Na última terça-feira, dia 10 de setembro, o presidente sírio Bashar al-Assad aceitou o plano proposto pela Rússia de abrir mão se suas armas químicas. O governo russo tem sido o principal aliado da Síria nos últimos dois anos e apresentou o projeto como uma tentativa de evitar a utilização de forças militares americanas no país.
Segundo declaração feita pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, a proposta de que a Síria entregue seus estoques de armas químicas para o controle internacional só pode funcionar se “o lado americano e todos aqueles que apoiam os Estados Unidos neste sentido rejeitarem o uso da força”[1].
Nesta quinta-feira, 12 de setembro, o Secretário de Estado norte-americano John Kerry chegou à Genebra para conversar com o Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov. Na ocasião, oficiais do governo dos Estados Unidos declararam que a Síria deve tomar medidas imediatas com o objetivo de demonstrar sua seriedade e realidade de intenções. Dentre os primeiros passos exigidos por Washington, a administração de Bashar al-Assad deve fazer uma declaração pública do conteúdo de seus estoques de armas químicas como um prelúdio para inspeção e neutralização das mesmas[2].
Os planos de Kerry são de manter pelo menos dois dias de conversações com Lavrov acerca da proposta da entrega das armas químicas pelo governo sírio. Também esta quinta-feira, o Secretário de Estado norte americano estava com reunião marcada com Lakhdar Brahimi, o enviado especial da ONU na Síria. John Kerry está acompanhado de uma delegação governamental e de especialistas do Pentágono em não proliferação.
Após a apresentação do plano pelo Governo russo, o presidente dos “Estados Unidos”, Barack Obama, aceitou a proposta diplomática em primeira mão, mas com cautela. Obama não foi bem sucedido nas últimas semanas em seus esforços para ganhar apoio do púbico e do Congresso estadunidense para uma ação militar em território sírio. Ainda assim, as autoridades americanas reconhecem que a possibilidade de um acordo é bastante incerta, por motivos políticos e logísticos.
Com os acontecimentos desta semana, o governo sírio reconheceu oficialmente de forma pública que possui armas químicas, mas continua atribuindo a responsabilidade dos ataques ocorridos no dia 21 de agosto às forças de oposição.
Nem a proposta de rendição das armas químicas, nem a declaração pública de seus estoques pelo presidente da Síria influenciam na resolução ou em medidas para amenizar a guerra civil que já deixou mais de 100 mil mortos no país. A oposição ao governo Assad rejeitou o plano, que, a seu ver, seria inútil e permitiria ao Presidente continuar utilizando livremente armamentos convencionais contra os grupos rebeldes e a população.
—————————–
Imagem (Fonte):
http://www.theguardian.com/
Fontes consultadas:
[1] Ver:
[2] Ver: