Ontem, dia 11 de setembro, a “Assembleia Nacional Catalã” (ANC) reuniu mais de milhão de pessoas nas ruas de Barcelona com a proposta “Catalunha: o novo Estado europeu”*, em uma manifestação para a independência catalã…
Cerca de 700 mil catalães participaram, este domingo, dia 10 de abril, de um referendo não vinculativo sobre a independência da Catalunha. Segundo informações do jornal “Euronews”, trata-se de um exercício promovido pela plataforma pró-independentista, “Barcelona Decideix”, no âmbito de uma série de ações para angariar adeptos para a causa da independência desta “Comunidade Autônoma” espanhola.
Os eleitores da Catalunha derrubaram o “Partido Socialista” e garantiram maioria dos nacionalistas conservadores nas eleições regionais ocorridas ontem, 28 de novembro.
Como anunciado, no dia 27 de novembro, em nota no Site CEIRI com o título “A Dignidade da Catalunha poderá iniciar crise política na Espanha”, foram realizados referendos simbólicos, no dia 13 de dezembro, sobre…
A Organização Mundial da Saúde declarou a
Europa como novo epicentro da pandemia causada pelo Covid-19. Ruas, museus,
escolas, aeroportos e demais serviços foram paralisados e esvaziados diante do
pânico crescente da população, atônita com o aumento do número de casos e óbitos
em diversos países do Bloco europeu, trazendo problemas de abastecimento e
toque de recolher em diversos municípios. Um ambiente digno de um filme pós-apocalíptico
no qual se localiza o correspondente do CEIRI news na Europa, Wesley S.T
Guerra, erradicado na Espanha, país
que registra mais de 5.200 casos e 150 falecidos, leia seu relato.
Um silêncio estarrecedor nas ruas,
colégios, restaurantes e demais serviços, parques sem o barulho das crianças ou
idosos passeando com seus cachorros, monumentos sem turistas e transportes
funcionando no mínimo de sua capacidade. Um cenário de guerra, onde, de
momento, o lado vencedor é o do coronavírus.
Uma onda de pânico causou o
desabastecimento temporário em diversas localidades. As notícias de
propagação do vírus além das fronteiras da Itália geraram o alarme e cada novo
caso contabilizado aumentava o medo da população mais envelhecida do planeta.
Fake news e informações desencontradas aumentaram as dúvidas da população. As
autoridades decretaram Estado de Emergência,
porém, sob críticas por uma atuação tardia.
Na Espanha, antes mesmo de o presidente Pedro
Sanchez haver decretado o Estado de Alarme, o governo da Comunidade de
Madri (região mais afetada no país Ibérico) havia dado ordem de fechar todos os
estabelecimentos públicos e serviços, salvos aqueles de primeira necessidade.
Na Catalunha, segunda região em população, as forças de segurança estabeleceram
controles e obrigaram a população de diversos municípios a não sair da cidade,
alertando aos motoristas: “saiba que se
você entrar, não poderá sair”.
O espaço aéreo passou a ser limitado,
principalmente após os Estados Unidos declararem o cancelamento dos voos com origem
nos países da União Europeia. Fronteiras com países vizinhos, como o Marrocos,
foram fechadas e protocolos de segurança foram ativados.
Coronavírus Mercados
O Decreto realizado pelo governo central
espanhol permite o uso das Forças Armadas e até mesmo a restrição de direitos
civis, tais como o direito circulação dos cidadãos, com o objetivo de reduzir a
curva de infecção do vírus e restabelecer aos poucos a calma.
A Bolsa de Madri registrou no dia 12 de
março a
maior queda da sua história, acompanhada pelas demais bolsas europeias e
mundiais. O impacto em setores importantes, tais como turismo, serviços e comércio
permanece incalculável. A sensação é que o mundo parou por um instante e um
pequeno ser microscópico deixou evidente a soberba humana e a fragilidade de
nossas sociedades.
Infelizmente, por outro lado, o estado de
quarentena decretado em diversas localidades de Madri, Catalunha, Murcia, País
Basco, Aragão se transformou em férias para algumas pessoas que se refugiaram
em localidades litorâneas, levando o vírus com ela.
“Não
sair de casa” essa é a frase que as autoridades citam uma e outra vez como
uma tentativa de convencer o povo de que o pior ainda está por vir.
Como medidas, além do fechamento de todos
os serviços (salvo os essenciais) e a quarentena dos municípios mais afetados,
o governo estimula o home office
(trabalho em domicílio) e medidas de prevenção e higiene. Espanha, Portugal e
Itália são países cuja população de risco é uma fatia majoritária em sua
pirâmide demográfica, sendo necessário controlar o quanto antes o avanço dos
casos.
Avenida em Horário de Pico
Segundo as autoridades, é necessário
estar consciente de que 80% da população pode ser infectada e que haverá óbitos
de seres queridos, de conhecidos, independentemente da colaboração de toda a sociedade.
O Covid-19 possui menor taxa de
mortalidade que outros vírus que já circulam na Europa, porém, a alta proporção
de pessoas em grupos de risco e a velocidade da propagação, além dos fortes
impactos econômicos na economia mundial, transformaram a pandemia do Coronavírus
em uma das mais importantes desde a Gripe Espanhola de 1918, que vitimou
milhões de pessoas.
Nos demais países da Europa, a situação é
semelhante. Portugal, França, Alemanha, Bélgica, entre outros, decretaram o
fechamento dos estabelecimentos e locais públicos, com a redução dos serviços e
cautela. Circular no Bloco europeu é desaconselhado pelas autoridades e viagens
internas devem ser feitas somente por motivos extremos.
Como testemunho pessoal, um companheiro
de trabalho está de quarentena pelo fato de que sua esposa (enfermeira) deu
positivo, sendo a recomendação médica permanecer em casa e somente sair para
emergências, no caso de apresentar maiores sintomas. Assim mesmo, as
autoridades facilitam um número de emergência para que pessoas com suspeita
possam realizar o teste em sua casa, sem acorrer ao hospital, com a visita de
profissionais de saúde. Foi necessário estocar comida e a falta de alguns bens
de consumo é notável, porém, dentro do possível, tentando manter a calma e
certa normalidade.
No dia 27 de outubro de 2017, o Parlamento da Comunidade Autónoma da Catalunha (Espanha) declarou de forma unilateral a independência da região, após uma votação liderada pela coligação de partidos nacionalistas catalães, que foi…
A Espanha era a última das grandes
democracias da União Europeia onde não havia um partido representante do
crescente discurso de extrema direita, presente em países como França, Itália,
Áustria, Hungria, Polônia, entre outros, que está modificando o cenário
político do Bloco e questionando a existência do mesmo.
O VOX
foi criado em 2013 como resultado da crise financeira, política e social
que enfrentava a Espanha e das tensões territoriais com a Catalunha e
Gibraltar. Desde então, se considera um partido nacionalista, conservador,
anti-imigração e eurocético; seu lema é “fazer
a Espanha grande de novo”; e seu discurso está alinhado ao de líderes
famosos, tais como: Salvini (da Itália), Strache (da Áustria), ou Marine Le Pen
(da França). Ressalte-se que sua defesa da Monarquia é uma das poucas
discrepâncias existentes.
Resultados eleições Andaluzia
Apesar do crescimento do Partido nas
eleições autonômicas, este ainda é uma força política minoritária, isto se deve
à própria composição política da Espanha, onde historicamente houve uma grande
concentração em duas grandes agremiações partidárias (PP – Partido Popular, de
direita, e PSOE – Partido Socialista Operário Espanhol, de esquerda) e somente
após a Crise Financeira houve um florescimento de novos partidos, sendo os
casos mais relevantes o Podemos, à esquerda, e o Ciudadanos, de direita.
Por outro lado, embora a Andaluzia seja a maior região da Espanha
em termos de território e população, a mesma possui pouco peso político e
econômico para o país (em detrimento de outras regiões, tais como Catalunha,
Madrid ou País Vasco) e também é a mais exposta aos processos de migração,
devido a sua proximidade do continente africano, além de ser uma das regiões
mais afetadas pelo desemprego, o que gerou as condições perfeitas para o
enraizamento do discurso populista do VOX.
Imigrantes chegando em pleno dia de Praia nas costas da Andaluzia
Embora os partidos de extrema direita
avancem pela União Europeia e tenham convergências em grande parte de seu
discurso, principalmente no que tange a migração, políticas sociais e
nacionalismo, é necessário observar que em cada nação e região existe uma
adaptação desse discurso a um tema de relevância atual. Em Andaluzia, o
discurso contra imigrantes foi utilizado devido às centenas de barcos que
chegam diariamente nas costas da região; já na Catalunha os expoentes da
extrema direita usam o nacionalismo espanhol como forma de contrabalançar o
movimento nacionalista catalão; em outras regiões o discurso anti-islã ganha
força devido a um histórico de atentados.
Discursos incendiários, seja de um lado
ou do outro, parecem avançar pelo mundo, o único posicionamento que parece
permanecer estático ou até mesmo regredir é o do discurso da humanidade, que em
lugar de enfrentar em conjunto seus problemas e desafios, continua buscando
víboras para culpar pela perda do sonhado paraíso.
A Espanha recebeu o Presidente da China, Xi Jinping, antes da cúpula do G20 na Argentina. O objetivo do encontro foi reforçar as relações bilaterais entre os países. Segundo reportagem do El País, a principal motivação espanhola seria de caráter econômico, sobretudo no que diz respeito às exportações.
De acordo com o Observatório de Complexidade Econômica da Universidade de Harvard, a China representa apenas 2,2% das exportações espanholas, pouco menos de US$ 6 bilhões; já as importações compreendem 8,6%, cerca de US$ 26 bilhões, tornando-a o terceiro maior parceiro econômico espanhol, superando os Estados Unidos da América (EUA).
Xi Jinping, Presidente da China
O principal interesse chinês em sua política externa é a nova Rota de Seda (Belt and Road Initiative, BRI) e a Espanha poderia ser um parceiro importante na Europa, bem como na União Europeia. No entanto, o Governo espanhol acenou negativamente para o grande projeto logístico da China, que pretende escoar sua produção por terra e por mar através do espaço eurasiático, a fim de alcançar os mercados ocidentais.
Mesmo assim, Xi Jinping e Pedro Sanchez, Primeiro-Ministro espanhol, assinaram diversos acordos em vários segmentos com o objetivo de estreitar relações entre os Estados. Ademais, ainda que a Espanha não se posicione abertamente a favor da BRI, demonstra um evidente alinhamento com o país asiático. Vale ressaltar que os dois países possuem movimentos de independência em seus territórios – Catalunha, na Espanha; e Xinjiang, na China –, sendo ambos aliados em discursos contrários a secessões.
O posicionamento da Espanha favorável aos chineses aponta, em parte, para um desalinhamento às políticas adotadas pelos EUA. A expansão chinesa para o Ocidente não é novidade, mas a perda de terreno, sobretudo econômico, dos norte-americanos na Europa é um fenômeno recorrente, principalmente após a ascensão de Donald Trump à Presidência do país.
A Guerra Comercial entre China e EUA é uma importante evidência do incômodo do último em razão das investidas do primeiro. Resta saber se os Estados europeus permanecerão sob a influência não só política, mas principalmente econômica dos norte-americanos, ou se permitirão uma maior abertura às empresas chinesas e à sua política externa expansionista.
Durante os meses de setembro e outubro, os partidos britânicos tendem a fazer suas conferências nacionais, onde alinham suas políticas e debatem o futuro do Reino Unido. Neste ano (2018), assim como tem ocorrido ultimamente,…