A percepção de investidores e agências de desenvolvimento sobre a política argentina está afetando a atração dos investimentos externos para o país.
momento aquela política estava gerando frutos, isso se devia ao protecionismo implícito na política adotada e alertava para o fato de o crescimento registrado ser uma ilusão, pois a retomada precisava ser encarada como um “rebote estatístico”, quando ocorre uma recuperação das perdas de um período recessão acentuada. O empresariado alertava ainda que o controle de preços geraria estagnação dos investimentos e reacenderia a inflação que o governo tentava evitar. A única forma de impedi-la seria pelo controle dos índices inflacionários. No final do governo de Nestor Kirchner veio a baila que se estava maquiando os índices para garantir o processo eleitoral com o intuito de garantir a vitória da atual presidente Cristina Kirchner.
Hoje, o problema da corrupção está afetando diretamente a questão dos contratos.
Em relatório apresentado pelo Departamento de Estado norte-americano os dados apresentados irritaram o governo argentino. Um ponto que chamou atenção é o fato de a ineficiência do judiciário impedir que a sociedade controle os atos do governo e impeça que haja mecanismos seguros de garantia do cumprimento dos contratos. Outro ponto destacado é a política adotada pela presidente de perdão fiscal para repatriação de capital. Tem sido corrente que isso vai permitir a lavagem de dinheiro no país.
Deve-se acentuar que a politização do judiciário agora está se manifestando no fato de a Corte Suprema argentina (Correspondente ao nosso Supremo Tribunal Federal) ter sob suspeita sua capacidade de julgar os atos dos políticos sob campanha eleitoral. Acrescente-se a isso que, a indicação política dos membros, os vinculou a julgamentos e avaliações por critérios políticos partidários, saindo do plano puramente jurídico. Em síntese, são aspectos que colocam Argentina num universo perigoso para investimentos de empresários brasileiros, já que os fatos jurídicos, a atual política externa do governo e a insegurança contratual não são bons indícios.