Ontem (09 de junho), o Banco Mundial (BM) outorgou à Argentina um empréstimo no valor de US$ 4,14 milhões, no âmbito de uma Aliança Estratégica.
Apesar da aprovação do crédito, o Banco Mundial advertiu a Argentina sobre os problemas de corrupção, mas frisou a crescente intervenção estatal na economia como fator importante para acentuar ainda mais a já limitada capacidade de atrair capital privado.
Esse é um fator que eleva a possibilidade de rompimento dos contratos, pois o intervencionismo, acrescido da politização do judiciário, tem elevado a insegurança em relação aos direitos contratuais.
Com tantos problemas internos e a falta de credibilidade para atrair investimentos, como foi identificado pelo Banco Mundial, a pergunta lançada pelo jornal argentino “La Nación” sobre a razão para se conceder ao país o maior empréstimo dos últimos tempos, gera reflexões. Também gera a forma protocolar da resposta dada pelo Banco Mundial: “Somos um Banco de Desenvolvimento”.
Por isso, as notícias publicadas sobre o empréstimo ficaram centradas na questão do porque emprestar dinheiro a Argentina depois dos diagnósticos “duros” do Banco Mundial. Mas, o Banco Mundial lançou um alerta implícito ao país: Não adiantará o empréstimo realizado se a Argentina não fizer reformas nos setores apontados pela instituição, pois ele não será revertido em melhorias, uma vez que poderá não ser aplicado corretamente.
Por outro lado, este alerta não altera o quadro. É possível concluir que ele não melhorará a atual situação argentina, principalmente nesta época de crise mundial. Provavelmente, será um alento a algumas comunidades; mas, para dar maior efetividade ao alerta, o Banco Mundial teria de exigir contrapartidas do governo Argentino em fiscalizar e direcionar o empréstimo aos pontos críticos do país como normalmente procede.