Um ano após apresentar sua renúncia como resultado das manifestações populares, Saad Hariri foi nomeado Primeiro-Ministro do Líbano, no último 22 de outubro de 2020. O então Premier havia se demitido do cargo em 29…
O Secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, iniciou seu tour de cinco dias pelo Oriente Médio. A viagem teve como objetivo exortar mais Estados árabes a assinarem tratados de paz com Israel, normalizando as relações. A visita do Secretário teve início em 24 de agosto, e teve Tel Aviv como primeiro destino.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anuncia à mídia o acordo com os Emirados Árabes Unidos do Salão Oval na Casa Branca, em 13 de agosto de 2020
Mapa do chamado ‘Visão para Paz’, plano de paz para o conflito Israel-Palestina apresentado por Donald Trump em 28 de janeiro de 2020
A contrapartida do acordo seria o comprometimento israelense com a suspensão da declaração de soberania sobre os 30% adicionais da Cisjordânia, áreas delineadas no plano “Paz para Prosperidade” de Donald Trump, anunciado em janeiro de 2020.
Bandeiras de Israel e Estados Unidos ao lado do slogan ‘Trump é amigo do Zion’, por ocasião dos preparativos da cerimônia de realocação da Embaixada norte-americana em Israel de Tel Aviv para Jerusalém, em 2018
Analistas apontam que o acordo tem cunho tecnológico e estratégico, viabilizando a venda de jatos F-35 dos Estados Unidos aos Emirados – o que Israel nega ter permitido – e de fortalecimento dos laços pró-ocidentais na região. Além de representar “o golpe mais recente dos Estados árabes à causa Palestina”, a normalização é acusada de ser feita às custas do legítimo direito nacional palestino, vez que ignora as violações israelenses ao Direito Internacional, sobretudo a ocupação de facto nos territórios para além da linha verde de 1967. O acordo, argumentam analistas, mira o Irã e deve ser compreendido dentro da campanha de recrudescimento de sanções e de pressão máxima de Trump contra o chamado eixo da resistência, composto, além do Irã, por Síria, Hezbollah, Hashd ash-Shabi no Iraque e Ansar Allah no Iêmen.
———————————————————————————————–
Fontes das Imagens:
Imagem 1 “Michael Richard Pompeo, Secretário de Estado norte–americano” (Fonte):
Imagem 2 “O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anuncia à mídia o acordo com os Emirados Árabes Unidos do Salão Oval na Casa Branca, em 13 de agosto de 2020”(Fonte):
Imagem 3 “Mapa do chamado ‘Visão para Paz’, plano de paz para o conflito Israel–Palestina apresentado por Donald Trump em 28 de janeiro de 2020”(Fonte):
Imagem 4 “O Secretário de Estado Michael Pompeo em encontro com o Sultão de Omã, Haitham bin Tariq Al Said, em Muscat, Omã, em 21 de fevereiro de 2020”(Fonte):
Imagem 5 “Bandeiras de Israel e Estados Unidos ao lado do slogan ‘Trump é amigo do Zion’, por ocasião dos preparativos da cerimônia de realocação da Embaixada norte–americana em Israel de Tel Aviv para Jerusalém, em 2018”(Fonte):
O Líbano ocupou as manchetes do mundo inteiro após a tragédia ocorrida no porto de Beirute, no último dia 4 de agosto. A explosão de uma carga de produtos químicos, dentre estas cerca de 2.750 toneladas de nitrato de amônio, armazenada nas dependências das zonas portuárias, deixou cerca de 200 mortos, mais de 6.000 feridos, 300 mil desabrigados e uma grande devastação na capital do país, onde residem 1 milhão dentre os seus 5 milhões de habitantes.
A resposta acalorada gerou uma profunda disputa entre a classe política libanesa. Em recente declaração, o governador de Beirute afirmou em entrevista que o episódio deve ser considerado como “genocídio contra os libaneses”.
A presente crise política levou o então primeiro-ministro Hassan Diab a entregar sua demissão na última segunda-feira, dia 10 de agosto, imediatamente após emitir a exoneração de todo o Gabinete. Ao anunciar sua saída, Diab afirmou categoricamente que a “corrupção endêmica” era a causa da tragédia e que o “sistema da corrupção é maior que o próprio Estado” no Líbano.
Diab apresenta sua renúncia após pouco mais de seis meses no cargo. Em outubro de 2019, uma série de denúncias de corrupção levou a protestos pedindo maior transparência e a renúncia do então primeiro-ministro Saad Hariri. A atual aliança governista enfrentou um longo período de negociações até que Diab, então Ministro da Educação, fosse apontado e referendado para assumir o governo.
Existe no país a impressão de que a estrutura mantém privilégios de grupos políticos, o que levaria a um aumento da corrupção e do radicalismo político. A influência de atores externos e de grupos nacionais, como o movimento político muçulmano xiita Hezbollah, é objeto de preocupação entre analistas locais e estrangeiros.
Apesar da resistência da classe política em implementar mudanças, ou mesmo em apresentar medidas de transparência, a recente tragédia no Líbano pode levar esta aparente descrença a um profundo descontentamento com o tradicional sistema político.
Analista avaliam que a necessidade de fundos estrangeiros para a manutenção de serviços básicos e reformas pode levar o governo a ter que negociar com atores internacionais mudanças no seu modelo.
Imagem 1 “Foto dos escombros do Porto de Beirute após a explosão ocorrida em 4 de agosto / Página oficial da Agência de Notícias da Organização das Nações Unidas – UN News” (Fonte):
Imagem 2 “Veículos e construções afetados pela explosão no porto de Beirute / Página oficial da Agência de Notícias da Organização das Nações Unidas – UN News” (Fonte):
Imagem 3 “O presidente do Líbano, Michel Aoun, em pronunciamento oficial / Página oficial do presidente do Líbano, Michel Aoun, no Twitter. @General_Aoun” (Fonte):
O Irã enfrenta uma série de desafios atualmente, a começar pela sua situação doméstica. O país é um dos mais afetados pela pandemia causada pela Covid-19, com mais de 296 mil casos confirmados e de…
O Primeiro-Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, tem se provado extremamente habilidoso em gerir as crises que cercam seu governo. Desde o princípio das investigações de corrupção das quais é alvo, o Premier participou de 3 processos eleitorais, entre abril de 2019 e março de 2020, sabendo manter sua posição e governabilidade.
Durante o primeiro surto do coronavírus, o Likud, partido ao qual pertence Netanyahu, conseguiu consolidar um governo de coalizão através de um acordo com o general reformado Benjamin Gantz, líder do Kahol Lavan.
Netanyahu reunido com o comitê de crise do governo para decidir sobre pacotes de ajuda econômica para a população – Retirado da Conta oficial do Primeiro–Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, no Twitter. @netanyahu
A falta de medidas amplas de ajuda fragiliza profundamente a população do país. A perda de empregos e de poder econômico, sobretudo da classe média do país, gera distintas manifestações em redes sociais afirmando que o governo “não se importa” com as pessoas e com a situação econômica de Israel.
Gantz havia despontado durante as eleições de 2019 como líder de uma força política renovadora de centro-direita, pois seu histórico como militar e propostas de renovação atraíram a atenção de uma ampla parcela do eleitorado israelense.
Apesar das sucessivas vitórias que o atual mandatário coleciona, o governo possui uma série de agendas complexas e contraditórias para aprovar, como as medidas de anexação de território palestino. Além da reprovação de grande parcela da população israelense, a medida é considerada impopular por ampla parte da comunidade internacional. Distintos membros da União Europeia, bem como países na África, América Latina e Ásia acenam com medidas de retaliação comercial para Israel em caso de aprovação. Apesar do apoio do presidente estadunidense Donald Trump à agenda de Netanyahu, o avanço da anexação encontra expressiva resistência no Congresso dos Estados Unidos.
Questões pessoais tornam a situação do Primeiro-Ministro ainda mais difícil de administrar. Netanyahu trava uma batalha persistente contra a Suprema Corte de Israel para impedir o avanço de investigações sobre supostos subornos e benefícios ilícitos que alegadamente haveria recebido.
Observa-se que o governo israelense deverá buscar outras vias de diálogos com a população. Será necessário para Netanyahu buscar outras saídas políticas para manter agendas complexas ou conceder certas decisões políticas para manter a estabilidade. O avanço da pandemia e da crise nas próximas semanas será determinante para estabelecer como se dará a continuidade da aliança política e as saídas para o Primeiro-Ministro.
———————————————————————————————–
Fontes das Imagens:
Imagem 1 “O Primeiro–Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, realiza coletiva de imprensa para anunciar a aplicação de medidas de distanciamento social no país – Retirado daConta oficial do Primeiro–Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, no Twitter. @netanyahu” (Fonte):
אני רואה לנגד עיניי את בעל המסעדה, את נהג המונית, את מוכר הפלאפל, את הספר והקוסמטיקאית, את עובדות הבמה והתיאטרון והאומנים והאומניות, את בעלות העסקים ובעלי העסק, את המנהלים ואת הפועלים. אני עובד יום ולילה בשבילכם. pic.twitter.com/3c8NJoaIrh
Imagem 2 “Netanyahu reunido com o comitê de crise do governo para decidir sobre pacotes de ajuda econômica para a população – Retirado da Conta oficial do Primeiro–Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, no Twitter. @netanyahu” (Fonte):
ממשיכים לעבוד מסביב לשעון על ״חבילת הקורונה״ לסיוע לעצמאיים, לעובדים ולמבקשי העבודה. בשורות חשובות מאוד בקרוב! pic.twitter.com/YnG2r4vXtW
A recente campanha Garra de Tigre, que lançou uma série de ataques militares da Turquia contra o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), associada a uma série de ações do Irã contra cidades curdas, vem impactando o norte do Iraque e levou o governo iraquiano a emitir comunicados exigindo que os vizinhos deixem de promover ações militares em seu território.
Os ataques realizados pela Turquia também vem sendo alvo de críticas por parte de distintos atores por cobrir a região habitada pela população yazidi, uma etnia curda profundamente afetada pelos conflitos recentes.
O Ministro da Defesa turco, Hulusi Akar, revisa plano de ação da Operação Garra de Tigre com oficiais do país – Fonte: página oficial de Hulusi Akar no Twitter: @tchulusiakar
O porta-voz do Ministério da Defesa do Iraque, Yehia Rasool, em anúncio junto a representante do primeiro-ministro Mustafa al-Kadhimi – Fonte: página oficial do governo do Iraque no Twitter: @IraqiGovt
Apesar de confrontos na região entre forças curdas e países vizinhos serem comuns, os atos bélicos acontecem em um período de escalada de violência e aumento da presença militar, tanto da Turquia como do Irã.
Estados adjacentes saíram rapidamente a condenar a ação. No dia 17 de junho, após o anúncio da operação Garra de Tigre, autoridades dos Emirados Árabes Unidos afirmaram que as ações tanto da Turquia quanto do Irã representam uma “séria violação da soberania do Iraque”.
O momento, entretanto, levanta questões quanto à preocupação com a estabilidade iraquiana. Tendo vista a expansão de atos militares no exterior por parte da Turquia, outros governos pela área podem temer que, para além de querer controlar ataques curdos ou criar uma pressão sobre Bagdá, ações militares como essas podem vir a se tornar mais comuns e afetarem mais Estados ao longo do tempo.
———————————————————————————————–
Fontes das Imagens:
Imagem 1 “O Ministro da Defesa turco, Hulusi Akar, visita tropas que tomarão parte na ação Garra de Tigre – Fonte: página oficial de Hulusi Akar no Twitter: @tchulusiakar” (Fonte):
Imagem 2 “O Ministro da Defesa turco, Hulusi Akar, revisa plano de ação da Operação Garra de Tigre com oficiais do país – Fonte: página oficial de Hulusi Akar no Twitter: @tchulusiakar” (Fonte):
Imagem 3 “O porta–voz do Ministério da Defesa do Iraque, Yehia Rasool, em anúncio junto a representante do primeiro–ministro Mustafa al–Kadhimi – Fonte: página oficial do governo do Iraque no Twitter: @IraqiGovt” (Fonte):
O Primeiro-Ministro israelense, Benyamin Netanyahu, definiu o dia 1º de julho como data prevista para adiantamento do seu plano de anexação dos assentamentos israelenses no Vale do Jordão e na Cisjordânia, na esperança de um…
No último dia 7 de maio, o Parlamento do Iraque realizou, através de votação, a escolha de Mustafa Al-Khadimi como novo Primeiro-Ministro do país, bem como deu posse ao seu gabinete.
A nomeação de um novo Primeiro-Ministro ocorre seis meses após a renúncia de Adil Abdul-Mahdi do cargo, em 29 de novembro de 2019. Desde então, o Parlamento iraquiano não conseguiu apontar um novo governo para o país. Dois Chefes de Governo foram apontados pelo presidente iraquiano Barham Salih, mas renunciaram antes que o órgão legislativo pudesse votar sua condução ao poder.
A dificuldade em encontrar objetivos comuns entre os distintos grupos políticos do Iraque e a dificuldade em encontrar um nome que agradasse às ruas levou ao longo processo de escolha. Al-Khadimi, antigo chefe da inteligência no país, e jornalista de formação, apareceu como uma alternativa “técnica” frente à dificuldade de formar um governo. O novo Primeiro-Ministro iraquiano se propôs a formar um governo com pessoas consideradas especialistas em suas áreas e salientando que buscou escolher figuras “não associadas a partidos políticos”.
O novo governo também herda de seu antecessor a grave crise política e a escalada dos problemas de segurança internos. A agenda de segurança e a recuperação do diálogo com a população devem ser prioridades no próximo período.
Mustafa Al-Khadimi também indicou que pretende adotar mais restrições e medidas mais duras de controle sobre as milícias, sobretudo grupos que possuam relações diretas com o Irã. Peças importantes na derrota do Estado Islâmico no Iraque, grupos como as Forças de Mobilização Popular (FMP) são hoje considerados grandes desafios para o estabelecimento de um governo central e Estado funcional.
Membros das Forças de Mobilização Populares distribuem mantimentos para afetados pela pandemia causada pelo novo Coronavírus – Página Oficial das FMP no Facebook @WarMediaTeam
Apesar do Estado Islâmico não possuir mais amplo controle territorial sobre o Iraque, ondas de mobilização do grupo permanecem uma ameaça constante, bem como outros grupos terroristas. A associação das milícias ao Irã pode representar um desafio ao lidar com o poderoso vizinho. Os grupos também contam com simpatia da população após o combate contra o EI e tem efetivo controle territorial de muitas regiões.
O novo governo do Iraque deve enfrentar uma acirrada desconfiança da população, dificuldades para estabilizar o país economicamente e a maior crise sanitária da história recente. Em meio a este cenário, o Primeiro-Ministro busca também a solução do que é considerado um dos maiores problemas estruturais do Estado iraquiano. Apesar de constituir uma agenda política que representa um elemento necessário à estabilidade do governo, há um risco grande em desafiar a popularidade de grupos políticos instituídos e criar frentes desafiadoras, em meio a um período já turbulento para o país.
———————————————————————————————–
Fontes das Imagens:
Imagem 1 “O Primeiro–Ministro do Iraque, Mustafa Al–Khadimi, em pronunciamento oficial –Página oficial do gabinete do Primeiro–Ministro do Iraque no Twitter. @IraqiPMO” (Fonte):
Imagem 3 “Membros das Forças de Mobilização Populares distribuem mantimentos para afetados pela pandemia causada pelo novo Coronavírus –Página Oficial das FMP no Facebook @WarMediaTeam” (Fonte): https://www.facebook.com/WarMediaTeam
Quase 7 anos após a queda de Muammar Gaddafi, o cenário político da Líbia permanece turbulento. A divisão da comunidade internacional frente a qual força política possui mais possibilidade estabilizar o país é já há muito tempo um elemento complicador na dinâmica cotidiana do país.
Em 2016, foi formado Governo do Acordo Nacional, composto através de negociações ocorridas na vizinha Tunísia e apoiado pela Organização das Nações Unidas e parte da comunidade internacional. A partir daquele momento, algumas unidades políticas da Líbia discordaram da formação do governo e reuniram seu apoio em torno do general Khalifa Haftar, formando o Exército Nacional da Líbia. A dificuldade de encontrar um denominador de unidade se reflete na constante disputa pelo controle do território da Líbia.
Em janeiro de 2020, representantes de 12 países envolvidos no conflito, da Organização das Nações Unidas, o Primeiro-Ministro líbio, Fayez al-Sarraj, e o general Khalifa Haftar, líder do Exército Nacional da Líbia, se reuniram em Berlim para a “Cúpula para a Paz da Líbia”. O encontro foi considerado produtivo pela anfitriã Angela Merkel e pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.
No dia 28 de abril, o líder do Exército Nacional da Líbia (que contesta a legalidade do governo em Trípoli) declarou que possui “mandato popular” e afirmou que é o “legítimo governante” da Líbia.
Este novo momento na crise política aumenta também a presença de forças militares na Líbia, à medida que cada mais vez mais governos estrangeiros demonstram seus interesses em se envolver nas questões internas do país.
O governo da Turquia vem ampliando seu envolvimento no conflito líbio. Após a aprovação de uma missão militar pela Grande Assembleia Nacional da Turquia, 2.000 soldados turcos desembarcaram no país vizinho para apoiar o governo em Trípoli. Após a recente declaração de Haftar, representantes turcos alegaram que qualquer ação dos opositores líbios pode esperar “respostas militares da Turquia”.
Funcionários da Organização das Nações Unidas distribuem comida para refugiados em decorrência dos ataques ocorridos durante o Ramadã – Página oficial do Alto Comissariado das Nações Unidas para a Líbia no Twitter – @UNHCRLibya
A Arábia Saudita, o Egito e os Emirados Árabes Unidos, por outro lado, têm mantido seu apoio às forças leais ao general Haftar. O confronto ocorrido aumenta a tensão entre os vizinhos. Hamdi Aksoy, porta-voz do Ministro das Relações Exteriores da Turquia, chegou a conclamar os Emirados a abandonar sua “política destrutiva” para a região, alegando também que os países do Golfo possuem presença no Sudão para recrutar rebeldes para lutar na Líbia.
A Rússia, apesar de ser um dos principais aliados do governo turco, possui uma proximidade e não esconde seu apoio ao Exército Nacional da Líbia. Recentemente, funcionários do Departamento de Estado dos Estados Unidos declararam que a Rússia vem aprofundando o conflito na região com seu apoio a Haftar. Chris Robson, um oficial do governo estadunidense afirmou que a ação russa “levou a uma escalada significativa do conflito e a uma piora da situação humanitária na Líbia”.
Ainda que o conflito na Líbia não tenha parecido próximo de uma solução desde a queda de Muammar Gaddafi e o começo do conflito interno, em 2011, o recente momento aponta para um aumento da complexidade e da projeção de interesses na região.
Há o temor por parte de países no Norte da África, no Oriente Médio e de outros, como os Estados Unidos, de que países como a Rússia e a Turquia passem a aumentar sua presença na Líbia visando obter uma plataforma para projeção de poder no Mediterrâneo e na região.
Sem uma solução para a unidade na Líbia, e com o espaço aberto para o envolvimento internacional, a complexidade do conflito tende a aumentar. Com o envolvimento de forças militares privadas e outros grupos, a tendência é que os confrontos se tornem mais acirrados.
A transformação da maneira como se vem conduzindo o combate na Líbia deve resultar em mais desabrigados, mais mortes e tornar ainda mais complexo o trabalho humanitário conduzido no terreno, abrindo um capítulo mais complexo na história da crise no país.
———————————————————————————————–
Fontes das Imagens:
Imagem 1 “Mãe e criança recebem ajuda humanitária, após serem impedidas de deixar a cidade de Bengasi por conta do conflito – Agência de Notícias das Nações Unidas” (Fonte): https://news.un.org/ar/story/2020/05/1054802
Imagem 2 “Funcionários da Organização das Nações Unidas distribuem comida para refugiados em decorrência dos ataques ocorridos durante o Ramadã – Página oficial do Alto Comissariado das Nações Unidas para a Líbia no Twitter – @UNHCRLibya” (Fonte): https://twitter.com/UNHCRLibya/status/1256979875585495041/photo/1
O Ministro do Interior da Alemanha, Horst Seehofer, proibiu no último dia 30 de abril todas as atividades “da organização xiita terrorista Hezbollah” no país, informou o Porta-Voz do Ministério, Steve Alter, em sua conta…