No dia 6 de dezembro de 2017, o Comitê Executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI) publicou comunicado oficial alertando para o risco de crescente instabilidade no sistema financeiro chinês. De acordo com a publicação “a crescente complexidade do sistema financeiro da China semeou riscos para a estabilidade financeira do país”. Nesse sentido, o FMI recomenda que as autoridades chinesas “priorizem claramente a estabilidade financeira ao invés dos objetivos de desenvolvimento”.

Christine Lagarde, atual diretora do Fundo Monetário Internacional
As especulações em torno da solidez do mercado financeiro chinês se acentuaram ao longo de 2017. Em agosto, o FMI já havia divulgado relatório no qual afirmava que “a experiência internacional sugere que a expansão do crédito na China está em uma trajetória perigosa, aumentando o risco de ajustes bruscos ou redução acentuada do crescimento”. Posteriormente, em novembro, o próprio Presidente do Banco Central chinês, Zhou Xiaochuan, alertou que “os empréstimos não executáveis aumentaram nos últimos anos, erodindo o capital bancário e a resiliência de risco do sistema”.
No caso do comunicado do dia 6 de dezembro, o FMI destacou três elementos que estariam tencionando a estabilidade das finanças chinesas. Em primeiro lugar, as políticas econômicas expansionistas dos últimos anos teriam mantido empresas ineficientes e resultado no aumento do nível de endividamento em relação ao PIB. Segundo, a proliferação de instituições financeiras não bancarias implicou que “o risco de empréstimos se distanciou dos bancos em direção às partes menos regulamentadas do mercado financeiro”. Por fim, o FMI argumenta que as garantias concedidas aos investidores pelas organizações financeiras chinesas “criaram um ambiente no qual os agentes econômicos aceitam riscos cada vez maiores, pois não possuem o medo da perspectiva de perdas futuras”.
Nesse contexto, é importante notar que o comunicado elogia as reformas regulatórias avançadas pelo Governo chinês. Especificamente, reconhecem “as iniciativas do Banco Popular da China para fortalecer a capacidade de supervisão do sistema financeiro em um contexto de crescimento rápido desse setor”. Além disso, ressalta-se que a percepção do FMI acerca da gravidade dos riscos financeiros não constitui unanimidade. Por exemplo, analistas da Bloomberg consideram que, no que tange à lucratividade e a capacidade de pagamento “as empresas não financeiras chinesas estão em suas melhores posições nos últimos dez anos”.
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Fontes das Imagens:
Imagem 1 “Yuan, a moeda chinesa” (Fonte):
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Imagem 2 “Christine Lagarde, atual diretora do Fundo Monetário Internacional” (Fonte):