A Declaração de Genebra sobre Violência Armada e Desenvolvimento é uma iniciativa que apoia atores estatais e da sociedade civil para alcançar reduções mensuráveis no marco global da violência armada a partir de 2015. Para acompanhar os progressos na implantação das diretrizes da Declaração de Genebra (DG), a iniciativa realizou Conferências de Revisões Regulares[1].
Diante da indefinição sobre o futuro da DG frente às metas que substituirão os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, várias Conferências de Revisões Regulares foram realizadas durante o ano de 2014 com a finalidade de fortalecer o engajamento dos Estados signatários da Declaração, revisar o processo de implementação em diferentes contextos regionais e de coletar apoio para integrar as metas de redução da violência armada na agenda de desenvolvimento pós-2015. As Conferências passaram pela Guatemala (Américas), Suíça (Europa, Ásia Central e Caucasiano), Filipinas (Ásia e Pacífico), Marrocos (Oriente Médio, Norte da África e Sahel) e Quênia (África Sub-Saariana).
A última reunião ocorreu em Nairóbi, no Quênia, nos dias 26 e 27 de novembro de 2014, e contou com a participação de aproximadamente 100 representantes de governos africanos, autoridades locais, organizações internacionais e organizações da sociedade civil. A Conferência focou nas parcerias e nos caminhos cooperativos entre governos, sociedade civil, organizações internacionais e agências de cooperação para o desenvolvimento. Na ocasião, Joseph Ole Lenku, da Coordenação do Governo Nacional do Quênia, ressaltou o comprometimento do país em achar soluções para os problemas associados com a violência e o desenvolvimento nos níveis sub-regionais, regionais e internacional. Lenku declarou que os conflitos armados têm afetado principalmente grupos étnicos, diferenças de gênero e comunidades religiosas através do fluxo de armas convencionais e de pequeno porte[2][3][4].
Na reunião, alguns dados alarmantes foram fornecidos para legitimar o debate. Em média, 107 mil pessoas são vítimas de violências letais por ano. Como os dados são escassos em vários países da região, a mensuração do número de vítimas é baseada apenas em estimativas, o que impede ter dimensão de toda a conjuntura. Aproximadamente seis de cada sete vítimas da violência armada são mortas fora do conflito. Entretanto, a exposição aos conflitos armados se traduz em outras formas de violências, tais como a violência doméstica e a intimidação dos parceiros[5].
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Imagem (Fonte – Geneva Declaration):
http://www.genevadeclaration.org/uploads/pics/RRC2014_-_Kenya_NOV_web200.png
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Fontes consultadas:
[1] Ver “Geneva Declaration on Armed Conflict and Development”:
http://www.genevadeclaration.org/2014rrc/overview.html
Ver também:
http://www.genevadeclaration.org/2014rrc/rrckenya.html
[2] Ver “Turkish Weekly”:
http://www.turkishweekly.net/news/176225/kenya-hosts-sub-sahara-meet-on-armed-conflict.html
[3] Ver “Haberler.com”:
http://en.haberler.com/kenya-hosts-sub-sahara-meet-on-armed-conflict-591932/
[4] Ver “Shanghai Daily”:
http://www.shanghaidaily.com/article/article_xinhua.aspx?id=255014
[5] Ver “Geneva Declaration on Armed Conflict and Development”:
http://www.genevadeclaration.org/news/news-2014/news-gd-rrc-nairobi.html