O comandante do Exército boliviano, general Antônio Cueto, declarou que esta “Força Armada” é “socialista, anti-imperialista e anticapitalista”, gerando reações de surpresa entre os demais membros da instituição, alem de personalidades políticas e autoridades no país.
Segundo afirmou, ele interpreta que a Constituição determina um Exército “como uma instituição socialista e comunitária; como tal, nos declaramos anti-imperialistas porque na Bolívia não deve existir nenhum poder externo que se imponha; queremos e devemos atuar com soberania e dignidade”. Tentou explicar o anticapitalista pela oposição que tem à destruição do meio-ambiente, algo que tem sido causado pelo capitalismo.
O historiador militar Fernando Sánchez Guzmán declarou ser “um absurdo querer atribuir a uma instituição tão grande, com uma função tão complexa e tão importante, uma missão enquadrada e limitada a um critério político-partidário, porque o que disse o general Cueto é isto: uma opinião muito pessoal de uma opção política própria que não pode comprometer toda uma instituição”.
A declaração desagradou setores da sociedade, pois esta é a primeira vez que as “Forças Armadas” fazem declaração explícita de posicionamento ideológico, algo que não ocorreu nem durante os governos militares, mesmo que se soubesse o posicionamento anticomunista do Exército. Independente da declaração, setores da imprensa, da oposição e da Igreja estão afirmando que está ocorrendo a destruição da democracia no país. Partidários do governo, no entanto, declaram que isto é parte das transformações para tirar o povo da miséria.