O presidente da Bolívia, Evo Morales, está usando de diversos meios para manter a vantagem sobre os seus adversários na corrida presidencial, cujo pleito ocorrerá no dia 6 de dezembro de 2009. Nestas eleições gerais, além de Presidente da República, também serão eleitos o Vice-Presidente, 36 Senadores e 130 Deputados.
Dentre os meios que o atual presidente está usando, tem sido anunciada a doação de dinheiro para famílias pobres, com gastos de US$ 320 milhões por ano, subsidiando os pais das crianças para manterem seus filhos nas escolas; persuadindo as mulheres grávidas a fazerem exames constantes e para reduzir a mortalidade infantil. Além disso, recebeu, a título de doação, US$ 200 milhões de Hugo Chávez, os quais foram investidos nestes “projetos sociais”.
Morales tem dito que este dinheiro decorre das nacionalizações realizadas no início de seu governo, as quais, embora levassem à perda de investimentos estrangeiros imediatos, garantiram um acúmulo de divisas ao país.
Em seu discurso, tem afirmado que, anteriormente, a Bolívia recebia apenas US$ 300 milhões anuais pela exploração e comercialização dos hidrocarbonetos e seus derivados, como o gás, já em 2009, registrou US$ 2 bilhões.
O cerne do argumento é que precisa de mais tempo para dar continuidade às mudanças que tem realizado, objetivando “transformar a Bolívia numa das nações mais importantes da região”.
A oposição, por sua vez, acusa Morales de estar usando o dinheiro obtido no exterior, dentre eles a doação de Hugo Chávez, para comprar votos, ao invés de investir em setores produtivos, por isso, cedo ou tarde ocorrerá o esgotamento do seu modelo de ação. No entanto, agregado a essa tática, Morales tem realizado acordos externos, dentre eles, com os russos, que trarão gigantescos investimentos ao seu país.
O principal componente de sua campanha, no entanto, tem sido a auto-identificação com a população mais pobre do país, da qual ele é originário. Esse tem sido o fator determinante e, sabendo da vantagem que tem, não deixa de visitar regiões distantes e os povoados pobres, consolidando sua imagem como homem do povo.
Dificilmente a oposição conseguirá reverter o quadro, por isso, não será surpresa se ela investir na manutenção da maioria que ainda detém no Senado boliviano, mas também está próxima de ser perdida, graças a propaganda eleitoral do partido MAS (Movimiento al Socialismo / Movimento para o Socialismo), partido de Morales.