A Turquia foi alvo de novos ataques na quarta-feira, dia 19 de agosto, no centro de Istambul e no Sudeste do país, quando o Exército perdeu soldados, em um momento no qual o país se prepara para retornar às urnas para Eleições antecipadas.
Oito soldados turcos morreram em um ataque com explosivos contra seu veículo no distrito de Pervari, na Província de Siirt, no Sudeste do país. O atentado foi atribuído ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e é o ataque mais violento sofrido pelo Exército turco em um mês, desde o início de uma grande operação contra o grupo armado curdo[1]. Um pouco mais cedo, na zona turística de Istambul[2], disparos de arma de fogo e a explosão de uma bomba foram registrados em frente ao palácio otomano de Dolmabahçe[3], sede do Gabinete do Primeiro–Ministro. De acordo com a imprensa local, não foram registradas vítimas neste ataque não reivindicado, que evocou a prisão de dois agressores. Segundo o Canal de notícias NTV[4], o tráfego foi interrompido nas principais avenidas ao redor do Palácio, localizado perto da Torre Galata, do lado europeu da metrópole.
Estes novos episódios de violência ocorrem mais de uma semana após uma série de atentados que visaram Istambul e cidades do sudeste do país, matando seis membros das Forças de Segurança turcas. Em Istambul, o ataque contra o Consulado dos Estados Unidos havia sido reivindicado por um grupo de extrema–esquerda – Partido da Frente Libertação Popular Revolucionária (DHKP–C), enquanto que o que atingiu uma delegacia de polícia em Sultanbeyli (lado asiático de Istambul) foi trabalho dos rebeldes do PKK.
O país vive o ritmo da violência diária preocupante desde o atentado suicida de Suruç (ao Sul), onde 33 jovens simpatizantes da causa curda foram mortos, e que foi atribuído à organização Estado Islâmico (EI). Ancara lançou uma Guerra contra o terrorismo em 24 de julho contra o EI e o PKK, mas tem atacado essencialmente os rebeldes curdos, que, em resposta, quebraram um cessar-fogo em vigor desde 2013 com o Governo.
Além dos problemas de segurança, reina uma incerteza política no país[5][6]. “Estamos nos movendo rapidamente em direção a novas eleições”[7], declarou o presidente turco Recep Tayyip Erdogan, durante uma reunião em seu palácio com deputados locais. O homem forte da Turquia disse que o país deverá, inevitavelmente, consultar “a vontade popular”[7] para quebrar o impasse político.
De acordo com alguns analistas, o Chefe de Estado quer novas eleições na esperança de que o Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP, partido islâmico-conservador no poder) reconquiste a maioria e, assim, possa formar um governo sozinho. O AKP, que governa a Turquia desde 2002, sofreu um sério revés nas eleições parlamentares de junho, forçando-o a negociar com outras forças políticas para formar um governo de coalizão. Os social-democratas, Partido Republicano do Povo (CHP), segunda força no Parlamento, e o Partido de Ação Nacionalista (MHP), terceira força, rejeitaram a oferta.
O Presidente, que foi Primeiro–Ministro de 2003 a 2014, antes de se tornar no ano passado o primeiro Presidente eleito por sufrágio universal direto, não esconde sua ambição de Reformar a Constituição para estender os poderes do Chefe de Estado. Erdogan provocou recentemente a ira de seus adversários, sugerindo que o sistema presidencial já estava implantado. “Concordando ou não, o regime turco mudou”[7], disse ele na semana passada, reiterando a mesma ideia nesta semana.
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Imagem1 (Fonte):
http://alfarss.net/1439996295.html
Imagem2 (Fonte):
http://www.vesti.bg/sviat/evropa/parlamentarni-izbori-v-turciia-dnes-6037354
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Fontes Consultadas:
[1] Ver:
http://www.bbc.com/news/world-europe-33985045
[2] Ver:
[3] Ver:
http://www.basbakanlik.gov.tr/Forms/pg_Main.aspx
[4] Ver:
[5] Ver:
[6] Ver:
http://www.aljazeera.com/news/2015/08/turkey-coalition-government-150813123140443.html
[7] Ver:
http://www.reuters.com/article/2015/08/19/us-turkey-politics-erdogan-idUSKCN0QO16320150819