O envolvimento da comunidade portuguesa nas questões legislativas de Macau comprova que a relação entre Portugal e esta região administrativa especial chinesa se mantém.
Nas palavras do cônsul-geral de Portugal, Manuel Cansado de Carvalho, “É expressiva a participação dos portugueses nestas eleições, o que é um sinal de que a relação entre Portugal e Macau está viva e de boa saúde”. Para ele, a participação política da comunidade é representativa de uma “boa integração” na vida do território.
As eleições de 20 de Setembro contam com 16 representantes portugueses, ou luso-descendentes, nas 16 listas que concorrem pela via direta e com um luso-descendente no sufrágio indireto. Os concorrentes continuam em campanha eleitoral até o dia 18 de setembro, para conquistar o eleitorado formado por cerca de 250 mil habitantes no pleito que será realizado dois dias depois.
A Assembléia Legislativa de Macau é constituída por 29 deputados, dos quais 12 são eleitos por sufrágio direto e universal; 10 são eleitos indiretamente pelas associações representativas da sociedade e sete nomeados pelo Chefe do Executivo.
A participação portuguesa no legislativo macaense é muito importante, não só para os portugueses, mas para os demais países da CPLP, pois isso é sinal de maior estreitamento das relações com a comunidade lusófona.
Em Macau, a língua portuguesa tem seu estatuto oficial, como estipula o Art.º 9.º da Lei Básica: “Além da língua chinesa, pode-se usar a portuguesa nos órgãos executivo, legislativo e judiciários da Região Administrativa Especial de Macau, sendo o português também língua oficial”.
No entanto, mesmo com o estatuto, apenas 4% da população fala o idioma e a administração local já vem estudando meios de aumentar a sua procura. O investimento dos países da CPLP na região é um fator que proporciona o interesse dos habitantes pelo português, pois o seu aprendizado facilitará as negociações entre os empresários, devido ao fato de muitos artigos jurídicos serem escritos nessa língua.