Não somente as forças de segurança dos países da Europa e da “América do Norte” ficaram apreensivas após o ataque de fundamentalistas do “al-Shabaab”* a um shopping da capital do Quênia, Nairóbi. A “África do Sul” pode ter entrado na rota de ameaças e ataques terroristas por parte de indivíduos ligados a “al-Qaeda”**.
A britânica Samantha Lewthwaite, conhecida também como “Viúva Branca”***, começou a ser investigada após o seu marido cometer o ataque suicida de 2005 na “Estação de King’s Cross”, em Londres. Em 2011, descobriu-se que ela alugou um apartamento no “Quênia”, no qual acharam produtos químicos similares aos utilizados no ataque na capital inglesa. Desde então, ela é procurada por autoridades quenianas e pela Interpol[2].
Suspeita de ter ligações com células terroristas e de ter atuado diretamente em um ataque a granadas numa boate em Mombasa (Quênia), Samantha Lewthwaite viveu na “África do Sul”, fazendo uso de documentos falsos. Dessa forma, ela entrou e saiu desse país diversas vezes, trabalhou em uma fábrica em Johanesburgo, como “Especialista de Tecnologia da Informação”, alugou imóveis e chegou a acumular mais de 18 mil reais em dívidas com instituições de crédito[3].
A suspeita de que ela está envolvida no ataque terrorista no shopping fez com que a Interpol emitisse uma ordem de captura internacional (“Ficha Vermelha”) e a alegação de que ela observava diversas embaixadas na capital executiva da “África do Sul” teria levado autoridades do país a estabelecer um “Alerta de Terror Nível 4” (“Nível Laranja”)[4].
Tendo em vista que a escala de alerta para ataques terroristas vai de 0 a 5 (“Nível Vermelho”), o nível 4 demonstraria uma grande preocupação das autoridades sul-africanas com possíveis ataques por parte de pessoas relacionadas a Lewthwaite, após o ocorrido em Nairóbi. Por outro lado, o “al-Shabaab”, que assumiu a autoria do ataque, informou que nenhuma mulher esteve envolvida nele[4].
Além disso, a mídia sul-africana discute a veracidade da existência de um “Alerta de Nível 4” no país. Este teria sido feito após as autoridades do país receberem a informação de que Lewthwaite vigiava embaixadas, por meio de uma empresa especializada em segurança e de uma organização para a segurança de cidadãos judeus. Enquanto uma parte dos veículos de comunicação afirma que a natureza da informação é meramente especulativa e cita que oficiais de alta patente negam qualquer alerta no país[6], outra parte trata o alerta como verdadeiro e põe em discussão a implementação de medidas mais duras para a imigração[7].
A “África do Sul” recebe um grande número de estrangeiros provenientes de todo o continente em busca de trabalho, de maneira que suspeitos, como Lewthwaite, passam facilmente despercebidos pelos controles do Estado – algo também facilitado pela corrupção[8]. Assim, a “Viúva Branca” não é a primeira, nem será a última suspeita de envolvimento em atos terroristas a passar pelo país. Todavia, a participação da “África do Sul” em ações de cooperação pela segurança no continente faz com que se torne um alvo em potencial de ataques terroristas perpetrados por organizações como o “al-Shabaab”.
——————————
* O “Al-Shabaab” é um grupo armado que controla boa parte do sul da Somália e é considerado por alguns países como terrorista[9].
** O “Al-Shabaab” é parte da rede terrorista da “al-Qaeda”[9].
*** “Viúva Branca” foi um apelido criado pela mídia em referência às “Viúvas Negras” chechenas, viúvas de suicidas que decidiram tomar o caminho da luta armada[10].
——————————
Imagem (Fonte):
http://www.bbc.co.uk/news/uk-
——————————
Fontes Consultadas:
[1] Ver:
http://za.news.yahoo.com/sa-
[2] Ver:
[3] Ver:
[4] Ver:
http://www.iol.co.za/news/
[5] Ver:
[6] Ver:
http://ewn.co.za/2013/10/01/
[7] Ver:
http://ewn.co.za/2013/09/30/
[8] Ver:
http://citizen.co.za/55950/sa-
[9] Ver:
http://www.bbc.co.uk/news/
[10] Ver:
——————————
Ver também:
http://www.bdlive.co.za/
Interesting, inquisitive and critical! Thank you for such relevant political information!
Jaime, voce acha que este alarme tem intencoes politicas para que a Africa do Sul de^ suporte a intervencoes na Somalia?