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No último dia 30 de abril, o Congresso dos Estados Unidos da América (EUA) chegou a um acordo entre legisladores republicanos e democratas, que permite financiar o funcionamento federal pelo menos até 30 de setembro deste ano (2017), sem o risco de uma paralisação do Governo por falta de recursos orçamentários, tal como ocorreu em 2013.
Esse acordo entre os legisladores mantém as diretrizes originais da Casa Branca para a Defesa, no entanto não inclui no Orçamento os recursos para construção do muro na fronteira com o México. O acordo representa uma frágil concordância entre as partes. Agora ele passará pela apreciação da Câmara dos Representantes e, posteriormente, pelo Senado. O Orçamento destinará US$ 1,1 trilhão para cobrir gastos considerados fundamentais, dos quais 598,5 bilhões de dólares serão repassados ao setor da Defesa, um aumento de 4,5%, quando comparado ao ano de 2016.
Ademais, o acordo prevê US$ 1,5 bilhão que serão gastos com segurança na fronteira do país, que abarca desde contratação de novos agentes, construção de novas instalações para manter pessoas detidas nas fronteiras, além de operações de prisões e deportação de imigrantes ilegais. Nesse aspecto, segundo reiterou Paul Ryan, Presidente da Câmara dos Representantes, conforme destacou a ANGOP, o acordo respalda o compromisso assumido pelo presidente Donald Trump de reconstruir as Forças Armadas do país para o século XXI, e de reforçar as fronteiras para proteger os Estados Unidos.
No entanto, não prevê nenhum recurso para a construção do muro fronteiriço com o México, proposto por Trump, ainda na campanha presidencial. Ao assumir a Presidência em janeiro deste ano (2017), Donald Trump declarou, conforme destaca a BBC, que o país retomaria suas fronteiras, pois uma nação sem fronteiras não é uma nação. Assim, quando na metade de março a Casa Branca encaminhou a proposta orçamentária ao Congresso, o texto destinava US$ 2,6 bilhões para o projeto e construção do muro na fronteira entre os dois países.
Ela tem mais de 3 mil km extensão, dos quais cerca 1.110 km já está separada por muralhas de concreto, vigas de aço e outros obstáculos. O muro começou a ser construído na região sudoeste do país em 1994, durante do governo do ex-presidente Bill Clinton. Após os atentados do “Onze de Setembro de 2001”, o então presidente George W. Bush ampliou a sua construção. Estimativas apontam que o atual muro já custou aos Estados Unidos cerca de US$ 7 bilhões. Segundo declarações de Trump, o custo do muro deverá ficar entre US$ 10 e US$ 12 bilhões, contudo, analistas apontam que esse valor deverá ser bem maior, pois as regiões restantes onde o muro deverá ser construído são áreas remotas e montanhosas, o que elevará os custos. Segundo Washington Post o montante para cobrir o restante da fronteira terá um gasto estimado entre 20 e 25 bilhões de dólares. O exorbitante valor gera outra polêmica, com relação a quem pagará as despesas. Durante sua campanha, Trump afirmou que os Estados Unidos financiariam a construção, mas que o México reembolsaria o país. Essa, no entanto, não é a opinião de Enrique Peña Nieto, Presidente mexicano, que declarou que não pagará.
Alguns analistas apontam que, a fim de evitar uma possível paralisação do Governo, em função do controverso e polêmico projeto, a administração Trump preferiu deixar a proposta de lado neste momento. Contudo, conforme informado pela ANGOP, segundo Sean Spicer, Porta-Voz da Casa Branca, ainda há tempo para uma renegociação, haja vista que o Orçamento para 2018 será votado em setembro deste ano (2017). Já Chuck Schumer, líder democrata no Senado, destacou que deixar o tema fora foi um bom acordo para o país, pois evita a possibilidade de uma paralisação do Governo.
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Imagem 1 “A frente ocidental do Capitólio dos Estados Unidos. O edifício em estilo neoclássico está localizado em Washington, D.C., no topo do Capitólio, no extremo leste do National Mall. O Capitólio foi designado um marco histórico nacional em 1960” (Fonte):
Imagem 2 “Muro nas dunas de Algodones, Califórnia” (Fonte):
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