O ano de 2014 inicia com a preocupação mundial sobre a alta do dólar e a fuga de capital estrangeiro em nações emergentes, estando muitos países avaliando sua economia e estudando os efeitos negativos que o dólar lhes proporciona. Uma das medidas encontrada é a elevação da taxa de juros, um meio de evitar a fuga de capitais.
A preocupação sobre a economia de membros do BRICS, como a China, inicia em relação ao PIB do ano de 2013. Beijing apresentou os dados do crescimento de sua economia no ano passado, com resultado de 7,7%, sendo este um valor não tão distante do crescimento anterior, que havia sido de 7,6% (2012/2013), mas, deve-se destacar que, antes do ano de 2012, o país não apresentava taxas inferiores a 7,7%, significando que seu ritmo está caindo.
Não apenas o PIB chinês está em baixa no país. Os dados sobre o crescimento da indústria local também apresentou uma queda. Segundo o “Índice de Gerentes de Compra” (PMI, sigla em inglês), neste mês de janeiro a cifra chinesa caiu para 50,5, graças a menor demanda pelas exportações de produtos chineses, sendo esta uma desaceleração que não agrada as autoridades da China.
Na Índia, o PIB não está abaixo de suas taxas anteriores. Por enquanto, com taxa prevista com variações entre 4,8% e 6 %, mas isso não tira a atenção de seus economistas para medidas de curto e médio prazo. No Brasil, esta previsão de crescimento está em torno de 2,28%, uma taxa muito baixa em comparação aos indianos e chineses.
China, Índia e Brasil são países exportadores e as variações nas taxas de crescimento da indústria e de outros componentes dos seus PIBs constituem o foco da preocupação de seus especialistas econômicos. Todos sofrem com as taxas de câmbio no mundo, já que, atualmente, o Dólar tem sido um dos principais vilões para as exportações destes países.
O dólar alto e algumas estatísticas econômicas internas apresentando baixas resultam em fuga de investimentos e o caminho apontado para mudar essa situação tem sido a alta da taxa de juros. Segundo a publicação da “Folha de São Paulo”, no dia 29 de janeiro, o Brasil aumentou a sua taxa para 10,5%, a Índia para 8% e a “África do Sul” para 5,4%, enquanto a China mantém um percentual de 6%. Especialistas afirmam que essas taxas elevadas dão um pequeno alívio para o mercado financeiro, porém não resolverão todo o problema, já que a política cambial é volátil e sofre com as constantes variações de mercado.
Além disso, atualmente, o que está afetando os países emergentes é a recuperação econômica dos “Estados Unidos” (que vem atraindo os recursos antes dispersos nos mercados) e a alta nas matrizes energéticas (uma vez que, nos EUA, a energia é mais barata do que em outras nações, reduzindo o custo de produção e fortalecendo a indústria). Esses pontos, somados aos outros fatos na economia global, como a redução do crescimento chinês, ou das exportações chinesas, faz com que a China consuma menos commodities, o que afeta diretamente o Brasil e “África do Sul”.
Todas as adversidades da economia mundial estão interligadas e apresentam indícios de que os países devem diversificar suas produções para manter taxas confortáveis de crescimento. A China já estuda meios de fazer seus setores do turismo, esportes, entre outros, participarem de forma mais ativa em seu PIB anual.
O Brasil, segundo Mantega, está em posição ainda tranquila, acreditando que os BRICS ainda serão a força da economia global. Ele afirmou no painel da “Globo News”, em Davos: “Não acredito que haja crise de meia-idade dos BRICS. Diante da crise mundial, houve redução do volume de comércio, de demanda internacional. A economia mundial, os países avançados estão em vias de recuperação, ainda gradual, inicial. E, portanto, com essa recuperação, nós teremos uma reativação do comércio. O comércio [global] crescia a um volume de 6% a 7% ao ano. Daqui para frente, voltará a crescer 4% a 5%. Os BRICS continuarão liderando o crescimento da economia mundial. Mas, para, isso, precisam fazer mudanças nos seus modelos de crescimento”[1].
Diante deste cenário, observadores afirmam que 2014 começa com projeções econômicas ainda incertas e com nações ainda indecisas sobre as medidas devem adotar para mudar seus modelos de crescimento. Tem sido considerado como garantido que as atitudes tradicionais de curto prazo, como a elevação das taxas de juros, devem prevalecer, algo que, porém, pode se tornar um fator negativo no futuro.
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Imagem (Fonte):
Wikipedia
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Fontes consultadas:
[1] Ver:
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Ver também:
http://www1.folha.uol.com.br/
Ver também:
Ver também “Trading Economics” (Painel de crescimento econômico tempo real), em:
http://pt.tradingeconomics.
Ver também:
Emergentes reagem para conter Dólar, In: Folha de São Paulo – Mercado, pagina B6 – publicação 29 de janeiro 2014.