Como uma das ações de socialização na comunidade de Boa Vista e empoderamento de jovens, adolescentes, migrantes e refugiadas em Roraima, o Fundo de População da ONU (UNFPA) apoia uma equipe de futebol feminino, formada…
O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e
Crime (UNODC), o Clube de Regatas do Flamengo e o Comitê Supremo
para Entregas e Legado do Governo do Catar promoveram no dia 17 de junho
(2019), na Gávea, Rio
de Janeiro/RJ, um evento chamado Futebol
para o Desenvolvimento. Este encontro, que reuniu aproximadamente 40 jovens
de comunidades carentes e jogadores lendários do futebol, teve como principal
objetivo apresentar os projetos de educação e empoderamento da juventude por
meio do esporte.
Em parceria com a ONG Generation
Amazing*, meninos e meninas das
comunidades do Vidigal, Cidade de Deus e do Centro Esportivo Miécimo da Silva
(Campo Grande) jogaram junto com os ídolos Andrade e Evaristo de Macedo. Além
destas celebridades, estavam presentes Gustavo Fernandes, vice-presidente do
Fla-Gávea, o CEO Reinaldo Belotti, o sérvio Bora Milutinovic, e Mushtaq Al
Waeli, chefe da General Amazing e do
Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2022, além de outros representantes da
ONG e do UNODC.
* O
programa Generation Amazing, é uma iniciativa de legado humano e social,
lançada durante a candidatura do Catar para sediar a Copa do Mundo da FIFA de
2022. O projeto usa o poder do esporte para impactar positivamente os jovens e
criar desenvolvimento social sustentável nas comunidades selecionadas. O
programa já beneficiou mais de 250 mil pessoas em sete países do Oriente Médio
e Ásia – Catar, Nepal, Paquistão, Jordânia, Líbano, Filipinas e Índia. Até
2022, o objetivo é alcançar 1 milhão de jovens.
Entre eles, permanecem os dez integrantes da primeira Equipe Olímpica de Refugiados, que estreou na Rio 2016. O incentivo para a participação na competição resulta de uma bolsa-atleta, por meio da iniciativa de fomento ao desenvolvimento do esporte do próprio COI, denominada Solidariedade Olímpica.
O projeto também conta com recursos dos Comitês Olímpicos Nacionais dos países de acolhimento. Atualmente, os 37 beneficiários residem na Austrália, Bélgica, Brasil, Alemanha, Israel, Jordânia, Quênia, Luxemburgo, Portugal, Holanda, Turquia e Reino Unido.
Nesse sentido, com a possibilidade de os refugiados competirem nas Olímpiadas, também há a manifesta colaboração ao Objetivo do Desenvolvimento Sustentável 16 – “Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis”.
Em relação ao número de refugiados no Brasil, de acordo com os dados divulgados pelo Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE), a 4º edição do relatório “Refúgio em Números” aponta um total 11.231 pessoas reconhecidas pelo Estado brasileiro. Por nacionalidade, os sírios representam 36% da população refugiada com registro ativo no país, seguidos por congoleses, com 15%, e angolanos, com 9%.
Quanto ao número de solicitações, isto é, casos que aguardam verificação de elegibilidade, foram mais de 80 mil no ano passado (2018), sendo 61.681 de venezuelanos. Em segundo lugar está o Haiti, com 7 mil solicitações, depois pelos cubanos (2.749), por chineses (1.450) e bengaleses (947).
O Comitê Olímpico Internacional (COI) é a autoridade responsável pela organização dos Jogos Olímpicos de verão e de inverno. O COI recebe e analisa as candidaturas dos diversos Estados para a realização das Olimpíadas. A…
O futebol no Oriente Médio não é estranho
às manchetes das páginas de esportes no Ocidente. As transferências milionárias
de grandes jogadores em vias de se aposentarem na Europa, ou de jovens
promessas tentando escapar da incerteza do mercado na América do Sul são temas
recorrentes de projeção e debate.
A empreitada do Qatar acontece no marco
mais amplo de uma disputa regional. O uso do esporte é uma ferramenta para
alcançar prestígio internacional, bem como consolidar-se em posição de vantagem
frente a vizinhos como a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos.
Apesar da disputa regional e do bloqueio
imposto ao Qatar, esses países necessitaram replicar imagens da Al-Jazeera para
transmitir a Copa do Mundo de 2018 em seus territórios. A relação com o público
pode ser ainda mais difícil, caso as restrições de viagens se mantenham
enquanto o país sedia o maior evento de futebol no planeta.
Logo da Copa do Mundo de 2022, que será realizada no Qatar
Para além da realização da Copa do Mundo
de Futebol, o Estado catari investiu na melhora dos resultados esportivos. Com
uma seleção composta de jogadores que nasceram em 10 países diferentes,
sagrou-se campeão da Copa da Ásia em 2019, se impondo a adversários no esporte
e na política, como o país-sede Emirados Árabes Unidos. Também garantiu uma
participação na Copa América, que ocorre no Brasil entre junho e julho de 2019.
De elemento fortalecedor de identidades
nacionais, facilitador para mobilizações políticas, até espaço de disputa, o
futebol é um fator extremamente presente na vida das pessoas. Por conta disso,
é uma ferramenta de soft power tão
almejada.
Entretanto, não somente devido a
transações milionárias o esporte se destaca, ele possui, também, um lugar
histórico na região, carregado de significados indenitários e políticos. Como
em muitos lugares do mundo, futebol e política conectam-se em mais de um aspecto,
e o esporte expressa muito sobre as sociedades e sua organização.
Durante os eventos da Primavera Árabe,
torcidas organizadas foram um ponto central de organização de protestos no
Egito e na Tunísia. Para alguns analistas, o ambiente político repressivo
encontrava um alívio nos estádios. O jornalista James M. Dorsey também afirmou
ao portal Play the Game que a
experiência dos torcedores nas disputas de rua foi essencial para manter coesão
no princípio dos protestos. Outro exemplo que pode ser citado, é que, em
contraposição à discussão que se arrasta faz décadas quanto ao reconhecimento
do Estado Palestino em distintos fóruns internacionais, o
país faz parte da FIFA desde 1998.
Jogador segura bandeira do Qatar após vitória sobre os Emirados Árabes Unidos na Copa da Ásia
Outro exemplo de embate político
envolvendo o futebol e as relações entre estes dois povos veio logo antes da
realização da Copa do Mundo da Rússia, em 2018. A agenda preparatória da
seleção da Argentina incluía um jogo amistoso em Jerusalém, contra a seleção
israelense. A pedido da Autoridade Nacional Palestina e diversas organizações,
Lionel Messi e seus companheiros desistiram de cumprir com a agenda no Oriente
Médio.
Os estádios no Oriente Médio também têm
sido espaços para disputas envolvendo questões de gênero. Depois de anos de
pressão, mesmo após uma lei assinada pelo então presidente Mahmoud Ahmadinejad,
em 2006, o
público feminino passou a ser aceito nos estádios do Irã, algo que ocorreu a partir de outubro de 2018. 35 anos após
a Revolução Islâmica decretar que a presença de mulheres nos estádios
contrariava princípios religiosos, a decisão foi comemorada como uma expansão
das liberdades civis.
Apesar dos vultuosos investimentos de
ricos setores do Oriente Médio em grandes clubes europeus aumentar a cada ano,
o papel social do esporte também tem tido crescente importância. Como afirmou o
jornalista James M. Dorsey ao “The Mint”,
na região é “a única instituição que pode rivalizar – ao evocar tanta paixão – com a
religião”, permitindo ao esporte ser um espaço de realização, ou também
influenciar sentimentos.
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Nota:
* Aproximadamente
entre 23,5 e 31,4 bilhões de reais, de acordo com a cotação de 31 de maio de
2019.
Realizado no último dia 30 (abril de 2019) em
Manaus, a capital do estado brasileiro Amazonas, um jogo amistoso de futebol
foi organizado pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) como
gesto de solidariedade aos milhares de venezuelanos que migraram para o Brasil.
A partida teve como objetivo chamar a atenção para as dificuldades que os
imigrantes enfrentam e arrecadar doações de alimentos não perecíveis.
O último dia 6 (abril de 2019) foi marcado por diversas manifestações e eventos realizados ao redor do mundo comemorando o importante papel que o esporte exerce na sociedade. Fundado oficialmente pela Organização das Nações…
Já faz alguns anos que grandes empresas do
continente asiático vêm utilizando a estratégia de investir em clubes de
futebol de pequeno, médio e grande portes. Dentre os objetivos estão: promover
o gerenciamento intercultural, diversificar seus rendimentos, estabelecer suas
marcas em um cenário global e reafirmar um plano de marketing mais audacioso.
Mercado-alvo e com times de forte projeção
internacional, o continente europeu foi palco de uma das mais recentes
operações bilionárias. Em junho de 2016, a terceira maior
empresa privada da China adquiriu 68,55% da Inter de Milão, clube italiano que
completou 111 anos em 2019.
No último trimestre do ano passado (2018), Thohir,
então detentor de fatia minoritária das ações, deixou o comando da Inter para
dar lugar ao empresário Steven Zhang – filho de Zhang
Jingdong –, que já fazia parte do
corpo diretivo do clube desde a aquisição das ações pela Suning,
empresa a qual prestava serviços anteriormente.
Corpo diretivo do clube com Steven Zhang, atual CEO de 27 anos, a frente
Ao final de janeiro deste ano (2019), Erick Thohir,
por meio da International Sports Capital, encerrou de uma vez por todas o seu
vínculo com o clube ao vender o total de suas ações para a LionRock Capital. A empresa com sede em Cingapura desembolsou € 150 milhões (aproximadamente
645 milhões de reais) para adquirir 31,05% dos
ativos da Inter de Milão, e se tornar a sócia minoritária. Os 0,40% das ações
restantes estão sob posse de pequenos acionistas históricos.
Fundada e dirigida desde 2011 por Daniel Kar Keung
Tseung, a LionRock já possui ações do grupo Suning Sport, o que aumenta a
especulação de que o investimento da empresa irá facilitar as operações para
que a Suning possa assumir o controle total da Inter no futuro.
Os Jogos Olímpicos da Juventude (JOJ) 2018, realizados na cidade de Buenos Aires, Argentina, ainda não haviam sido encerrados quando o Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou onde será sediada a quarta edição desta competição, em 2022: Senegal. Esta nomeação, ocorrida em 8 de outubro, consolidou o país africano como primeiro representante do continente a receber um evento olímpico na História.
Amadou Ndiaye, nadador senegalês que atuou nas provas de 400 e 800m em Buenos Aires
Alguns atletas, que ainda competiam sob a bandeira de Senegal nos JOJ de Buenos Aires, demonstraram bastante ansiedade e empolgação, diante da expectativa para 2022. O nadador Amadou Ndiaye (foto), que entrou com a bandeira de seu país na cerimônia de abertura, disse que “vai ser muito motivador para os jovens atletas e estou muito orgulhoso do Senegal ser anfitrião dos Jogos”. Em seguida, destacou a generosidade e acolhimento dos senegaleses, colaborando ainda mais para o sucesso da competição.
Os investimentos já começaram a ser alocados com o objetivo de cumprir os prazos sem nenhum tipo de atraso,visando garantir imagem positiva para consolidar uma possível candidatura para os Jogos Olímpicos de Verão a longo prazo, a partir de 2035. As competições e atividades serão realizadas em três cidades: a capital histórica de Dakar; a nova cidade de Diamniadio; e a beleza natural de Saly, na costa.
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Fontes das Imagens:
Imagem 1 “Senegal será o país–sede dos JOJ 2022” (Fonte): https://stillmed.olympic.org/media/Images/OlympicOrg/News/2018/10/18/2018-10-18-Senegal-thumbnail.jpg?interpolation=lanczos-none&resize=:
Imagem 2 “Amadou Ndiaye, nadador senegalês que atuou nas provas de 400 e 800m em Buenos Aires (2018)” (Fonte): https://stillmed.olympic.org/media/Images/OlympicOrg/News/2018/10/18/2018-10-18-Senegal-inside-02.jpg?interpolation=lanczos-none&resize=1060:*
Imagem 3 “Jovens senegaleses ansiosos para representar sua bandeira em casa” (Fonte): https://stillmed.olympic.org/media/Images/OlympicOrg/News/2018/10/18/2018-10-18-Senegal-inside-03.jpg?interpolation=lanczos-none&resize=1060:*
Os casos envolvendo corrupção na alta cúpula do esporte têm se intensificado cada vez mais nos megaeventos esportivos, levando a sociedade internacional a se mobilizar. O foco desta discussão é traçar estratégias eficazes para combater…