS, agora surge a obrigação de negociar com o grupo insurgente
curdo para compensar a saída da força de coalizão ocidental do terreno.
Nesse sentido, se tais esforços
produzirem efeitos reais, ou se os curdos sírios insistirem na busca pela
independência, o resultado poderá ser a confecção de uma intervenção de Ancara,
ou uma nova mistura de ataques de Damasco, Moscou e Teerã contra as regiões que
curdos controlam no leste da Síria.
Por tais razões, especialistas
consultados acreditam que as determinações de Trump são um convite a novos
esforços extremistas e novas possibilidades de conflito civil, além de abrir
definitivamente o país para Rússia e Irã.
Para mitigar o risco, analistas veem três opções: fornecer novamente armamento e realizar ataques aéreos para garantir o enclave sírio de resistência árabe-curdo; reintroduzir assistência de forças especiais; e criar mecanismos de financiamento internacional, um pacote ocidental para inviabilizar a influência de Assad e seus aliados geopolíticos.
“Hoje, finalmente reconhecemos o óbvio: que Jerusalém é a capital de Israel”. Ao anunciar oficialmente que os EUA reconhecerão Jerusalém como capital do Estado de Israel, no último dia 6 de dezembro de 2017, o…
Uma nova pesquisa divulgada no mês de novembro de 2017 pelo United States Census Bureau aponta que a série histórica de movimentos migratórios em 2016-2017 mostra uma queda expressiva. De acordo com o órgão governamental, após oito anos do fim da recessão econômica e, por conseguinte, com a economia apresentando dados sustentáveis, a movimentação que ocorreu em outros tempos apresentou taxa baixa, de 11%, equivalente ao pós-segunda guerra mundial.
Congestionamento registrado na cidade de Phoenix, Arizona
Para William H. Frey, especialista do Programa de Políticas Metropolitanas do Brookings Institute, o declínio da índice anual de mobilidade é resultado de tendências de longo prazo, como o envelhecimento da população e o aumento do número de proprietários de imóveis, que se deslocam menos que os inquilinos.
Ainda de acordo com o analista, a maior parte do declínio recente da mobilidade se deve a movimentos locais, preterindo movimentos de longa distância. Foi essa nova tendência de mobilidade local dentro dos limites do município que produziu a redução da taxa de mobilidade geral. Entretanto, as taxas de migração interestadual aumentaram ligeiramente nos últimos dois anos, resultado da influência por empregos e valor de mão-de-obra mais atrativos no mercado.
Outro destaque do relatório fica por conta da geração de “millennials”*, com idades entre 25 e 34 anos, que apresentam índices de mobilidade local estagnado, porém aumento na migração de longa distância. Para o United States Census Bureau, esses movimentos tendem a ser mais permanentes do que aqueles de adultos com menos de 25 anos, além disso, permitem um foco no segmento mais antigo da geração millennials, que foi duramente atingido pela recessão e pela crise da habitação.
Isso sugere que o recente aumento do emprego está levando mais indivíduos desse grupo a avançar longas distâncias, para regiões que crescem mais rapidamente, em especial em áreas denominadas “Sun Belt”** e outras áreas metropolitanas menores.
O relatório ainda aponta, em caráter conclusivo, que a desaceleração nacional do fluxo migratório iniciada em 2007-2009 levou longo tempo para recuperar. Nos anos 2000 a mobilidade estava em pleno vigor, apoiada pelo dinâmico crescimento econômico da região do Sun Belt, com habitação a preços acessíveis nos subúrbios e comunidades menores.
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Notas:
* Millennials: Termo utilizado para designar os nascidos após os anos 1980 e meados da década de 1990. Compete ao termo também designar que a geração se desenvolveu numa época de grandes avanços tecnológicos, com facilidade material e ambiente predominantemente urbanizado.
** Sun Belt: “Sun Belt”, ou “Cinturão do Sol” é o termo para designar as regiões sul e sudoeste dos EUA que apresentam grande crescimento econômico e demográfico. Corresponde aos estados do Arizona, Califórnia, Flórida, Nevada, Novo México, Texas, Geórgia e Carolina do Sul. Podem ser considerados parte dessa região os Estados da Louisiana, Mississippi e Alabama.
Em abril deste ano (2017), o presidente americano Donald Trump autorizou um ataque de mísseis Tomahawk à base aérea síria em Homs, um ato interpretado como possível rotação da nova administração na política externa dos EUA para o Oriente Médio.
O episódio poderia marcar nova etapa na Guerra Civil, pois analistas apontavam Washington como espectador, cedendo protagonismo no pós-guerra a Moscou, que alinhava a reconstrução da Síria com opositores a Estados Unidos e Israel.
Donald Trump com Vladimir Putin no Encontro da APEC, Asia-Pacific Economic Cooperation ocorrido na cidade de Danang, Vietnã em 11 de novembro de 2017
Nas discussões sobre o futuro sírio, Putin se reuniu em Sochi, em 22 de novembro de 2017, com os presidentes de Irã e Turquia, encontro visto por especialistas como pano de fundo numa disputa regional projetada a partir da Síria, acrescentando-se que foi o primeiro do qual os EUA não participaram.
Ilan Goldenberg, que atuou em questões do Oriente Médio no Pentágono e Departamento de Estado, sob a administração de Barack Obama, considera que após o encontro de Putin com Assad, também em Sochi, “Putin ganhou na Síria” e que esse reconhecimento passa por “culpa tanto de Obama, como de Trump”.
Nesse contexto geopolítico, a posição de Washington está em buscar alternativas, principalmente após a decisão de Trump de cancelar o programa secreto da CIA que culminaria no custeio de armas para rebeldes sírios moderados que lutam contra o regime de Assad.
Segundo analistas, com tal posicionamento, o objetivo é fazer esforço para reverter a influência do Irã, que se associou a Rússia para defender Assad, já que este é um cenário preocupante para Israel.
Concomitantemente, ao projetar frear a expansão de Teerã no Oriente Médio, o tenente-general das Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês), Gadi Eisenkot, revelou em entrevista à mídia saudita que Tel-Aviv estava pronta para compartilhar inteligência com países árabes moderados, com a finalidade de combater o Irã, uma decisão unilateral, a qual, segundo foi apurado, não teve influência de Trump.
Ao apresentar tal iniciativa, ficou claro para especialistas nos EUA e em Israel que há críticas no núcleo duro do Governo israelense, que interpreta a abordagem da administração Trump para o Oriente Médio como pouco clara e desarticulada, considerando que isso ocasiona ambiente de incertezas, ao passo que a coalizão Rússia, Irã, Síria, Hezbollah avança.
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Fontes das Imagens:
Imagem 1 “Presidente Donald Trump em conversa com Primeiro–Ministro Benjamin Netanyahu no Aeroporto Ben Gurion, na primeira visita de Trump a Israel, como Presidente” (Fonte):
Imagem 2 “Donald Trump com Vladimir Putin no Encontro da APEC, Asia–Pacific Economic Cooperation ocorrido na cidade de Danang, Vietnã em 11 de novembro de 2017” (Fonte):
A emboscada a militares estadunidenses na região de Tillabery, Níger, no último 4 de outubro de 2017, resultando na morte de quatro soldados Boinas Verdes, ainda gera questionamentos sobre a política externa dos EUA na…
Na semana passada, as primeiras acusações formalizadas pelo investigador especial Robert Muller contra membros da campanha do então candidato republicano à Presidência dos EUA, Donald Trump, complementam o que havia sido diagnosticado por agências de inteligência estadunidenses.
Paul Manafort Jr em preparação para o discurso eleitoral de Trump em Nova Iorque
O relatório aponta que há fortes indícios da participação do presidente Vladimir Putin no suposto esforço de desestabilização eleitoral, que consistiria, principalmente, em prejuízos à campanha da presidenciável democrata Hillary Clinton e no enfraquecimento do processo eleitoral do país.
Ainda com base no relatório e informes de autoridades do Departamento de Segurança Interna (DHS, na sigla em inglês), o esforço russo envolveria atividades com agências governamentais, mídia respaldada pelo Estado e “trolls” de internet pagos, bem como operações secretas, por meio de atividades cibernéticas ilícitas patrocinadas por agentes de inteligência.
Na consolidação da estrutura cibernética para o ataque eleitoral, as agências de inteligência dos Estados Unidos afirmam que o conluio russo criou mecanismos de financiamento a meios de comunicação, incluindo o site Sputnik e a rede de televisão Russia Today (RT) com o objetivo de prejudicar a campanha de Hillary Clinton.
Afirmam também que o recorte utilizado pela emissora RT durante a eleição explorou negativamente a imagem de Clinton com foco em seus e-mails vazados, acusando-a de corrupção, assim como má saúde física e mental, e laços com extremistas islâmicos.
As recentes acusações produzidas contra Paul Manafort Jr, ex-chefe de campanha de Trump, sobre a suposta ação russa, complementa um estágio da investigação iniciada pelos órgãos de segurança interna dos EUA e abre, quase que instantaneamente, uma frente junto a Kiev, em que se investiga Manafort pelo seu trabalho como assessor político de Viktor Yanukovych, ex-Presidente da Ucrânia, pró-Rússia, que foi deposto quando se deu a crise ucraniana, em 2013.
Na primeira denúncia é avaliado o nome de Manafort como beneficiário de pagamentos na ordem de US$ 12,7 milhões e a segunda investigação busca relatório de 2012, preparado para o Governo ucraniano pelo escritório de advocacia de Nova Iorque, “Skadden, Arps, Meagher & Flom”.
Há acusações sobre a possibilidade de que Paul Manafort tenha ajudado a organizar um relatório para retirar Yanukovych das acusações de encarcerar sua principal adversária política na época, a ex-primeira-ministra Yulia Tymoshenko, e também um relatório que apresenta alegações para o julgamento e condenação de Tymoshenko em 2011, porém com indícios de violações legais e politicamente motivadas.
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Nota:
* Deve-se destacar que o referido Relatório apresenta mecanismos que apontam para a RT América TV como um canal que possivelmente recebe financiamento do Kremlim para operar nos EUA.
O documento destaca o papel da editora-chefe da RT, Margarita Simonyan com laços estreitos com os principais funcionários do atual governo russo, dentre eles, o Vice-Chefe de gabinete da administração presidencial Aleksey Gromov, que foi um dos fundadores da RT.
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Fontes das Imagens:
Imagem 1 “Tradicionais Matrioska, ou bonecas russas em representação aos líderes Vladimir Putin e Donald Trump” (Fonte):
Na segunda-feira, 30 de outubro, após 5 meses e meio de investigações e muita especulação, os EUA conheceram as primeiras acusações promovidas pelo ex-diretor do Federal Bureau of Investigation (FBI, na sigla em inglês) e atual investigador especial, Robert Muller*, sobre o suposto envolvimento da Rússia na campanha presidencial norte-americana de 2016.
Paul Manafort Jr., chefe de campanha de Donald Trump, e Rick Gates, segundo homem forte da campanha presidencial republicana e associado em negócios com Manafort, foram indiciados por 12 acusações, incluindo lavagem de dinheiro, operações ocultas com agentes estrangeiros, ocultação de contas no exterior e por dar falso testemunho para autoridades federais.
Investigador especial Robert Muller em audiência no Senado
George Papadopoulos, também investigado no que ficou conhecido na imprensa internacional como Russiagate, se declarou culpado por mentir ao FBI sobre suas interações com um professor com vínculos com o Governo russo.
Os primeiros argumentos destacados na investigação indicam que o Presidente dos EUA teve como chefe de campanha um homem que supostamente serviu como agente estrangeiro para outros governantes, dentre os quais: Viktor Yanukovych, ex-Presidente da Ucrânia; Mobutu Sese Seko, ex-Presidente da República Democrática do Congo; Ferdinand Marcos, ex-Presidente das Filipinas; e Jonas Savimbi, líder rebelde angolano, assim como para governos alinhados com Vladimir Putin.
Outro argumento de destaque na investigação expõe um membro da equipe de campanha do então presidenciável Donald Trump, supostamente como interlocutor de pessoas próximas ao Kremlin, cujo objetivo era organizar uma reunião entre a campanha e funcionários russos com interesse em obter informações comprometedoras sobre a candidata do Partido Democrata, Hillary Clinton.
Paul Manafort na preparação da Convenção Nacional Republicana em Cleveland, 2016
Apesar do desejo de Trump em cortar as investigações sobre a trama russa na política estadunidense, seus principais conselheiros, de acordo com fontes em Washington, acreditam que não há muito a ser feito, indicando que Trump ficaria alheio as investigações de Muller.
A secretária de imprensa Sarah Huckabee Sanders disse a repórteres apenas “no”, ao ser perguntada se o presidente tentaria alguma manobra, como comprometer o orçamento utilizado por Muller, tal como sugerido pelo ex-estrategista-chefe da Casa Branca, Steve Bannon.
Alguns conservadores, no entanto, pressionam Trump a considerar outra opção para minimizar as notícias sobre a Rússia. A ideia passa pela criação de um conselho especial concorrente que examinaria um acordo da era Obama que permitia que uma empresa russa assumisse o controle de uma fatia da capacidade de extração de urânio nos EUA.
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Nota:
* Robert Muller foi o 6º diretor do FBI, no período de 2001 a 2013, nas administrações de George W. Bush e Barack Obama.
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Fontes das Imagens:
Imagem 1 “Paul Manafort com Trump na Convenção Nacional Republicana de 2016” (Fonte):
A atitude adotada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao prestar condolências a viúva do Sgt. La David Johnson, Myeshia Johnson, que foi testemunhado pela congressista democrata Frederica S. Wilson, gerou grande debate sobre…