O Vice-Presidente da República Federativa do Brasil, Hamilton Mourão, partiu no dia 18 de maio (2019) em uma viagem de seis dias à República Popular da China (RPC), visando recalibrar as relações bilaterais entre os…
Após Washington anunciar em maio de 2018
a retirada unilateral do acordo que culminou no desmantelamento do Programa
Nuclear Iraniano, conhecido como Joint
Comprehensive Plan of Action (JCPOA, na sigla
em inglês), e que fora assinado pelo grupo de nações intitulado P5+1
(Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China, mais a Alemanha), existia
a possibilidade apontada por críticos da saída estadunidense do Acordo de que
Teerã poderia restabelecer rapidamente sua capacidade nuclear.
Nesse período, apesar da oposição da
União Europeia, as sanções impostas pelos norte-americanos em novembro desse
mesmo ano, e apoiadas por algumas empresas da Zona do Euro, acarretaram no
recrudescimento da venda de petróleo iraniano em aproximadamente 1,5 milhão de
barris/dia.
Tal posicionamento inicial, fruto de uma
promessa de campanha do presidente Donald Trump, ganhou novos contornos, com a
Casa Branca aumentando
a pressão nos últimos meses sobre a República Islâmica, ao anunciar novos
mecanismos que oneram países que compram o petróleo bruto iraniano.
O objetivo, de acordo com membros da
administração Trump, é por fim a atividades desestabilizadoras
que o país persa promove no Oriente Médio, a incluir: o apoio ao grupo
Hezbollah no Líbano; a assistência aos rebeldes Houthis no Iêmen; o patrocínio
ao regime de Bashar al-Assad na Síria e as milícias xiitas no Iraque; assim
como o restabelecimento
de voos diretos Teerã-Caracas, retomados como parte do processo de apoio ao
regime do presidente Nicolás Maduro.
Conferência de Imprensa do Grupo P5+1 e República Islâmica do Irã, em julho de 2015
Apesar de todos os investimentos, o
retorno financeiro é considerado baixo e auxilia no aprofundamento da crise
interna. A inflação
de aproximadamente 50%, moeda
em colapso, persistentes paralisações de trabalhadores, um crescente
movimento pelos direitos das mulheres, recentes
enchentes que mataram mais de 75 pessoas e causaram em torno de US$ 3
bilhões em danos (aproximadamente, 12,3 bilhões de reais, conforme a cotação de
17 de maio de 2019), além da praga
de gafanhotos que ameaça 300.000 hectares, ou cerca de US$
9 bilhões das terras agricultáveis do país (Em torno de 36,9 bilhões de
reais, conforme a mesma cotação), ampliam a pressão ao Aiatolá Ali Khamenei, o
Líder Supremo do país. Esse contexto viabiliza uma campanha
cujo objetivo principal é acelerar o colapso econômico iraniano e a mudança do
regime.
Para tal iniciativa ser bem-sucedida,
observadores internacionais creem que reforçar as bases de apoio à posição de
Israel como principal parceiro geoestratégico e ampliar os laços entre o Estado
judeu com os países árabes que se opõem ao Irã, com os Estados do Golfo, Arábia
Saudita e Egito, forçará o Líder Supremo e o presidente Hassan Rouhani a
optarem por três cenários distintos:
1. Um
acordo com a administração Trump: esse acordo inviabilizaria qualquer
iniciativa de cunho militar e poderia restabelecer as conexões comerciais
essenciais para a retomada econômica da nação;
2. Aguardar
pelo pleito presidencial estadunidense em 2020: autoridades estadunidenses
que participaram do Acordo de 2015 na administração de Barack Obama sugeriram ao
chanceler iraniano Mohammad Javad Zarif que Trump é um Presidente fraco e que,
provavelmente, não será reeleito, o que abriria espaço para retomada do JCPOA
em janeiro de 2021. Contudo, para analistas consultados, exercer
tal “paciência estratégica” é
considerada arriscada pelo Aiatolá.
3.
Promover uma contra escalada: outra parcela de analistas pontuou a
possibilidade do enfrentamento direto, ou seja, reiniciar o programa nuclear.
Entretanto por ser o único país do sistema internacional a combater
simultaneamente três ameaças de guerra, contra Estados Unidos, Israel e Arábia
Saudita, essa possibilidade se torna a mais remota, justamente pelo fato de o
enredo contextualizado por Washington ser semelhante ao testemunhado em 2003,
quando a invasão ao Iraque foi justificada pela existência de um arsenal de
armas químicas e biológicas.
Líder Supremo, Aiatolá Ali Khamenei, em discurso em setembro de 2015
Embora a opção militar pela República
Islâmica não seja considerada, analistas apontam que a limitação de forças
convencionais, em uma eventual ofensiva externa, poderia ser superada por uma
rede de forças xiitas que se estende do Afeganistão ao Líbano e incluem
segmentos das milícias xiitas iraquianas e do Hezbollah, que controla o sul do
Líbano e tem milhares de mísseis balísticos apontados para Israel.
Em complemento, o Irã também poderia
mobilizar homens-bombas dedicados a causa xiita e ao nacionalismo propagandeado
pelo regime, o que faria essa escalada militar resultar em um cenário sem
precedentes.
No aspecto
econômico, à instabilidade gerada pela retórica inflamada entre Washington
e Teerã tende a manter a oferta e os preços do petróleo em consonância com os
tempos mais recentes.
Contudo, Arábia
Saudita e outros membros da OPEP, como Emirados Árabes Unidos têm a
intenção de cortar as exportações de petróleo iraniano e inundar o mercado,
porém podem ocasionar em riscos. Ao encorajar a política de Trump, os dois
países visam não apenas enfraquecer o rival regional, como obter lucro
financeiro, à medida que o preço do barril aumenta exponencialmente com as
exportações.
O Iraque deseja que os países membros do
bloco não tomem iniciativas unilaterais até a reunião de junho próximo (2019).
Já a Líbia, com o retorno dos pesados combates em seu território, teme que suas
exportações sejam colocadas em risco e não devem perpetrar nenhuma ingerência
no cenário da OPEP contra o Irã.
A perspectiva na Venezuela é considerada
um dos piores cenários. Com a maior reserva comprovada de hidrocarbonetos, já
não conta com a mesma capacidade de produção, hoje menos de um milhão de
barris/dia, e novas sanções de Washington tendem a ampliar a turbulência
política e a crise econômica no país sul-americano, o que inviabiliza também a
possibilidade de maior pressão contra a ofensiva aos persas.
Em Beijing
há pouco interesse na mudança do regime em Teerã, haja vista que é o único país
na região rico em energia, sobre o qual Washington não tem uma posição segura.
Na Índia,
em meio a uma eleição geral, o atual primeiro-ministro Narendra Modi tem pouco
interesse em tomar medidas que aumentem os preços dos combustíveis.
Embora haja interesse mútuo na cooperação
em detrimento do conflito, Trump e Khamenei entendem que o caminho diplomático
passa pela escalada das ameaças mútuas, algo que observadores apontam que
resultará em prejuízos, principalmente ao povo iraniano, assim como aos demais
povos do Oriente Médio onde Teerã exerce forte influência.
O elegante Chapéu Panamá nunca sai de moda. Está sempre em evidência nos desfiles
e seu uso foi
adotado por celebridades que vão de Fernando Alonso, Piloto de Fórmula 1, a
Michael Jackson, Rei do Pop. O que pouca gente conhece é a história desse
adereço, cuja tecelagem é Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade e que,
apesar do nome, é fabricado no Equador.
A
história começa nos idos de 1630 na cidade de Jipijapa, na Província* de
Manabí, na costa do Pacífico no Equador, quando o indígena Domingo Choéz
começou a fabricar chapéus artesanais inspirados nos modelos espanhóis,
utilizando fibras (palha) do talo de uma palmeira cultivada mais ao sul, onde
hoje fica a Província* de Santa Elena.
Nos anos 1800, a planta popularmente
conhecida como “jipijapa” recebeu o nome
botânico de carludovica palmataem homenagem a Carlos IV e sua esposa
Maria Luísa, Rei e Rainha da Espanha.
Mais tarde viria a ser conhecida como
paja toquilla e o chapéu como
sombrero de paja toquilla. Em meados do século XIX estes sombreros superaram
o cacau na pauta de exportação e, até 1863, mais de 500 mil
unidades foram exportadas pelo porto da cidade de Guayaquil.
Presidente Roosevelt usa Chapéu Panamá em visita às obras do Canal
A construção
do Canal do Panamá gerou uma demanda de chapéus para proteção do sol pelos
trabalhadores, contribuindo para a fama e para a distribuição a outras partes
do mundo em razão da localização estratégica do país centro-americano. O
Presidente dos EUA, Theodore Roosevelt, fez uma visita de inspeção às obras do
Canal em 1906 e para proteger-se utilizou um sombrero de paja toquilla. A
cobertura fotográfica da mídia ajudou a popularizar o sombrero que passou a ser conhecido mundialmente como Chapéu Panamá (Panama Hat, em inglês).
Delegação do Equador nos Jogos Olímpicos 2016 usando o Chapéu Panamá
O Chapéu é confeccionado em diversos
modelos masculinos e femininos, dos mais simples aos mais sofisticados e caros.
Inovações tem sido incorporadas, tais como cores por tingimento e bordados, conforme
noticiado recentemente pelo periódico equatoriano El Telégrafo. A divulgação
do item como originário do Equador também tem sido uma constante. Nos Jogos Olímpicos
de 2016 (Rio 2016) a delegação equatoriana desfilou usando o Chapéu Panamá,
reforçando a associação do produto ao seu país.
Em final de março de 2019 a Associação de
Jovens Empresários de Cuenca, capital da Província* de Azuay, em conjunto com o
Ministério do Turismo, lançou
a campanha Hat Friday (Dia do Chapéu, em inglês). Os equatorianos são
convidados a usarem o Chapéu nas sextas-feiras e compartilhar fotos nas redes
sociais com a hashtag #HatFriday.
Num segundo momento da campanha, formadores de opinião investirão na promoção
internacional do sombrerode paja toquilla como Equadorian Hat em
lugar de Panama Hat.
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Nota:
* Províncias
são divisões político-administrativas do território do Equador, similares aos
Estados no Brasil. Azuay, Cañar, Manabí e Santa Elena são algumas das 24
Províncias do país.
As relações sino-africanas pautam-se na Cooperação Internacional e nos investimentos em diversos setores, mais expressivamente no que diz respeito à criação de infraestrutura em prol do desenvolvimento. Segundo esta perspectiva, as relações diplomáticas também são…
Relatório titulado “Abusos do governo turco com leis antiterrorismo” evidencia série de prisões arbitrárias de opositores e minorias no país desde julho de 2016
Publicado em 2019 o relatório da Journalists and Writers Foundation (JWF) evidencia eventos que anteciparam a tentativa de golpe em 2016 na Turquia até a formulação de leis antiterroristas. Conforme publicado, leis que são usadas contra opositores e a população civil.
De acordo com o documento,
a definição “vaga” na legislação sobre o terrorismo prejudicou de forma
arbitrária — até mesmo com prisões e expulsões — ONGs, jornalistas e ativistas
de direitos humanos.
O relatório
aponta pela constituição turca: O Artigo 4 (1) do Decreto Lei No. 667 (23 de
julho de 2016) ordena a demissão de servidores “que são considerados membros ou
têm relação, conexão ou contato com organizações terroristas ou estrutura/entidades,
organizações ou grupos, estabelecidos pelo Conselho de Segurança Nacional como
se engajar em atividades contra a segurança nacional do Estado”.
Com esse alinhamento e a acusação da tentativa de golpe por parte de membros do movimento Hizmet, criou-se uma lista de acusações. Nela de forma explícita estavam 16 maneiras de tirar alguém de cargos ou detê-la. (Ver página 11 do relatório).
De acordo com as Nações Unidas existe uma resolução específica para terrorismo. A Resolução 70/148 de criminalização de atos terroristas define que: deve ser definido com precisão e não por discriminação ou não retroativo.
Lenín Moreno Garcez Boltaire completará em maio de 2019 dois anos como Presidente Constitucional da República do Equador. O aniversário de gestão traz para o mandatário o desafio de reverter o mais baixo índice de aprovação obtido pelo seu governo desde a posse.
Formado em Administração Pública, Lenín empreendeu na área de turismo até iniciar-se na vida pública como gestor governamental, em 1996. Militante político desde os tempos de faculdade, foi eleito em 2006 e reeleito em 2009, nas duas vezes como Vice-Presidente da República, na chapa de Rafael Correa. Declinou de convite para nova reeleição junto com Correa, que se elegeu pela terceira vez, e foi nomeado Delegado sobre Deficiência e Acessibilidade da ONU, onde atuou de 2013 a 2016.
Em 2017 foi eleito Presidente da República, e visto como um símbolo da resistência da esquerda, um dos poucos remanescentes do “Socialismo do Século XXI”, num contexto de ascensão do neoliberalismo no continente. No seu discurso de posse comprometeu-se a combater as desigualdades, erradicar a pobreza extrema e governar para todos, indicando que daria continuidade ao trabalho iniciado dez anos antes por seu antecessor, na chamada Revolução Cidadã.
Considerado um sucessor natural de Rafael Correa, logo tornou-se seu desafeto, inclusive na disputa pelo partido Aliança País, fundado por Correa, mas que terminou em seu poder. No seu primeiro ano de governo exonerou diversos políticos correistas e conduziu uma consulta popular, cujo resultado, dentre outras coisas, impediu que o ex-Presidente pudesse ser candidato novamente. Segundo o jornal brasileiro Estado de Minas, essas medidas foram o suficiente para “sepultar a herança de seu antecessor e ex-aliado, Rafael Correa”.
Em sua gestão buscou desfazer a tensão entre o Governo e os setores da mídia e empresariado, promoveu a reaproximação do seu país com os Estados Unidos, com países da Europa e com instituições financeiras multilaterais. O Equador continuou mantendo laços fortes com nações vizinhas, a exemplo do Peru e da Colômbia, e participando das atividades promovidas por blocos regionais, tais como as rodadas de negócios da Aladi (Expoaladi 2017 e 2018) e da Comunidade Andina de Nações(VI e VII Encuentro Empresarial Andino em 2017 e 2018).
Não obstante, o Governo Moreno afastou-se da Venezuela, com críticas severas ao regime de Nicolás Maduro, e anunciou, em julho de 2018, que iria demandar a devolução do edifício-sede da Unasul em Quito, entidade da qual veio a se retirar em março de 2019. Ainda em julho de 2018 solicitou a associação à Aliança do Pacífico que, embora seja um bloco regional latino-americano, fora rejeitado por Rafael Correa, que via com suspeição a entidade.
Presidente Moreno se reúne com prefeitos municipais
No período de um ano a aprovação da gestão Moreno caiu de mais de 80% (9 de agosto de 2017) para menos de 45%, em 12 de agosto de 2018. Enquanto atribuía as dificuldades ao legado negativo deixado por Correa diminuía a credibilidade do povo na sua pessoa e o correismo se mobilizava para ressurgir como força oposicionista ao morenismo. Nas eleições regionais de março de 2019, embora não tenha ocupado postos-chaves nas três cidades principais do país, o correismo obteve vitórias que aumentam seu poder de ação.
A China vem promovendo uma série de investimentos em ciência e inovação de modo a alavancar-se como um dos centros de desenvolvimento de tecnologia nas próximas décadas. Dentro deste escopo mais amplo, encontra-se a tecnologia…
Em 20 de maio de 2017, o Quarteto, grupo
conformado por Arábia Saudita, Bahrein, Egito e Emirados Árabes Unidos
apresentaram uma lista de 13 demandas ao governo do Qatar. A lista trazia em si
pontos como cessar financiamento para atividades terroristas, prover informação
sobre grupos políticos para as quais supostamente haviam enviado financiamento,
cortar relações com o Irã e fechar uma série de meios de comunicação
considerados perigosos, principalmente a cadeia de notícias Al-Jazeera.
Por mais que já tenha admitido a simpatia
e a cooperação com a Irmandade Muçulmana, o governo qatari nega veementemente
que tenha fornecido qualquer apoio logístico ou financeiro para grupos como o
Estado Islâmico ou a Al-Qaeda.
Também não reconhece haver interferido ou
mantido contato com grupos políticos dentro dos demais países envolvidos neste
impasse político. Para o governo de Doha*, estas demandas consistem em uma
manobra para tolher a independência do país.
Considerado pequeno por conta de seu
território de 11,5 mil quilômetros quadrados e população de pouco mais de 2,6
milhões de pessoas, o Qatar conseguiu estabelecer-se como um país extremamente
relevante por sua diplomacia e atuação internacional.
Parte desta capacidade deve-se às
riquezas que possui, mas também por conta de uma vontade política sustentada
por seus monarcas. A riqueza que foi obtida através da exploração do petróleo e
do gás natural tem sido revertida em investimento estrangeiro e na sustentação
de uma rede de relações diplomáticas, além de iniciativas inovadoras, como
empreendimentos em comunicação. Estas ações permitem ao país ter uma extensa
presença ao redor do mundo.
Esta busca por independência política
produziu ao longo do tempo rusgas com a poderosa vizinha, a Arábia Saudita.
Notoriamente presente na política de toda a região, Riad** tem acumulado pontos
de divergência com Doha* ao longo da história.
Diante do bloqueio sofrido, algumas
questões se apresentam para verificar se houve mudanças para o Qatar neste ano
e meio durante o qual as ações foram aplicadas contra o país. O primeiro efeito
não ocorreu como esperavam seus adversários. Apesar das restrições comerciais
dos vizinhos, os qataris continuam prosperando e, segundo declarações, o país
poderia viver sob embargo por mais cem anos antes de passar por necessidades.
Frente à esta situação, a decisão do
governo qatari foi de aumentar as apostas com relação a seus vizinhos, tomando
medidas reativas e recusando-se de todas as formas à capitular na negociação do
embargo.
Também produziu um aumento na intensidade
do diálogo do Qatar com uma grande variedade de atores dentro e fora do Oriente
Médio. O país decidiu aplicar parte de seu fundo soberano de US$ 340 bilhões de
dólares (aproximadamente 1,31 trilhão de reais, conforme a cotação do dia 8 de
abril de 2019) para criar novas oportunidades tanto na área comercial quanto
produtiva.
O esvaziamento dos espaços políticos foi
outra medida empreendida para sobreviver ao embargo. Ao contrário do exigido
pelo Quarteto, houve afastamento dos fóruns envolvendo países do Golfo e as
estratégicas com Irã e Turquia aumentaram de intensidade.
O Emir do Qatar, Sheik Tamim bin Hamad Al Thani, encontra-se com o Presidente da Turquia, Recep Erdogan
Também segundo este veículo, o
vice-Diretor de Portos e Organizações Marítimas do Irã, Hadi Haq Shinas,
ofereceu como alternativa a seus cada vez mais próximos interlocutores a
possibilidade de fazer uso do porto de Bushehr para importação e exportação.
Para a mais recente reunião do Conselho
de Cooperação do Golfo (GCC, do inglês Gulf Cooperation Council), realizada em
31 de março de 2019, na cidade de Tunis, o Qatar enviou somente uma delegação
diminuta. O Emir do país, Sheik Tamim bin Hamad Al Thani, deixou a conferência
cedo e afirmou, conforme
noticia o New Arab, que o “país ficou
ainda mais forte desde o começo do embargo”. Quanto às negociações para
o fim da crise, disse esperar que as tentativas de diálogo que vêm sendo
articuladas por países neutros, como o Kuwait e Omã, possam ajudar a
reaproximar os dois países.
O impasse no Golfo Pérsico persiste
enquanto os países do Quarteto que promoveu o embargo seguem irredutíveis no
entendimento de que a única maneira de contornar a situação reside na aceitação
por parte do Qatar das medidas apresentadas. O país afetado, por outro lado,
não demonstra nenhuma indicação de que buscará atender às demandas.
Conforme o tempo passa, não há mostras de
que a redução tenha afetado a estabilidade do pequeno Estado do Golfo. Ao mesmo
tempo em que a Arábia Saudita e os Estados Unidos não demonstram satisfação com
o resultado do processo político, outros países, como Irã e Turquia têm
atingido uma maior presença política na região.
O Emir do Qatar, Sheik Tamim bin Hamad Al Thani, participa da passagem simbólica da sede da Copa do Mundo FIFA, junto aos presidentes da instituição Gianni Infantino e da Rússia, Vladmir Putin
Até o momento, a situação do embargo não
tem representado um impedimento para uma série de projetos políticos e
econômicos do Qatar. O país mantém sua expansão comercial e inalterados os planos
para sediar a Copa do Mundo da Fifa em 2022.
Imagem 2 “O Emir do Qatar, Sheik Tamim bin Hamad Al Thani, encontra–se com o Presidente da Turquia, Recep Erdogan” (Fonte – Twitter oficial do Emir do Qatar @tamimbinhamad): https://pbs.twimg.com/media/Ds8dLu_W0AAreWH.jpg:large
Constituída formalmente em 1996 por Angola, Brasil, Cabo
Verde, Guiné Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe, a Comunidade
dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) surgiu como forma de reunir os países no
ambiente compartilhado da lusofonia.
Intencionando o aprofundamento das relações multilaterais, os Estados-membros
utilizaram-se desta Organização para o desenvolvimento de diferentes áreas de
interesse político. Neste contexto, a Cooperação Internacional enquadra a
perspectiva de atuação conjunta dos países nas áreas de interesse
compartilhado, como a Educação, Justiça e Meio Ambiente.
Além da cooperação, a Comunidade também
agrega o intento de operar de forma a aprofundar as suas atribuições. Este
processo se desenvolve de modo consoante às perspectivas dos Estados-membros e
busca se adaptar às mudanças para contribuir no aprimoramento das funções da
organização. Tal fenômeno pode ser exemplificado com a proposta de mobilidade
de pessoas, bens e capitais no espaço da CPLP.
Mapa Estados-membros da CPLP
Inserido na perspectiva de aprofundamento
dos domínios da Organização, pode-se mencionar o posicionamento do Ministro da
Defesa de Portugal, que propôs a formação militar da CPLP. Apresentada pelo ministro
João Gomes Cravinho no contexto da Conferência de Ministros da Defesa na
Organização das Nações Unidas (ONU), ao final do mês de março (2019), a
proposta tem como objetivo explorar a cooperação nos domínios de Defesa. Visa
também contribuir na promoção da paz internacional e compartilhar as
experiências adquiridas com a colaboração das Missões de Paz da ONU.
Como destacou o Ministro ao veículo de
notícias das Nações Unidas, ONU News, os países
membros da CPLP possuem experiências diversas no que tange a atuação militar
internacional. Complementarmente, esta nova pauta para a organização
corresponde ao desenvolvimento coordenado de ação.
Logo do Departamento de Operações de Paz das Nações Unidas
Importante observar que Portugal tem um histórico de
participação em Missões de Paz da ONU e em outras Instituições de Segurança
Internacional, como ações da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e
União Europeia (UE). Segundo dados do Estado-Maior-General das Forças Armadas
de Portugal, contingentes das Forças Marítimas, Aéreas e o Exército já
estiveram presentes em quatro continentes desempenhando funções e exercícios
militares.
Não tão distante, o Brasil também
compartilha da tradição portuguesa de atuação expressiva no âmbito de Defesa
Internacional. Quanto à Organização das Nações Unidas, as Forças Armadas
brasileiras contribuíram em cerca de 50
missões da ONU – sendo uma das mais notórias, no que diz respeito à
sociedade civil e à divulgação na mídia, a participação na Missão de
Estabilização do Haiti.
De forma complementar, integrando uma
perspectiva diferente das supracitadas, pode-se mencionar Angola, que
recepcionou a Missão de Observação das Nações Unidas, encerrada em 1999.
A Guiné Bissau, de forma análoga, recebe em seu território o Escritório
Integrado das Nações Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau – o
mandato foi criado em 2017 e tem seu encerramento programado para 2020.
Participação brasileira na Missão de Estabilização no Haiti
Na esfera interna da CPLP, no que se
refere a Cooperação
em Defesa, encontra-se o Centro de Análise Estratégica, responsável pelas
análises estratégicas de interesse conjunto e promoção de cooperação e
intercâmbio de conhecimento. Compreende-se que, dada a estrutura da Organização
e os conhecimentos adquiridos por parte dos Estados-membros, a CPLP fornece uma
base para iniciar projeções sobre uma articulação militar conjunta. Contudo,
convém considerar as complexidades que envolvem a atuação de Missões de Paz e
de Auxílio Humanitário, havendo investimentos não apenas com a capacitação dos
recursos humanos, como também a harmonização das perspectivas e tradições das
Forças Armadas dos Estados-membros.
As eleições gerais de Israel serão realizadas no próximo dia 9 de abril. A data passou por um recente adiantamento, fruto de divergência e debate no país. Entender os grupos políticos, o momento que estes…