O presidente boliviano Evo Morales está aproveitando o momento político positivo para apresentar-se como a principal voz latino-americana para preservação do projeto socialista na América Latina. Os analistas tem apontado que o sucesso do Presidente decorre dos índices crescentes que o país vem obtendo em termos econômicos e de inclusão social, comparativamente com os demais governos similares na região.
Conforme aponta uma análise realizada pela Global Research[1], apresentada em 10 gráficos, o resultado positivo é computado por aumentos reais nos índices, que demonstram uma mudança ocorrida na Bolívia ao longo do período em que Evo Morales está no poder.
Segundo aponta a avaliação, houve crescimento econômico mais rápido ao longo de seu período no cargo do que nas últimas três décadas e meia da história boliviana; houve crescimento nas reservas internacionais, capacitando o país a ficar mais protegido contra choques externos, compondo as reservas internacionais um montante acima de 48% do PIB; ocorreu deslocamento de receitas dos setor de hidrocarbonetos para o setor público, ou seja, conseguiu-se mais recursos para investimentos públicos; curiosamente, apesar das nacionalizações, o país teve o maior índice de investimento externo direto da América do Sul no ano de 2013; houve a duplicação dos investimentos públicos; também ocorreu redução a pobreza em 25% e da pobreza extrema em 43%; algumas instituições apontam que é o país que mais diminuiu a diferença entre os mais ricos e os mais pobres, apesar de tal distância ainda continuar muito grande; segundo afirmam os institutos de estatísticas, o salário mínimo aumentou 87,7% nos últimos 10 anos; apontam também que os gastos sociais tiveram aumento em mais de 45% nos últimos sete anos e, segundo afirmam alguns institutos, houve um combate às drogas, com a diminuição da área de cultivo da coca.
Tais elementos, conforme são divulgados por institutos governamentais, sendo alguns dados obtidos no FMI e entidades internacionais, explicam a vitória de Morales, de forma que os fatores econômicos estão se sobrepondo aos problemas políticos que o país viveu nos últimos três anos, com manifestações por toda a Bolívia, havendo questionamentos da autoridade governamental, acusações de que o Mandatário estaria se afastando dos setores populares, bem como aparelhando o Estado e a Administração Pública, além de estar cedendo à corrupção, algo que levou a perdas dos investimentos públicos realizados.
Nesse sentido, os observadores apontam que graças aos índices econômicos obtidos o presidente Morales tem se mantido no poder e vem garantido a continuidade de sua política. Acentuam, contudo, que, apesar de seu discurso anticapitalista, da postura contrária aos EUA e do comportamento dedicado à defesa do bolivarianismo, ele vem revendo sua relação com o empresariado, indicado que adotará maior tolerância e abertura aos investimentos privados, o que talvez possa estar dando a ele uma condição de maior capacidade de negociação e credibilidade, deixando em aberto se tal comportamento se constitui numa tendência que permanecerá ou se é um comportamento tático para atrair capital e parceiros para o Estado.
De qualquer forma, os dados apresentados pelos institutos, sendo confirmados e repetidos por outras instituições, mostram pontos expressivos que explicam a manutenção Regime, embora se acredite que este modelo tenha prazo de validade. Talvez, por isso, Morales esteja se antecipando e se aproximando paulatinamente do setor privado, embora ainda preserve a imagem construída e discurso que o alavancou ao poder.
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Imagem (Fonte):
Wikipedia
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Fontes Consultadas:
[1] Ver:
http://www.globalresearch.ca/bolivias-economy-under-evo-morales-in-10-graphs/5411205
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Ver também:
http://www.vermelho.org.br/noticia/252713-7
Ver também: