A China continua como um centro de discussões entre o “setor industrial brasileiro” e o Governo e também entre os seus consumidores. Mas, enquanto no Brasil os debates ainda estão sendo conduzidos, os chineses não tratam mais sobre o futuro do mercado do Brasil e do poder de compra do consumidor brasileiro, pois passaram para as ações, pondo em andamento seus planos de negócios.
O país é o maior exportador de produtos diversificados do mundo, desde bens industrializados a metais, tem o maior número de empreendedores da atualidade e tudo isso contribui para os dados positivos da economia chinesa que se mantém na “linha azul”.
Recentemente, o porta-voz da “Administração Geral da Alfândega da China”, Zheng Yuesheng, divulgou para a imprensa local os dados atualizados do comércio exterior chinês. Segundo eles, o volume do comércio internacional da china aumentou 8% em relação ao primeiro semestre do ano passado (2011). De acordo com os dados retransmitidos pela “Rádio China Internacional” (CRI – Português), o volume total da “Balança Importação x Exportação” nestes seis meses superaram a marca de 1,8 trilhão de dólares norte-americanos, sendo que as exportações apresentaram um crescimento de 9,2%.
O maior volume das exportações chinesas ainda é para a Europa e para os “Estados Unidos”, mas, com o crescimento das relações Brasil-China e pela recente gama de investimentos estrangeiros no Brasil, em busca de seu mercado consumidor ativo, já se tem indícios de uma ampliação no foco dos comerciantes chineses.
Os preços atrativos dos produtos “Made in China” sempre levaram o consumidor brasileiro a realizar compras nos mercados populares nos quais os chineses ofertam seus produtos. É o caso da famosa “Feirinha da Madrugada” e de outras que ocorrem nas ruas do “Bairro do Brás”, nas lojas da “Rua 25 de Março” e no “Bairro da Liberdade” (os três casos na cidade de São Paulo – Estado de São Paulo / Brasil). Mas, ressalte-se que, para os consumidores modernos, que tendem a comprar através do “e-commerce”, os chineses já pensaram na forma de atender a essa nova demanda.
Nos últimos meses, acompanhando alguns e-commerces da china, como o www.oneforworld.com, que neste ano ganhou a sua versão “brasileira”, “mercadoriadachina.com”, percebe-se os rumos da estratégia para o avanço no mercado. Há pouco tempo, a maior parte dos sites de compras chineses apenas disponibilizavam os serviços em alguns dialetos da China, em inglês e em espanhol. Hoje, o português brasileiro se faz necessário, mostrando que estão progredindo na compreensão da cultura brasileira para adequar os seus produtos às percepções e gostos do cliente do Brasil, algo comprovado pelo grande número de chineses que estudam ou dominam o idioma português, permitindo que esses serviços on-line para o consumidor do Brasil se tornem possíveis.
O país investiu não apenas pensando no mercado brasileiro, mas na preparação de seus cidadãos para negociarem e entenderem o Brasil. No ano de 2011, o “Curso Superior de Língua Portuguesa” na China passou a ser ministrado em 14 universidades de grande prestígio tanto no país como na região asiática. Neste ano (2012), a China inaugurou o primeiro “Centro de Estudo de Países de Língua Portuguesa”, estando aos cuidados da “Universidade de Comércio e Economia Internacional de Beijing”, sendo esta a primeira instituição não-governamental e sem fins lucrativos da China voltada para estudos acadêmicos e culturais.
Estes investimentos em solo chinês quando somados aos “Centros de Estudos” sobre a China existentes no Brasil, tornam-se em grandes “consultores de mercado”, partindo das raízes culturais entre os dois povos. Além do grande número de estudantes, a existência de imigrantes chineses no Brasil e os consideráveis números de brasileiros, portugueses e cantoneses na região sul da China (“Hong Kong”, Macau, Shenzhen etc.) servem como um diferencial no momento de criar um “negócio” para os brasileiros.
Hoje, pode-se procurar por nomes de chineses em “português” nas redes sociais, principalmente no Orkut, no Facebook e no QQ chinês. Muitos destes nomes estão em constante comunicação com brasileiros, fazendo a promoção de seus negócios e acertando detalhes de comercialização.
Em contato com alguns destes negociantes e também navegando pelos sites de compras chineses, percebe-se a grande quantidade e volume de produtos de fabricação chinesa vendidos no Brasil e bem aceitos pelo público, em muitos casos, preferidos pelas vantagens evidentes.
Pode-se citar como exemplo expressivo e significativo da atual conjuntura o fato de a camiseta da “Seleção Brasileira de Futebol”, fabricada em Taiwan, poder ser comprada por um valor que varia entre 30 a 50 dólares norte-americanos e quando comprada dos fabricantes na China Continental, o valor fica abaixo dos 50 dólares. No Brasil, a camisa oficial da CBF não é comercializada por menos que 200,00 reais, ou seja, no mínimo, por, aproximadamente, 100 dólares.
Os chineses já compreenderam a procura de produtos baratos pelos consumidores brasileiros, principalmente por produtos de marcas consideradas “caras” no mercado do Brasil e também o “desejo” brasileiro por produtos esportivos. Pela compreensão do consumidor em território do Brasil e pelas transformações que estão ocorrendo nos comerciantes chineses, nota-se que a China já está preparada para atuar no mercado consumidor do maior país lusófono do mundo, ao contrário de ter estendido indefinidamente o debate sobre meios legais para combater concorrentes estrangeiros. Ou seja, percebe-se que optaram por desenvolver uma estratégia bem aplicável e bem coordenada para conquistar e consolidar mercados.
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Fontes analisadas:
A) “Sites de compras chineses”:
Ver (“mercadoriadachina.com”):
Ver “asiatronic.com”:
Ver “xingling.com.br”:
http://urlpulso.com.br/www.xingling.com.br
Ver “compredachina.com”:
www.compredachina.com/
B) “Redes sociais”
Ver “QQ”:
http://redes-sociais.com.pt/tag/rede-social-tencent-qq/
Ver “Facebook”:
Ver “Orkut”:
C) Entrevista com comerciantes chineses
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Fontes consultadas:
Ver:
http://portuguese.cri.cn/1541/2011/09/19/1s140232.htm
Ver:
http://portuguese.cri.cn/561/2012/01/16/1s144984.htm
Ver:
http://portuguese.cri.cn/561/2012/07/10/1s153505.htm