O Governo boliviano anunciou no domingo, dia 10 de junho, por meio de declaração do ministro da Presidência, Juan Ramón Quintana, que nacionalizará a mineradora Colquiri, filial da empresa suíça Glencore. A corporação suíça já havia sofrido duas nacionalizações em 2007 e 2010 de empresas de fundições de metais, cujos casos foram levados à justiça.
Morales está acelerando o processo de estatização da economia boliviana, tendo como objetivo garantir a implantação rápida do socialismo, usando da mesma estratégia acertada com Hugo Chávez na Venezuela. Analistas apontam que as medidas visam criar uma condição sem retorno, uma vez que criará uma classe de funcionários dependentes das ações estatais, os quais, por isso, serão obrigados a dar suporte aos políticos e partidos socialistas, em especial ao Partido do Presidente o “Movimento al Socialismo” (MAS).
A preocupação nesta atual estatização (nacionalização) está relacionada com as reações das Cooperativas, que, segundo o Governo não terão incluídas suas áreas, exceto se solicitarem. Contudo, os dirigentes da “Federação Nacional de Cooperativas de Mineiros” advertiram que não querem a nacionalização e anunciaram que se ela ocorrer nas sua área haverá bloqueios de estradas. Além disso, o líder Albino García declarou que, se ocorrer, haverá “um conflito nacional”*.
O diálogo ríspido demonstra que não há harmonia na administração de Morales, uma vez que, segundo a imprensa, este grupo é influente no Governo e tem grande capacidade de mobilização, explicando, talvez a necessidade que tem o mandatário de acelerar suas promessas de campanha e criar uma situação irreversível no país, embora os analistas apontem que um dos resultados possíveis seja uma revolta com participação de vários setores da sociedade, não descartando a fragmentação da Bolívia.
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