Uma pesquisa encomendada pelo instituto Datafolha revela que quase três quartos dos católicos brasileiros aprovam a escolha do papa Francisco. 74% dos entrevistados classificaram como “boa” ou “ótima” a escolha do cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio. Apesar da aprovação, os fieis solicitaram que a “Igreja Católica” repense a postura sobre o divórcio e sobre o uso de preservativos.
Jorge Mario Bergoglio foi eleito por um Conclave organizado em 2013, após a renúncia de “Bento XVI” ao papado. Tendo assumido, o novo papa reiterou o convite a todos os jovens do mundo para participarem da “Jornada Mundial da Juventude” no “Rio de Janeiro”, interrompida pela renúncia (abdicação) do agora papa emérito “Bento XVI”.
A eleição e a aceitação local do novo Papa podem ter sido previsíveis, pois o Brasil, bem como toda a América Latina, possui influência histórica do catolicismo. Diversas ordens católicas participaram da colonização do continente, além disso, a região abriga México e Brasil, dois do principais países onde o catolicismo é predominante. Em sua atuação recente nas relações entre os Estados da região, pode-se citar o ano de 1984, quando a “Igreja Católica” mediou um conflito entre Chile e Argentina sobre posses territoriais.
Apesar da predominância, a influência da “Santa Sé” parece declinar no continente. Políticos mexicanos, por exemplo, aprovaram leis que legalizaram o aborto e a eutanásia, contrariando preceitos que são caros ao catolicismo. O aumento do número igrejas protestantes no Brasil também vem desafiando o predomínio dos templos católicos.
Por isso, alguns observadores internacionais têm levantado a questão de que esses fatos podem ter influenciado na escolha de Francisco, supostamente eleito também para manter o prestígio regional da “Igreja Católica” e recuperar os espaços que vem perdendo[1].
——————————
Fonte consultada:
[1] Ver:
http://www.foreignaffairs.com/articles/139066/omar-encarnacion/the-catholic-crisis-in-latin-america