A saúde é tema do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável de número 3, especificamente, o compromisso de se alcançar uma cobertura universal que inclua “saúde mental e bem-estar”. Seguindo este propósito, a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) lançou no início do mês de março do corrente ano (2019) um estudo que atenta para a incidência de transtornos mentais nas Américas.
Em relação ao panorama regional, os referidos transtornos respondem por 34% das deficiências. Nessa perspectiva, a título de ilustração, os transtornos depressivos representam 7,8% das incapacidades – com a América do Sul, em geral, exibindo maiores proporções de incapacidade. Assim, os cinco países que lideram essa estimativa são: Paraguai, Brasil, Peru, Equador e Colômbia.
Já a América Central tem os mais altos índices de transtornos bipolares (iniciados na infância) e epilepsia, quando comparada a outras sub-regiões. Por fim, na América do Norte, os Estados Unidos e o Canadá apresentam esquizofrenia e demência como líderes dos casos de incapacidade, bem como altas taxas de transtornos oriundos do uso de opioides.

A partir do presente estudo, a OPAS recomenda que os países ampliem os seus investimentos em saúde mental, visto que o orçamento médio para esta área é de apenas 2%. Além disso, 60% desse recurso se destinam a hospitais psiquiátricos que carregam consigo o estigma e dificultam a procura por tratamentos.
Desta forma, a Organização estimula que a prestação de serviços integrados para transtornos mentais ocorra na atenção primária ou em hospitais comuns para evitar o afastamento e proporcionar apoio social adequado a cada caso.

Os déficits de financiamento em saúde mental variam, indo de três vezes a mais que os gastos atuais em países de alta renda até 435 vezes os gastos nos países de mais baixa renda da região.
Também, a orientação divulgada pela OPAS vai ao encontro da necessidade de uma medida de prevenção ao suicídio que atinge cerca de 12 mil jovens entre 15 e 24 anos todos os anos no continente americano, ou seja, perdas irreparáveis de capital humano ao futuro dessas nações.
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Nota:
* Relatório “A carga dos transtornos mentais na Região das Américas, 2018” está disponível em inglês e espanhol.
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Fontes das Imagens:
Imagem 1 “Relatório ‘A carga dos transtornos mentais na Região das Américas, 2018’” (Fonte– OPAS): http://iris.paho.org/xmlui/handle/123456789/49578
Imagem 2“Os transtornos depressivos representam 7,8% do total de incapacidades na região”(Fonte – OMS): https://news.un.org/pt/story/2019/03/1662831
Imagem 3 “Na América Latina e Caribe, os problemas de saúde mental, incluindo o uso de substâncias psicoativas, respondem por mais de um terço da incapacidade total na região” (Fonte – OMS): https://news.un.org/pt/story/2019/03/1662831