O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, está acusando os EUA de desejarem usar o narcotraficante Walid Makled, para efeito de “guerra psicológica”. Segundo o mandatário venezuelano, “o império pretende que Makled seja extraditado aos Estados Unidos. Washington quer usá-lo para que vomite toda classe de acusações contra a Revolução Bolivariana, contra sua liderança política e militar e assim incluir a Venezuela na lista negra de países que apóiam o narcotráfico. (…). A canalha midiática, nacional e internacional, vem posicionando a imagem da Venezuela como um Estado delinqüente, obedecendo à estratégia imperial de criar as condições para uma intervenção militar”.
O traficante está preso na Colômbia e, ainda segundo Chávez, o presidente do país, Juan Manuel Santos, prometeu que ele seria extraditado para Caracas: “Creio na palavra do presidente Santos. E tenho a certeza de que o Governo da Colômbia não vai se prestar a este nauseante jogo de Washington através de seus laboratórios de guerra suja”.
Os EUA desejam prender Makled por narcotráfico, da mesma forma que a Venezuela, que acrescenta o crime de assassinato. O problema é que o narcotraficante declarou ter provas de corrupção de funcionários do governo venezuelano, trazendo temor a Chávez do uso que estas informações podem ser feitas. Em função dessa possibilidade, aproveita para adotar argumento de que objetivo estadunidense é trabalhar pela perda da credibilidade da Venezuela perante à comunidade internacional.
A alternativa proposta pelo venezuelano é levá-lo à “Corte Penal Internacional” e assim evitar a temida invasão que anuncia e para a qual constantemente se prepara. Em suas palavras, os EUA “não vão poder reeditar a trágica situação do Panamá em 1989 (quando foi preso o presidente panamenho Manuel Noriega). Aqui há um povo e uma Força Armada com a mais firme disposição de se fazer respeitar nossa soberania“.
Os norte-americanos, por sua vez, tomam as acusações como absurdas e reduzem a questão ao combate ao narcotráfico, como tem sido feito ao longo de vários anos, razão pela qual foram investidos bilhões de dólares na America Latina.
Observadores afirmam que o narcotraficante, provavelmente prefere ser extraditado para os EUA, pois, na Venezuela, ele corre risco de morte, já que, segundo tem declarado, tem provas concretas da corrupção e do envolvimento de membros do governo Chávez com o narcotráfico.