Segundo os analistas internacionais, presentes em Seul, a “Cúpula do G-20” apresentou o discurso coletivo de que o mundo vive um desequilíbrio que precisa ser corrigido, mas não acertou as medidas que devem ser adotadas para conter uma possível nova Crise Econômica que pode ocorrer em futuro próximo.
Da perspectiva desses analistas, ficou claro que o maior problema está na batizada “Guerra Cambial”, com os países pensando individualmente e adotando medidas financeiras específicas como forma de mascarar um protecionismo à sua economia.
Há concordância de que os principais responsáveis pela situação são os EUA e a China que estão adotando políticas cujo resultado é desvalorização de suas moedas para estimular as suas exportações, algo que tem gerado desequilíbrios nas economias dos demais países, em especial dos emergentes.
Manteve-se na pauta a sugestão da criação de uma cesta de moedas, com o objetivo de “diminuir a importância do dólar nas transações internacionais”, conforme afirmou o “Ministro da Fazendo do Brasil”, Guido Mantega.
Também em suas palavras, “Talvez tenhamos que sair desse sistema monotemático ou de monomoeda. (…). Se os EUA não têm mais vocação para serem a moeda de reserva internacional, talvez deva haver um recuo do dólar e um avanço de outras moedas, de modo que possamos fazer as internacionais sem sermos refém do dólar”.
Deve-se ressaltar que esta cesta de moedas já é realidade, formada pelo Dólar, pelo Euro, pelo Iene japonês e pela Libra Esterlina britânica. É o denominado “Direitos Especiais de Saque” (DES), utilizado pelo “Fundo Monetário Internacional” (FMI). A novidade é a pretensão de incorporar o real brasileiro e o yuan chinês e torná-la mais efetivo, algo que tem contado com a simpatia de vários países, mas que analistas acreditam que ainda precisará ser trabalhada ao longo de alguns anos.
As críticas em relação aos EUA tem se intensificado, pois se acredita que os norte-americanos estão transferindo sua crise econômica para o restante do mundo, em especial para os países emergentes. Também tem se tornado consenso que a “Cúpula do G-20”, indicará caminhos, mas não resultará em soluções, apesar das recusas das lideranças de que as discordâncias não configuram um fracasso. É o processo normal de reorganização do sistema internacional, que ainda está sendo moldado.