Em dezembro de 2014, o Presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta, convidou o presidente norte–americano Barack Obama para participar do Global Entrepreneurship Summit, realizado pela primeira vez em um país da África Subsaariana, a ocorrer entre os dias 24 a 26 de julho de 2015. O Evento tem como objetivo empoderar grupos marginalizados, principalmente mulheres e jovens, através do empreendedorismo[1]. Diante do crescimento econômico queniano e o seu destaque entre os demais países do continente, a Casa Branca mostrou interesse na participação do presidente Obama no encontro. O evento é realizado anualmente desde 2009. Em 2014, foi promovido no Marrocos, mas Obama não compareceu pessoalmente e enviou como representante o vice–presidente Joe Biden[2].
Vale ressaltar que, até recentemente, o Presidente queniano era acusado por crimes contra a humanidade e estava respondendo a julgamento na Corte Criminal Internacional. Por esta razão, quando Uhuru foi eleito Presidente, os Estados Unidos e outros países ocidentais anunciaram que assumiriam apenas os contatos essenciais com aquele país, por razão do julgamento. Esta será a primeira visita de Obama à terra do seu pai, desde que se tornou Presidente[3].
Entretanto, meses depois, a conjuntura queniana tomou outras proporções, o que gerou novas opiniões sobre a importância – ou não – da presença de Obama no Quênia, tanto por analistas, quanto por membros da Inteligência dos EUA, sendo destacadas algumas delas.
Em primeiro lugar, o encontro entre os dois Presidentes pode colaborar para solucionar um imbróglio relacionado aos alertas de viagens emitidos nos Estados Unidos sobre a situação no Quênia[3]. Por exemplo, o número de turistas internacionais caiu de 1,5 milhão em 2013 para 1,3 milhão em 2014, uma queda de 11,1% no volume de pessoas e de 7,3% na renda gerada neste setor[4].
Em segundo lugar, o recente ataque terrorista à Universidade de Garissa mudou totalmente o planejamento de segurança para a visita de Obama ao país. Por esta razão, o Serviço Secreto dos EUA quer ter total controle sobre os arranjos securitários durante o encontro, que contará com a participação de aproximadamente 1.200 delegados. Logo, a segurança é um fator crucial em todo o planejamento[2].
Em último lugar, a viagem de Obama para o Quênia custará para os contribuintes norte-americanos uma quantia de Sh 5.7 bilhões, aproximadamente a alocação anual de recursos do governo queniano para o Condado de Nakuru e o equivalente a US$ 60 milhões[5]. O valor é expressivo porque, “quando o presidente dos EUA viaja, viaja também a Casa Branca, os carros que ele anda, a água que ele bebe, a gasolina que ele usa e a comida que ele come”[5]. Além disto, o contingente do Serviço Secreto também precisa se deslocar, tanto para aqueles que viajam antes para planejar a logística, quanto o reforço durante o voo. Por essa razão, analistas e acadêmicos são completamente contrários à viagem de Obama ao país[5].
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Imagem “Barack e Michele Obama e Uhuru Kenyatta em 2014” (Fonte):
http://www.standardmedia.co.ke/images/tuesday/opp120814.jpg
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Fontes Consultadas:
[1] Ver:
http://allafrica.com/stories/201503302359.html
[2] Ver:
http://allafrica.com/stories/201504090052.html
[3]Ver:
http://allafrica.com/stories/201503310227.html
[4]Ver:
https://ceiri.news/indicadores-passados-e-expectativas-futuras-pib-turismo-e-corrupcao/
[5] Ver: