Após 6 meses de negociações, a “China National Petroleum Corporation” (CNPC) adquiriu recentemente 20% da gigante italiana “Ente Nazionale Idrocarburi” (ENI / em português, “Autoridade Nacional de Hidrocarbonetos”), que detém 70% da exploração de gás natural no Bloco 4 da Bacia do Rovuma, norte de Moçambique, por 4.21 bilhões de dólares norte-americanos.
Os outros parceiros da ENI são a “Galp Energia”, de Portugal; a sul-coreana “Korea Gas Corporation” (KOGAS) e a moçambicana “Empresa Nacional de Hidrocarbonetos” (ENH), cada uma com 10%[1].
É o maior investimento da CNPC na África e constitui a entrada da China na corrida a Moçambique que atrai os maiores investidores mundiais devido as suas imensas reservas minerais e energéticas[2]. Neste setor, o país já conta com capitais estadunidenses, australianos, brasileiros, japoneses, tailandeses, irlandeses, sul-africanos etc. Os russos também mostram interesse em seguir o caminho dos chineses e negociações com a ENI deverão iniciar em breve[3].
Prevê-se que a exportação do produto final (gás natural) comece em 2018[4]. Esta aquisição chinesa se reveste de uma importância maior, já que ela ocorre numa altura em que a China não se entende com a Rússia sobre o preço do gás que ela necessita para abastecer a indústria, bem como para o consumo doméstico, estando sua estratégia enquadrada na nova política de reduzir o uso do carvão, dentro da perspectiva de diminuir a poluição do meio ambiente[5]. Moscou quer 300 doláres/1000 m³ de gás contra os 250 que Pequim se dispõe a pagar[6]. Há mais de uma década que as negociações sobre o valor a pagar e outras questões logísticas não satisfazem as duas partes. Mesmo com a recente visita que o novo presidente chinês, Xi Jinping, efetuou à Rússia não se conseguiu apresentar uma solução para a diferença[7].
Por essa razão, a China tem nos últimos anos investido consideravelmente em alguns países africanos ricos em recursos energéticos como Angola, Nigéria e Uganda, além de importar de países árabes, latino-americanos, também da Austrália, Mianmar e Turcomenistão, que são os outros estados aos quais a China tem recorrido para suprir as suas deficiências energéticas[8].
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Imagem (Fonte):
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Fontes consultadas:
[1] Ver:
http://www.arcticgas.gov/2013/eni-sells-20-stake-mozambique-gas-field-china-national
[2] Ver:
http://www.arcticgas.gov/2013/eni-sells-20-stake-mozambique-gas-field-china-national
[3] Ver:
[4] Ver:
[5] Ver:
http://www.reuters.com/article/2013/03/22/us-russia-china-gas-idUSBRE92L10P20130322
[6] Ver:
http://www.reuters.com/article/2013/03/22/us-russia-china-gas-idUSBRE92L10P20130322
[7] Ver:
http://english.cntv.cn/20130324/104441.shtml
[8] Ver:
http://www.reuters.com/article/2013/03/22/us-russia-china-gas-idUSBRE92L10P20130322