O presidente da “Autoridade Nacional Palestina” (ANP), Mahmoud Abbas, chegou ao Cairo (capital do Egito) na última segunda-feira (dia 29 de julho) para se reunir com o presidente interino do Egito, Adly Mansour. Abbas e sua delegação se reuniram com Mansour e seu vice-presidente, Mohamed El-Baradei, logo após a chegada à capital. Esta foi a primeira visita do presidente da ANP ao país desde a queda de Mohamed Morsi. Ele foi o segundo líder árabe a ir ao Egito após o estabelecimento do governo interino, seguindo o rei jordaniano Abdullah II bin al-Hussein, e foi uma das primeiras autoridades a congratular Adly Mansour quando subiu à Presidência.
Destaca-se ainda que sua chegada ocorre em um momento bastante turbulento para as relações entre os governos egípcio e palestino, pois o “Hamas” (governo palestino na “Faixa de Gaza” e antagônico ao “Fatah” de Abbas) vem sendo investigado pelo Egito. O “Ministério Público” egípcio está estudando a possível participação do “Hamas” em uma fuga de prisioneiros ocorrida 2011 no Cairo. O evento em questão libertou o hoje ex-presidente, Mohamed Morsi, e outros membros da “Irmandade Muçulmana” detidos pelo governo anterior. O Egito também investiga Morsi sobre as acusações de assassinato e conspiração com o “Hamas” naquela fuga, que deixou 14 mortos. Os prisioneiros escaparam durante o cenário político bastante conturbado das manifestações que derrubaram Hosni Mubarak.
Desde a queda de Mohamed Morsi no dia 3 de julho deste ano (2013), as autoridades egípcias colocaram restrições mais rígidas na fronteira com a “Faixa de Gaza”, fechando túneis de contrabando de bens de consumo e bloqueando a maior parte do tráfego terrestre. Na véspera da visita de Abbas ao Egito, o “Hamas” liberou uma série de documentos confidenciais que demonstrariam que o presidente da ANP e suas forças de segurança vinham incitando o governo egípcio contra o movimento islâmico palestino.
O objetivo de Abbas era discutir a relação entre o governo palestino da Cisjordânia, o “Fatah”, e o atual governo egípcio, garantido que os palestinos não têm intenção de intervir nos assuntos do Egito[1]. Abbas e Mansour falaram também sobre os últimos acontecimentos relacionados ao processo de paz entre Israel e Palestina. O Egito, que sempre manteve um papel importante no “Oriente Médio”, se encontra ainda em situação política bastante instável com a população dividida contra e a favor do presidente deposto.
——————————
Imagem (Fonte):
http://www.imemc.org/article/
——————————
Fonte consultada:
[1] Ver:
http://www.jpost.com/Middle-