Foi anunciada nesta quinta-feira a retomada das relações diplomáticas plenas entre Venezuela e EUA tomando a decisão de deixar sem efeito a expulsão dos embaixadores de ambos os países no mês de setembro do ano passado (2008).
Devido à medida, os respectivos representantes diplomáticos reassumirão seus cargos nas capitais dos EUA e da Venezuela. Essa ação vem ao encontro das diretrizes da atual política externa do governo “democrata” (Partido Democrata) dos EUA.
Ao longo da história tem sido parâmetro de atuação dos democratas investirem na diplomacia e na coordenação do sistema internacional para defesa de seus focos estratégicos, pois, apesar de manter a projeção de poder, a tendência natural dos democratas é apostar na negociação e na governança global, desde que sob sua liderança
Deve ficar claro que para fazer uma projeção de poder o Estado define projetos, investe recursos e desenvolve meios para alcançar um objetivo estratégico no cenário internacional, contudo não é necessário, ou obrigatório, que esse processo seja militar.
Pode-se projetar poder realizando negociações bilaterais, tratados, acordos e parcerias econômicas, investimentos de toda ordem com o intuito de exercer influência direta e manter o controle sobre determinada região, espaço, ou país.
Assim, o fato de se realizada ação prioritariamente diplomática, não significa que não esteja ocorrendo projeção de poder. É por essa razão que existe continuidade na política externa dos EUA, apesar da alternância dos partidos. Mudam-se as metodologias, mas são mantidos os focos de interesse e os objetivos estratégicos.
A retomada das relações diplomáticas com a Venezuela garante ao governo de Barak Obama credibilidade, pois está cumprindo suas promessas de campanha de reaproximação com os Estados que tinham sido posicionados como inimigos. Isso, contudo não altera os centros de interesse da política externa dos norte-americanos, pelo contrário, garante uma ação mais ampla e profunda.