No dia 4 de outubro de 2020, um comboio com 46 pessoas foi atacado a caminho da cidade de Pissila, perto do vilarejo de Ouintokoulga, na província de Sanmatenga, em Burkina Faso. De acordo com…
No dia 1o de setembro de 2020, um civil foi morto e dois feridos a cerca de 50 km da cidade de Gao, região marcada por conflitos no norte do Mali. Segundo o Comandante do Exército da França, responsável pela operação no país, os militares no local realizaram gestos para que o ônibus que se aproximava em alta velocidade da unidade parasse. No entanto, o ônibus não desacelerou e nem freou. Em seguida, tiros de advertência foram dados no chão, mas que acabaram sendo ricocheteados no para-brisa, machucando três pessoas.
O Mali vem lidando com problemas de instabilidade desde 2012, com o golpe de estado. No dia 18 de agosto de 2020 uma situação similar ocorreu, levando o Presidente a ser deposto. Atualmente, o Chefe de Estado é o coronel Assimi Goita, líder do Comitê Nacional para a Salvação do Povo (CNSP). Vale ressaltar que o mesmo já participou de operações contra-ataques jihadistas em Bamako, em 2015. Para mais informações, acesse.
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Fontes das Imagens:
Imagem 1 “Tropas francesas em operação na cidade de Gao” (Fonte):
Durante a manhã do dia 18 de agosto de 2020, alguns soldados das Forças Armadas do Mali atiraram ao ar na base militar de Kati, a cerca de 15 km da capital do país, Bamako. Após o fato em Kati, seguiram para Bamako e prenderam o Ministro das Finanças, Abdoulaye Daffe; o Chefe da Guarda Nacional, Mahamane Touré; e o Porta-voz da Assembleia Nacional, Moussa Timbiné. O primeiro-ministro Boubou Cissé validou as reivindicações do grupo autointitulado Comitê Nacional para a Salvação do Povo e tentou promover o diálogo entre as partes. Entretanto, acabou sendo preso, assim como o Presidente, Ibrahim Boubacar Keïta, que renunciou e dissolveu a Assembleia Nacional no dia 19 de agosto, em programa transmitido pela televisão.
O líder do Comitê Nacional para a Salvação do Povo (CNSP) é o Coronel Assimi Goita. Ele já foi o Chefe das Forças Especiais do Mali e participou das operações contra os ataques jihadistas de 2015, em Bamako. Em sua carreira, participou da Missão das Nações Unidas em Darfur e recebeu treinamentos militares da França, Alemanha e Estados Unidos. Ao seu lado estão o Coronel Malick Diaw, vice-presidente do CNSP, e o Coronel Ismael Wagué, subcomandante do Estado-Maior da Força Aérea e agora porta-voz do novo governo. Soma-se também o ex-comandante da Academia Militar, Coronel Sadio Camara, e o Coronel Modibo Koné, participantes nos combates contra os jihadistas.
Os protestos no Mali iniciaram no dia 5 de junho de 2020. Além de demandarem a renúncia do presidente Ibrahim Boubacar Keïta, os manifestantes denunciavam a corrupção governamental, a má gestão no combate ao extremismo islâmico e problemas econômicos. Desde a eleição, em agosto de 2018, há uma tensão política devido às alegações da Oposição de irregularidades no processo eleitoral. Além disso, apesar da situação de pandemia atual, o governo promoveu a eleição legislativa em março. O Tribunal Constitucional também anulou 31 dos resultados, configurando a liderança de assentos e, consequentemente, o maior bloco no Parlamento para o partido de Ibrahim Boubacar Keïta.
Nos últimos meses também houve um aumento de ataques, principalmente na área central do país, por tensões étnicas. Em um desses eventos, Soumaila Cisse, líder da oposição foi sequestrado perto de Timbuktu em março de 2020. Depois de meses sem notícias, Cisse conseguiu enviar cartas à sua família, de acordo com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha. Desde 2012, com o golpe de estado no Mali, há problemas de instabilidade. Vale relembrar que, durante esse período, rebeldes da etnia Tuareg e grupos alinhados com jihadistas tomaram conta de cerca de dois terços do país, necessitando da intervenção francesa para fazer frente às forças rebeldes.
A oposição acusa o Presidente de favoritismo pela influência de seu filho. Karim Keïta deixou o cargo de Presidência do Comitê de Defesa e Segurança do Parlamento em julho de 2020. O governo, por sua vez, nega as acusações da Oposição. Além disso, a economia do país, dependente do algodão e do ouro, tem sofrido devido à pandemia e à instabilidade política. Mais um efeito da crise ocorreu em junho de 2020, quando professores promoveram protestos devido à falta de comprometimento do governo em pagar o aumento de salário prometido previamente.
Rebeldes separatistas de etnia Tuareg, em janeiro de 2012
De acordo com a notícia do dia 21 de agosto de 2020, o antigo Presidente, Ibrahim Boubacar Keïta, está preso em um acampamento militar em Kati, tal qual o seu filho. Assim, recebeu a visita da equipe de direitos humanos da Missão das Nações Unidas no Mali. Outros 17 políticos que foram presos também se encontram nesse local. Os militares afirmaram que o Ministro das Finanças e o antigo secretário do Presidente foram soltos.
A posição de Primeiro-Ministro é decidida pela escolha do Presidente do Gabão, atualmente, Ali Bongo Ondimba. No dia 16 de julho de 2020, Ali nomeou uma mulher para o cargo pela primeira vez na história…
Na
quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020, o governo transitório do Sudão concordou
em compensar as famílias dos 17 marinheiros mortos há 20 anos. O acordo foi
assinado no dia 7 de fevereiro, mas não mencionava o valor a ser pago. De
acordo com a Reuters, a
quantia é de 30 milhões de dólares, ou 147,3 milhões de reais, conforme a
cotação no dia 12 de março de 2020.
No
dia 12 de outubro de 2000 ocorreu uma agressão ao USS Cole enquanto reabastecia
no porto de Áden, no Iêmen. Dois homens em um bote de borracha com
aproximadamente 225 kg de explosivos realizaram um ataque suicida, matando 17
marinheiros norte-americanos, e deixaram mais 39 feridos. No primeiro momento,
o governo do Iêmen considerou o fato um acidente, devido a uma detonação a
bordo do navio. No entanto, no dia 16 do mesmo mês, reconheceu
que o USS Cole foi o alvo de um ataque terrorista. No dia 1o de
março de 2001 foi circulado um vídeo de Osama Bin Laden mencionando o incidente
e declarando autoria do feito.
O
contratorpedeiro da Marinha de Guerra dos Estados Unidos da América (EUA)
iniciou sua trajetória ao seu país de origem no dia 30 de outubro de 2000, pelo
intermédio de uma embarcação de transporte norueguesa que o rebocou. A
embarcação de Classe Arleigh Burke tem capacidade de 9,2 toneladas de carga, um
helicóptero do tipo SH-60 Sea Hawk e é armado por um canhão leve e um ligeiro
Mk-45, dois lançadores de mísseis Mk-41, dois tubos de torpedo Mk-32, e dois
sistemas de defesa de mísseis antinavio CIWS Phalanx. Em sua tripulação
encontram-se 23 oficiais, 24 suboficiais e 291 marinheiros.
USS Cole sendo rebocado após o ataque
Essa
é uma tentativa do governo do Sudão de deixar a condição de pária
internacional, ou seja, melhorar a imagem de sua conduta. Assim, busca sua
remoção da lista de Estados financiadores de grupos terroristas, para
interromper seu isolamento econômico. Os EUA assim o classificaram em 1993,
alegando que o antigo presidente Omar al-Bashir apoiava grupos de natureza
terrorista. Os EUA também impuseram sanções econômicas em 1997, que foram
reforçadas em 1998, após ataques às suas embaixadas na Tanzânia e Quênia. Dessa
maneira, o Iêmen ficou inelegível para alívio de dívidas e empréstimos
disponibilizados pelo Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional.
No
entanto, os familiares das vítimas e alguns sobreviventes já haviam processado
o governo do Sudão através da Lei de Imunidades Soberanas Estrangeiras de 1976
dos Estados Unidos da América (USA). Esta lei determina a jurisdição dos casos
e possibilita o processo em Corte norte-americana em certas circunstâncias. Por
exemplo, no caso de o governo processado ser classificado pelos EUA enquanto
financiador de grupos terroristas. A resolução em 30 de março de 2012
considerou que o governo do Sudão auxiliou os membros da Al-Qaeda, que resultou
no ataque ao USS Cole, devendo
às famílias cerca 314 milhões de dólares (1,541 bilhão de reais, respectivamente,
na cotação de 12 de março de 2020). O processo foi anulado no dia 26 de março
de 2019, uma vez que o Sudão alegou que não foi devidamente notificado. Assim,
não cumpria os requerimentos do Direito Internacional e dos EUA.
No
dia 13 de janeiro de 2017, os EUA iniciaram o processo formal para retirar o
Sudão da lista. No entanto, agitações internas no país em 2018 retardaram o
processo, porém, diversas sanções foram retiradas a partir de uma maior
cooperação entre Estados, principalmente no setor de combate ao terrorismo.
Mike Pompeo, Secretário de Estado dos EUA, declarou que está
sendo considerado remover o Sudão da lista há um tempo, mas que é necessário um
ponderamento antes de o fazer.
A
Comissão da Junta Militar (JMC) da Líbia 5+5 teve início na segunda-feira, dia
3 de fevereiro, e durou até o dia 8 do mesmo mês, na sede da Organização das
Nações Unidas (ONU) em Genebra, Suíça. O seu nome se deve à participação de 5
oficiais do alto escalão dos dois lados do conflito na Líbia, em outras
palavras, 5 militares do Exército Nacional Líbio, comandado por Khalifa Haftar,
e 5 militares do Governo de Acordo Nacional (GNA)*.
Com
a presença do Dr. Ghassan Salamé, Representante Especial do Secretário-Geral e
Chefe da Missão de Apoio das Nações Unidas na Líbia (UNSMIL), foi possível
encontrar consenso em algumas áreas. De acordo com a UNSMIL, a manutenção do cessar-fogo anunciado no dia 12 de
janeiro de 2020 é de grande importância, assim como sua manutenção e não
violação. Além disso, os dois lados
concordam sobre a relevância da integridade territorial, soberania do Estado,
proteção de fronteiras e salvaguarda do processo de tomada de decisão e
recursos nacionais contra interferência estrangeira. Soma-se também a
conformidade em interromper o fluxo de combatentes não-líbios, suas
deportações, e a luta contra grupos considerados terroristas pela ONU, como
al-Qaeda, ISIS e Ansar al-Sharia.
Missão de Apoio das Nações Unidas na Líbia
As
partes também demonstraram apoio à participação da UNSMIL quando for necessário,
entendimento para troca de prisioneiros e devolução dos mortos durante o
conflito. Apesar de expressar agrado com o progresso, Ghassan Salamé afirma que
ainda há de se refinar o rascunho inicial e continuar
lidando com as lacunas nos pontos de divergência.
Continuou contando sobre a calma que as delegações tiveram durante a negociação
e sobre a necessidade de transformar a trégua em um acordo de cessar-fogo
duradouro e permanente. Uma das questões em aberto é sobre a volta das pessoas
deslocadas internas (IDPs), principalmente nas áreas afetadas por confrontos.
Conferência sobre a Líbia em 19 de janeiro de 2020, em Berlim
A
Comissão da Junta Militar (JMC) da Líbia 5+5 é uma das iniciativas
estabelecidas na Conferência Internacional sobre a Líbia em Berlim, que ocorreu
no dia 19 de janeiro de 2020. As outras iniciativas estão voltadas aos setores
econômico e político no país. O econômico teve a primeira reunião no dia 6 de
janeiro no Cairo com sua continuação no dia 9 de fevereiro. Já o último está à
espera da escolha dos representantes para a delegação das partes, mas com
previsão para o dia 26 de fevereiro. O intuito do encontro em Berlim foi o de
estabelecer consenso entre os Estados envolvidos na crise da Líbia** e debater
o futuro do país.
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Notas:
* Com a morte de Muammar Gaddafi, em
20 de outubro de 2011, ocorreu uma busca pelo controle político e militar do
país por diversas facções. A Câmara dos Deputados, com o apoio do Exército
Nacional Líbio, comandado por Khalifa Haftar, declarava-se como o governo
legítimo do país. No entanto, no dia 17 de dezembro de 2015, foi acordado por
unanimidade pelo Conselho de Segurança da ONU o governo interino para a Líbia.
Assim, o Governo do Acordo Nacional (GNA) é a autoridade executiva legítima no
país reconhecida pela ONU e é liderado pelo primeiro-ministro Fayez al-Sarraj.
**
Pode-se citar a participação dos governos
da Argélia, China, Egito, França, Alemanha, Itália, Rússia, Turquia, República
do Congo, Emirados Árabes Unidos, Reino Unido e Estados Unidos da América, além
da presença do Secretário-Geral da ONU e Representantes Especiais na Líbia,
União Africana, União Europeia e Liga dos Estados Árabes.
No dia 14 de janeiro de 2019, antigos agentes de segurança do Sudão realizaram um motim ao norte da capital Cartum. Os soldados uniformizados do Serviço Nacional de Inteligência e Segurança (NISS) instalaram postos de…
Teatro de Operações da Missão Barkhane e suas capacidades
Os
drones estão sendo utilizados na Operação Barkhane na região do Sahel, que
engloba a Mauritânia, Mali, Burkina Faso, Níger e Chade. A missão se iniciou em
1o de agosto de 2014 e tem, atualmente, cerca de 4.500 militares da
França visando apoiar as Forças Armadas parceiras e outras missões desdobradas,
como a Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização
do Mali e a Missão de Treinamento da União Europeia no Mali, no combate aos grupos
armados terroristas e no desmantelamento de seus refúgios e movimentos
transfronteiriços na área.
Ficha técnica do drone Reaper
Florence
Parly também reiterou que o uso de
veículos aéreos não-tripulados armados não muda a doutrina da operação,
mantendo os objetivos primários de reconhecimento e monitoramento.
Também garantiu que o direito internacional dos conflitos armados, assim como
as mesmas regras de engajamento de aeronaves do tipo caça, será respeitado.
Além disso, é um meio complementar de pressão contínua aos inimigos a partir de
uma capacidade mais discreta, resistente, eficaz e rápida de reação. Em 2020,
seis drones serão entregues às Forças francesas com a possibilidade de também
serem armados. Há algumas opções de armamento, mas o drone Reaper, em sua
capacidade máxima, pode carregar duas bombas de 250 kg cada (GBU12),
teleguiadas por laser, e 4 mísseis Hell Fire.
Paralelo ao debate sobre as mudanças climáticas na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2019 (COP-25), que ocorreu no dia 13 de dezembro, a
região austral do continente africano enfrenta as consequências de uma severa
estiagem. Este fenômeno ambiental é consequência da irregularidade pluvial vivenciada
após o período de ciclones que atingiu a região no primeiro semestre do ano de
2019.
Em Angola, a seca impactou 2,3
milhões de pessoas durante este ano, sendo as províncias de Bié, Cunene, Huíla
e Namibe as mais afetadas pela crise no abastecimento de água e alimentos, e na
realocação de gado. Além do impacto social, os efeitos na paisagem foram
observados na fronteira entre a Zâmbia e o Zimbábue. A estiagem alterou
drasticamente o fluxo de água das Cataratas Vitória, um importante ponto
turístico regional que está com o menor fluxo desde 1995.
Bandeiras da Federação Internacional da Cruz Vermelha e o Crescente Vermelho
As Federações Internacionais da Cruz
Vermelha e do Crescente Vermelho emitiu um alerta para o risco
sofrido pelas populações acometidas por este fenômeno climático. Aproximadamente
11 milhões de pessoas encontram-se em situação de insegurança alimentar, associada
à queda da produção agrícola, perdas na criação de gado e a elevação nos preços
de alimentos.
Segundo a análise da Federação,
lançado em novembro (2019), o atual cenário de seca elevou o número de pessoas
em crise alimentar em 7,4% em relação a estiagem vivenciada nos anos de
2016-2017. Os Estados que sofreram com este choque ambiental são: Botsuana, Lesoto, Moçambique, Namíbia, Reino de Essuatíni*, República Democrática
do Congo, Zâmbia e Zimbábue.
Localização África Austral
De acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, a
elevação da temperatura terrestre é um dos principais fatores para o aumento da
ocorrência de secas e outros sistemas ambientais extremos. Determinadas regiões
do mundo já experienciaram temperaturas mais elevadas que o limite proposto
pelo Acordo de Paris, de 1,5 °C a níveis pré-industriais.
Em complemento, as consequências geradas por tais
mudanças interagem com diferentes aspectos da vida das populações atingidas. Como
aponta o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), no que se refere
aos impactos na saúde e na produtividade de alimentos, a África Austral será a
região mais afetada pelos fenômenos naturais no continente.
Do mesmo modo, a
disponibilidade de água potável até 2050 nesta região diminuirá mais de 10%, de
acordo com o relatório do BAD. Cabe observar que o continente contribuiu em apenas
4% para a emissão de gases poluentes, enquanto os custos das mudanças
climáticas até 2030 serão de 40 bilhões de dólares por ano (aproximadamente de 162
bilhões de reais, de acordo com a cotação do dia 18 de dezembro de 2019).
Os Ministros do Turismo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) reuniram-se na cidade caboverdiana de São Filipe, no dia 15 de novembro (2019), para debater sobre o turismo no espaço lusófono. Os meios de promoção…