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Em plena crise existencial, a União Europeia (UE) detecta um aumento importante dos partidos ultranacionalistas de extrema direita, sendo este fato um dos maiores sintomas da delicada situação que enfrenta o Bloco.
A existência de partidos nacionalistas não é uma novidade na UE, embora sua expressividade sempre tenha sido muito limitada, salvo raras exceções, como o polêmico Jean Marie Le Pen e, posteriormente, sua filha, que lograram obter resultados perceptíveis nas eleições. Mas essa realidade está mudando e não somente na França, mas em diversos países da União.
O aumento das tensões regionais promoveu um crescimento do euroceticismo e uma modificação na percepção dos cidadãos em relação as ações da União Europeia. Questões ligadas a divisão de recursos, políticas de imigração, balança de poder e austeridade, pesaram no cotidiano das pessoas, gerando uma nova composição política em vários países.
Os ataques terroristas na França e o aumento no fluxo dos refugiados foram argumentos utilizados por esses Partidos, que adotam um discurso carregado de xenofobia, conservadorismo e medo para convencer as pessoas, sendo acusados de manter uma retórica populista, baseada em ideias conservadores.
Além da Frente Nacional da França, outros partidos, tais como o Alternativa para Alemanha (AfD), ou o Partido da Liberdade da Áustria (FPÖ) ganharam novos adeptos e esperam um aumento expressivo no resultado das próximas eleições.
Os problemas de liderança que enfrenta o Bloco fortalecem os argumentos desses partidos diante da flagrante dificuldade de integração e consenso que possui a União Europeia. Essa situação pode agravar o arranjo europeu e dificultar ainda mais o processo de recuperação do grupo, cuja situação foi recentemente discutida na Cúpula de Bratislava. Contudo, os efeitos do crescimento desses partidos e seu acesso ao poder não impactará somente na União Europeia, também colocará em risco as relações do continente e até mesmo sua evolução demográfica, seja pelo resultado dos fluxos migratórios dos últimos 20 anos, vindos de diferentes regiões do mundo, seja pelos Acordos contraídos pelo Bloco Europeu e pela dinâmica da economia regional.
A União Europeia, mais do que nunca, deve buscar soluções para promover uma maior sinergia das forças políticas que moldam o cenário europeu, caso contrário as assimetrias serão cada vez maiores, retroalimentando, dessa forma, o discurso desses partidos, inviabilizando a continuidade do projeto e condenando a Europa a uma nova era política.
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Imagem (Fonte):
https://elblogdelciudadanocomprometido.wordpress.com/2012/08/27/el-germen-nazi-de-la-union-europea/
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