Na semana passada, a Presidente da Argentina, Cristina Kirchner, conseguiu aprovar por intermédio da maioria parlamentar a reforma da Lei de Abastecimento[1], impondo um pacote de medidas que permite o controle da atividade empresarial pelo Estado.
A medida vem sendo recriminada por entidades empresarias, consultores, observadores internacionais e economistas, pois, pelo que está determinado, o Estado poderá interferir nas empresas, já que foi estabelecida a existência de um piso e de um teto para os preços do produtos, instalando limites para obtenção de lucros e criando espaços para a ingerência na produção de itens básicos[1].
Críticos da medida afirmam que ela resultará em um fracasso, não conseguindo impedir o crescimento da inflação (que já esta na casa dos 40% e só é inferior a da Venezuela) e afastará mais os investimentos internacionais, algo que já ocorre, especialmente do empresariado brasileiro, que está migrando seus investimentos para o Peru e o Chile, tanto que a previsão é de que neste ano de 2014 o montante de capital instalado pelos brasileiros na Argentina chegará no máximo a 10% do que atingiu no ano de 2011 (que foi superior a 1,1 bilhão de dólares), pois, até julho deste ano de 2014, o total de investimentos foi de apenas 72 milhões de dólares[2].
Analistas apontam que a Presidente está adotando o mesmo caminho usado pela Venezuela[3], como forma de controlar e confrontar seus opositores, tanto que, segundo foi disseminado na mídia, Cristina chegou a ter reuniões com representantes venezuelanos antes de se dedicar à aprovação da medida, pressionando o Congresso de seu país.
Afirmam ainda que a ação é essencialmente política e não econômica, pois está sendo divulgado que no Ministério da Economia se diz que a Lei não será aplicada, mas servirá apenas como forma de pressionar o setor privado, especialmente o empresariado que se opõe ao Governo e aquele mais ligado aos setores políticos da oposição[4], visando as eleições de 2015.
Nesse sentido, o cenário que os observadores apontam é de que haverá mais perdas para a Mandatária, pois não se acredita que a medida trará resultados, ao contrário, poderá seguir caminho semelhante ao venezuelano, com alta inflação e desabastecimento[3], além de mostrar para a sociedade o desejo da Governante de sobrepor o Estado (mais especificamente o Governo) em relação à Sociedade, não esquecendo que a última pesquisa de opinião realizada neste mês de setembro apontou que 43,8% da população tem imagem negativa da Presidente[5].
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Imagem (Fonte):
Wikipedia
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Fontes consultadas:
[1] Ver:
http://noticias.br.msn.com/economia/story.aspx?cp-documentid=265239980
[2] Ver:
[3] Ver:
[4] Ver:
[5] Ver: