Analistas econômicos começam a apontar que a Venezuela caminha para um quadro de Hiperinflação. Segundo dados do Banco Central Venezuelano (BCV), a inflação teve um aumento e chegou a casa dos 63,4%[1], mantendo contínuo crescimento, apesar de o BCV também apontar que está ocorrendo uma desaceleração nos últimos três meses, como forma de reduzir os temores, conforme consta do informe divulgado no seu site oficial: “La variación intermensual del INPC (índice nacional de precios al consumidor) desaceleró en agosto por tercer mes consecutivo, obteniéndose el registro más bajo entre los observados desde el mes de marzo, cuando los resultados del indicador comenzaron a verse afectados por la conflictividad política”[1].
Dados extraoficiais, no entanto, apontam que a Inflação poderá chegar a casa dos 90% ainda este ano[2]. De acordo com especialistas, o fenômeno hiperinflacionário ocorre quando se tem uma taxa de inflação anual superior a 100% por um período sequencial de três anos[2]. Nesse sentido, como há o risco de a taxa chegar a mais de 90% ainda este ano, a Hiperinflação “Es una amenaza seria. Un fantasma que sobrevuela a Venezuela”[2], conforme apontou o economista Asdrúbal Rivas. Este afirmou ainda que “Los controles están condenados a fracasar. Se implementan como medidas coyunturales, pero en Venezuela se trata de políticas de Estado (…). Ninguna economía funciona si se mantienen los controles de precios. Esa tendencia de mantener los controles se sostiene bajo la disculpa de la ideología y el socialismo. Entonces el juego se tranca. Lo peor es que no se avizora un año 2015 más positivo, pues los problemas estructurales se enraízan: una especie de default con las empresas ante el impago de la deuda con los proveedores en el extranjero y distorsiones cambiarias en un férreo control que se originó en 2003. (…). La marcada escasez y los altos precios escarban en lo más hondo del bolsillo. Un ejemplo de cómo la ideología y la economía no caminan, es lo que ocurre con los productos de aseo personal y limpieza. La famosa frase ‘no hay’, se multiplica en mercados, farmacias, bodegas, abastos y perfumerías, lo que ha puesto a la gente a correr para ver qué encuentra”[2].
Diante do quadro, acreditam os observadores que a situação tenderá a piorar para o Governo, uma vez que as medidas adotadas não estão sendo interpretadas como aptas a mudar o quadro econômico, já que a ideia do Mandatário é acelerar o processo de estatização da economia, reduzindo a capacidade produtiva do país, e efetuar a centralização da política e o controle da sociedade, algo que tem levado ao aumento da oposição, apesar de esta estar desarticulada. Mesmo o Partido Comunista da Venezuela (PCV) declarou afastar-se de Maduro, pois está criticando o acúmulo de poder nas mão de um único líder, de forma a apontar que o denominado “sacudón” de Maduro “no incorpora a las fuerzas políticas y sociales del país. (…). Las medidas tomadas no implican al poder popular ni contemplan los cambios económicos esperados”[3].
Em síntese, o Presidente tem recebido críticas dos amplos espectros políticos e ideológicos, além de receber acusações de que o modelo econômico está esgotado e não se pode mais esperar que a Venezuela possa sair da crise econômica e crescer sem o estímulo ao empreendedorismo privado e a recepção de investimentos externo, os quais não querem se dirigir ao país. Isso tem levado a percepção de que a crise política, econômica e social tende a continuar, com perspectiva de agravamento.
————————————————————————–
Imagem (Fonte):
wikipedia
—————————————————————————
Fontes consultadas:
[1] Ver:
http://www.elnuevoherald.com/2014/09/09/1839170/la-inflacion-venezolana-sigue.html
[2] Ver:
http://informe21.com/economia/dla-gobierno-de-maduro-toca-las-puertas-de-la-hiperinflacion
[3] Ver:
http://www.eluniversal.com/nacional-y-politica/140909/ppt-y-pcv-critican-el-sacudon-de-maduro