As ondas de violência que decorrem da deposição de Mohammed Morsi da Presidência egípcia continuam aumentando. Nesta semana, as cidades de Delga e Kerdasa foram palcos de embates entre a polícia e manifestantes que apoiam o ex-presidente.
Delga fica ao sul do Cairo e sofreu uma incursão por parte das “Forças de Segurança” egípcias na última segunda-feira, dia 16. O objetivo era terminar com o domínio de militantes islamitas que tomaram o controle da cidade após o golpe sobre Morsi. Durante a investida, dezenas de residentes da cidade foram presos.
A ação militar em Kerdasa começou na manhã de ontem, quinta-feira, dia 19. Em agosto, 15 policiais foram mortos na região por um grupo de islamitas. Seus corpos foram mutilados e arrastados por carros. O ocorrido teria sido em retaliação à violência utilizada pelas forças militares em campos de protestos a favor de Mohammed Morsi, no Cairo.
Na manhã de ontem, centenas de militares entraram na cidade, apoiados por helicópteros e veículos de guerra. Os membros da força de segurança encontraram a resistência de militantes islamitas armados nos telhados de prédios, escolas e mesquitas. O general Nabeel Farrag foi atingido e morreu durante o tiroteio. Ao entardecer, a troca de tiros terminou, mas havia forte permanência de policiais nas ruas e nos checkpoints militares das principais saídas da cidade.
Kerdasa é uma cidade importante para a economia egípcia. De fácil acesso à capital, fica próxima às pirâmides de Giza, principal ponto de atração turística do país. O comércio de carpetes típicos e roupas também faziam do lugar um destino popular.
A violência mútua entre forças militares e grupos de manifestantes que apoiam a “Irmandade Muçulmana” está crescendo cada vez mais. Dentre as análises realizadas acerca da situação do país, está em foco a atuação de grupos islamitas na política e a possível retomada do poder pelos militares, como era antes dos movimentos da “Primavera Árabe”.
Em meio ao conflito crescente, a população local está sofrendo com o enfraquecimento constante de sua economia e da sua segurança. Moradores de Kerdasa, por exemplo, alegaram que não confiam na polícia e que a agitação contra o governo ocorrida na cidade é realizada por pessoas de fora e não por moradores locais. Os militantes tomaram o controle da cidade há mais de um mês. O morador Ahmed Aly se sente inseguro, como declarou: “Nós sabemos que eles virão prender pessoas, sabemos e respeitamos, quem eles culpam pela violência que estamos a par, realizada por pessoas de fora, não por nossos respeitáveis sheiks”[1]. Pelo menos mil pessoas foram mortas durante os confrontos entre militantes e forças de segurança desde Julho deste ano, dentre elas, 100 policiais.
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Imagem (Fonte):
http://www.reuters.com/
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Fontes consultadas:
[1] Ver:
http://www.bbc.co.uk/news/
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